A última que eu vi foi Theo me segurando. Apaguei. Acordei pouco tempo depois. Eu estava deitada em um banco perto da fonte da escola, que ficava no mini jardim que a escola cuidava.
- Você está melhor? - perguntou Theo, que até então, eu não tinha percebido que estava com a cabeça apoiada em seu colo. Ele estava de fone e a Burn it down, do Linkin Park, estava no volume máximo. Por um momento apreciei sua beleza.
- Sim, acho que sim. Err... Como eu vim até aqui? Quanto tempo eu desmaiei? - perguntei.
- Você veio voando lógico - respondeu ele, me fazendo rir.
- Eu te segurei antes que você caísse. Estava no corredor e percebi como você estava mal. Ia te perguntar se você estava bem quando desmaiou. Eu não soube o que fazer, mas achei que um pouco de ar puro lhe faria bem. Você só desmaiou uns 10 minutos -
- Ah, obrigada. Desculpe por ter que me carregar até aqui - respondi tentando me sentar.
- Que nada! Você não pesa nada -
- Meus 48kg não são nada? Sou uma gorda -
- Você é desnutrida isso sim -
Começamos a rir e logo depois se instalou um silêncio constrangedor.
- Err, então... Você gosta de Linkin Park? - perguntei, quebrando o silêncio.
- Eu amo! - respondeu ele. A conversa seguiu animada. Ele me falou que a família era hippie, que gostava de botânica e outras coisas. Quando eu perguntei se ele fumava ele riu e disse que só de vez em quando. Quando perguntei de onde ele conhecia Luiza, ele fez uma expressão séria.
- Nós tínhamos parentes em comum e... -
- Espera, o que? Luiza me contou que vocês se conheceram pela internet - interrompi.
Ele corou e assumiu a posição da primeira vez que conversamos.
- Se você sabia, por que perguntou? - respondeu ele, se levantando.
- Theo! Espere! Eu não quis ser indiscreta -
- Mas você foi -
- Me desculpe... Eu... Eu... -
- Você...? -
- Eu não quero ficar sozinha, por favor não vá - falei, choramingando.
Sua expressão se suavizou.
- Calma, não sou tão insensível a ponto de te deixar aqui. Quer dizer, eu ia fazer, mas deixar uma dama tão indefesa aqui não é legal - falou ele, rindo.
- Não sou uma dama indefesa. Tá! Só um pouquinho -
- Claro, princesa - ele foi até as flores e pegou um cravo. Se sentou do meu lado e colocou o cravo no meu cabelo.
- Já está escurecendo, madame. Preciso levá-la de volta até o seu palácio se não o rei corta minha cabeça - disse ele, se levando e estendendo o braço para mim. Eu ri e entrei na brincadeira.
- Nunca permitiria que meu pai encostasse um dedo nesse nobre cavalheiro que me salvou de um terrível dragão - enlacei nossos braços fazendo uma reverência. Rimos e brincamos o tempo todo até chegarmos ao meu quarto, onde ele se despediu com um leve beijo em minha mão. Me joguei na cama e pensei como aquela foi umas das melhores tardes da minha vida. Só uma coisa... Onde ele teria deixado meu material de pintura? Bom, pelo menos teria mais um motivo para encontrá-lo.

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Escola do Medo
Mystère / ThrillerCalisto era a melhor escola do país e Flora Lins deu sorte de entrar nessa escola... Ou não? Acontecimentos estranhos, desaparecimentos e doenças faziam a Calisto não parecer tão boa. Junto com Anne, Luiza e Isah, ela tenta descobrir o que se passav...