Escola do Medo

Primeiro dia

Nem eu nem Luiza estávamos com animo para nos arrumarmos, então vesti minha dupla jeans & camiseta, pois uniforme não era obrigatório peguei minhas coisas e fomos para nossa aula de Química.
- Ugh, aula de química 7 da manhã - gemeu Luiza.
- Ninguém merece - disse Isah, surgindo atrás de nós e nos fazendo pular de medo.
- Conseguiram dormir? - perguntou Anne.
- O que você acha? - retruquei.
- Vocês tem alguma idéia do que pode ter acontecido? - perguntou Luiza.
- Teremos de descobrir sozinhas. A aula de vocês também será no 1ºA? - indagou Isah.
- Sim, e filosofia no 1ºC - respondi.
- Então acho que é aqui - falou Anne.
Eu e Anne entramos primeiro, com Luiza e Isah logo atrás da gente. O suspiro de surpresa. Nosso professor era ninguém mais que um dos médicos torturadores. Ele nos olhou com um olhar indagador.
- Olá, meninas. Meu nome é Michaels. Sr. Robert. Sou seu professor de Química. Bem-vindas - ele sorriu.
Anne agiu com naturalidade.
- Professor de Química? Ops, acho que estamos na sala errada, desculpe - e se afastou da porta. Fomos para o corredor como se nada tivesse acontecido.
- Luiza! - chamou alguém atrás de nós.
- Léo... - ela ficou surpresa.
- Podemos conversar? - perguntou ele.
- Claro - respondeu ela, ficando corada.
Eu e as meninas rimos e fomos para os nossos armários. Sim, nós tínhamos armários!
- O que foi aquilo, Anne? - perguntei.
- Atuação - ela sorriu.
- Vamos pedir transferência agora! - falou Isah.
- Não! Vamos ficar e descobrir o que aquele professor é realmente. Ele é uma pista para que possamos descobrir o que se passa nessa escola - eu falei.
- Ótima idéia - concordaram as duas.
Luiza vinha em nossa direção com um sorriso estampado no rosto.
- Opa! Acho que alguém teve uma ótima conversa! - zombou Isah. Todas rimos.
- E aí? O que vamos fazer? - perguntou ela.
- Vamos voltar para aquela sala - falei.
- O que? - ela ficou incrédula.
- Só vem - Isah puxou-a pela mão.
Fomos até a sala e Anne bateu na porta.
- Professor! Olha a gente aqui de novo. Parece que nossa aula é mesmo aqui. Estamos meio perdidas - falou ela com um sorriso meigo.
- Claro meninas. Entrem - sorriu ele.
A aula transcorreu normalmente, com a apresentação do conteúdo e dos alunos. Ele não dava indícios de nada suspeito. As aulas se seguiram normalmente. No intervalo, Luiza falou que Léo conversara com ela a respeito deles serem parceiros de laboratório. Ela não entendeu bem, mas aceitou mesmo assim. As aulas transcorreram normalmente. Depois do almoço começava as atividades extraclasses que os alunos escolhiam. Eu escolhi atletismo, natação, pintura, pesquisas em laboratório e observação noturna.
Eu não estava me sentindo bem por causa da lasanha que eu comi, mas mesmo assim fui até o meu armário e peguei meus artigos de pintura. A aula já tinha começado e eu estava atrasada. Corri pelo corredor em direção a sala de artes, o que foi uma péssima idéia, pois fiquei muito tonta e comecei a perder o equilíbrio. Me apoiei em um armário enquanto esperava o mundo parar de girar. O corredor estava vazio. Senti que ia desmaiar. Minhas pernas cederam e esperei o chão se chocar contra minha face, mas uma mão me segurou antes.