Capitulo 34

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Capítulo 34
Pov. Jamie

QUINTO MÊS

A manhã seguinte ao nosso casamento começou perfeita, mesmo que nada fora do normal tivesse acontecido. O simples fato de tê-la ali ao meu lado, dormindo, linda como um anjo, já era o suficiente para me deixar bem. Sua maquiagem, embora mais fraca, se mantinha perfeita. Seus cabelos estavam soltos, e tentei me lembrar em que momento da noite anterior eu havia desfeito sua trança. O perfume de amêndoas parecia fraco se comparado ao perfume natural que sua pele emanava. Ela estava tranquila, respirando devagar, e o movimento de subida e descida que o peito dela fazia era um pouco hipnótico. Mesmo inconsciente, Dakota parecia feliz, e aquilo fez com que eu sentisse uma paz de espírito tão grande que, de repente, me dei conta de que poderia passar o resto da vida ali, daquele jeito, assistindo-a não fazer nada.
Mas em algum momento ela acordaria. E quando isso acontecesse, eu queria estar preparado. Era engraçado como me sentia disposto a parecer o melhor marido do mundo para ela, e igualmente engraçado era o fato de que eu achava que realmente podia ser. Eu havia prometido a ela - e a mim mesmo - que cuidaria dela para sempre, e sempre a faria feliz. Era uma das pouquíssimas promessas que eu havia feito a alguém algum dia, e seria talvez a única que eu realmente cumpriria.
Contra a vontade, levantei-me da cama e caminhei até o banheiro para um banho morno, tomando cuidado para não acordá-la. Ela ainda dormia na mesma posição quando voltei ao quarto. Escolhi uma calça de moletom qualquer para vestir e recolhi do chão as nossas peças de roupa, esquecidas na noite anterior, saindo logo em seguida.
Desci e preparei o melhor café da manhã que consegui, com sucos de maçã e morango, torradas, dois tipos de geléias, patê, chocolate e biscoitos de água e sal. Não sabia de onde havia surgido aquilo tudo, mas só pude pensar que tinha um dedo de Jhulie. Sentei na cozinha e comi distraidamente, tentando lembrar de todos os detalhes da nossa festa de casamento, mas só conseguindo lembrar sempre da mesma coisa: Ela. E de como ela estava maravilhosa. E de como eu me senti ao vê-la caminhando para mim, me aceitando, aceitando ser minha. E de como tudo parecia girar em torno dela de uma forma natural. E de como eu a amava.
Senti uma saudade boba de repente, como se estivéssemos longe há tempo suficiente. Coloquei em uma bandeja tudo que consegui e subi com ela para o quarto, sem pensar se Dakota já havia acordado àquela hora. Para minha felicidade, ela estava se espreguiçando em volta do edredom como um gato manso - e a melhor parte: completamente nua. Por um bom tempo tudo que consegui fazer foi admirá-la da porta, com a bandeja ainda na mão. Fiquei feliz quando ela não fez menção em se cobrir ao me ver ali.
– Bom dia. - Ela sussurrou contra o travesseiro, meio de bruços, me olhando com aqueles olhos azuis perfeitos.
– Ótimo dia. - Respondi, deixando a bandeja no colchão ao seu lado e beijando suavemente suas costas - Com fome, Sra. Dornan?
Ela escondeu o rosto e soltou um riso baixo, mas suficientemente alto para que eu ouvisse e me apaixonasse ainda mais.
– Estou. A sua filha está mexendo com o meu apetite.
Eu não sabia por que tudo que ela dizia fazia com que eu me derretesse, mas ouvi-la se referir à sua barriga daquela forma definitivamente me deixou mais bobo do que nunca. Quando Dakota virou de barriga para cima, fui tomado por uma vontade imoral de agarrá-la e enchê-la de beijos, mas tudo que fiz foi beijar sua barriga.
– Ela anda muito quieta... - Comecei, espalmando minha mão ali, e como se fosse uma resposta à minha constatação, senti imediatamente um minúsculo chute.
– Acho que ela quer conversar.
– Ora... Bom dia, princesa.
Ao sentir mais um chute como resposta, sorri involuntariamente. Era claro que ela não estava me respondendo, mas era como se estivéssemos conversando, e essa pequena interação entre nós estava me deixando feliz como uma criança em véspera de Natal.
Me inclinei para a barriga de Dakota e comecei a falar coisas completamente sem importância, apenas com o intuito de fazer com que minha voz vibrasse perto da minha filha. Sempre que eu me calava, pensando no próximo assunto para abordar, sentia um pequeno chute como forma de protesto ao meu silêncio, e então voltava a falar qualquer besteira. A essa altura, Dakota já havia alcançado a bandeja e pegado uma torrada para comer, provavelmente esperando que eu parasse de bancar o louco falando com seu umbigo.
– Vou fingir que não estou me sentindo excluída com essa relação de vocês. - Ela soltou de repente.
– Está com ciúmes? - Perguntei de maneira divertida.
– É óbvio que estou.
– De mim ou dela?
– Dos dois.
Soltei uma gargalhada baixa, beijando sua barriga com calma.
– Quando ela nascer, eu prometo que vamos ter a nossa lua-de-mel atrasada. E prometo compensar esse atraso.
– Quando ela nascer você não vai conseguir ficar longe dela. Acha que eu não sei?
– Bom, é verdade. Mas acho que consigo ficar duas ou três semanas afastado se for pra ficar com você. - Pontuei beijando outra vez sua barriga e formando uma trilha de beijos até um ponto próximo a um dos seus seios.
– Saiba que eu vou cobrar isso. - Ela falou de forma simples, um pouco corada.
Beijei com suavidade o bico esquerdo, já levemente excitado. Ela riu baixo, e o som leve de sua gargalhada fez com que eu me sentisse um pouco mais feliz. Brinquei com a língua no outro seio, de uma forma ainda suave, e ela gargalhou outra vez. E toda vez que ela gargalhava eu sentia que a amava um pouquinho mais.
– Você está me deixando excessivamente romântico. - Falei ainda contra a sua pele, apoiando o queixo no peito dela e sorrindo sem motivo - Isso não faz bem pra minha masculinidade.
– A culpa não é minha se você está completamente apaixonado por mim. - Ela respondeu em tom de brincadeira.
– É claro que é sua. De quem mais seria?
– Sua, que se deixou levar pelos meus encantos.
Ri como um pamonha apaixonado, sem ter nenhum argumento inteligente pronto.
Ela fez um pouco de força e me tirou de cima dela. Rolei para o lado e deixei que Dakota se levantasse, caminhando para o banheiro, e tudo que consegui fazer foi encarar o seu rebolado natural e perfeito como um pervertido.
– Ei, eu tenho que tomar um banho. - Ela falou com um sorriso meio provocante enquanto se virava outra vez - Quer me ajudar?
– Hum, depende. Vai me deixar te ensaboar ou só vou poder ficar assistindo? - Perguntei só por perguntar. Qualquer que fosse a opção que ela me desse, eu aceitaria.
– Eu adoraria ser ensaboada. Mas você vai ter que esfregar direito...
Ela não precisou terminar a frase. Eu já estava de pé ao seu lado.

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