Já passava das três da manhã. A Camila havia bebido a garrafa toda de Askov sozinha e ainda pegou mais uns cinco copos de outras bebidas. Tô imaginando a ressaca dessa menina daqui algumas horas.
Andréia e Fernando apareceram tempo depois, ela estava apoiada no ombro dele.
— Outra bêbada? - Fernando perguntou rindo.
— Outra? - falei.
— Três copos de tequila, um de vodka e um de whisky - olhou pra Andréia e depois pra Camila ao meu lado. - E ai?
— Um litro de Askov, fora os copos de vodka, conhaque, energético e tequila. Vão acordar com uma ressaca lascada - respondi.
— Tem algum problema se a gente dormir na sua casa? Sem condições de levar elas pra casa nesse estado. A Camis principalmente - apontou pra ela, que estava toda alegre.
— Amorrrr da minha vida, minha privada entupida - ela se jogou em meus braços e me deu um beijo demorado e molhado no rosto.
— Agora aguenta Lucas - Fernando gargalhou.
— Vamos pra minha casa – falei rindo.
— Leva elas no meu carro que eu acompanho na moto da Camis.
Apoiei Camila em meus braços e a levei pro carro. Ela e Andréia não paravam de falar.
— É Natal ainda? - ela perguntou para Andréia, que não soube responder, dando de ombros.
— Não meu anjo - ri da pergunta.
— E porque esse monte de pisca-pisca na nossa frente? - me encarou com o cenho franzido.
— São os faróis dos carros da frente.
— Ah... - ela fez bico.
Depois de dez minutos chegamos à minha casa. Fernando levou Andréia pro quarto de hóspedes e eu levei a mocinha bêbada e indefesa pro meu, deixando-a sentada na poltrona. Até bêbada consegue ser linda.
— Aonde eu tô? - ela fez uma cara estranha.
— Na minha casa, meu quarto - peguei uma camiseta branca minha dentro do closet e voltei pro quarto. - Vou te ajudar. Dá pra você tirar o sapato ou eu tiro?
Ela apenas esticou a perna, me abaixei e tirei seus sapatos, analisando cada detalhe de suas belas pernas torneadas.
— Vou colocar minha camiseta em você e vou tirar sua blusa por debaixo da minha tá? - ela afirmou - Ergue os braços.
Ela ergueu e eu a vesti com a camiseta. Fiquei por trás dela, coloquei minha mão por dentro da blusa e abri o zíper de seu top, o tirando por debaixo da camisa. Depois tirei a saia, dobrei as peças dela e coloquei em cima de um puff. Carreguei-a no colo até a cama e ajeitei os travesseiros. Confesso que estou com uma tremenda vontade de fazer essa garota gritar meu nome até cansar, mas sei respeitar uma mulher, até mesmo bêbada.
Ela estava de olhos fechados, então troquei de roupa ali no quarto mesmo. Me despi por completo e vesti apenas uma samba canção branca de beijinhos. Me deitei ao lado dela, a aninhei em meus braços e logo dormi..
CAMILA POV
Não me lembro de quase nada da noite anterior, só me lembro de exatos cinco copos de bebida na minha frente na mesa e alguém sentado do meu lado no camarote da boate. Minha cabeça estava explodindo, eu mal tinha forças pra abrir os olhos. Com muita dificuldade abri meus olhos e vi que estava deitada sobre algo. Levantei meu olhar e vi que era o Lucas...
O LUCAS?
Me sentei na cama rapidamente, o que o fez acordar.
— O que foi? - Lucas perguntou enquanto esfregava os olhos.
— O que eu estou fazendo aqui?
— Você bebeu demais e eu te trouxe pra cá. Nossos amigos estão no quarto ao lado.
— Não rolou nada né? - disse assustada.
— Porque você não quis - ele sorriu safado e depois gargalhou. - Você só tomou um porre, falou que sou o amor da sua vida, que me ama e perguntou se era Natal, por causa dos faróis dos carros.
— Puta merda! – rimos. - Desculpa, sério. Sempre faço bobeira quando bebo demais.
— Relaxa. Mas seguinte, acho que não tem como você vestir seu top e nem sua saia.
— Por quê? - perguntei. Pronto, vou embora de roupas íntimas.
— Derramaram tequila em você quando a gente tava saindo e tá um cheiro horrível - apontou pras roupas esticadas na poltrona. Me levantei e peguei as peças e realmente, o cheiro de bebida nas roupas estava horrível.
— Como eu vou embora?
— Espera ai.
Ele saiu e logo voltou com dois shorts jeans, um sutiã e um copo com água e comprimidos. Bebi o remédio e ele me entregou a roupa.
— Vê qual short te serve e veste. É da minha mãe, deve servir em você. E o sutiã é pra usar com a minha blusa.
— Fico só com o short, vou embora com o top mesmo.
— Pode usar o sutiã de boa, minha mãe comprou e não usou. Fica com ele e a minha camisa.
— Certeza? - ele afirmou - Banheiro?
— Aqui do lado.
Fui até lá, me vesti e voltei pro quarto dele.
— Deu certo? - balancei a cabeça afirmando - Vamos descer, minha mãe tá fazendo café.
— Melhor eu ir pra casa - coloquei meu salto.
— Vem comigo! - Ele pegou em minha mão e me guiou até a cozinha. - Mãe, é pra ela a roupa que pedi - Lucas me puxou, me colocando em sua frente.
— Olá querida! - a mãe de Lucas sorriu e me abraçou, retribui o abraço - Finalmente pra alguma menina que não seja sua peguete hein filho?
— Para mãe! - a repreendeu - Essa é a Camila, Camila essa é a Karina.
— Tem certeza de que ela é sua mãe? - perguntei. Karina aparentava ser nova.
— Bonita né? – Lucas disse todo orgulhoso.
— É linda! - ela sorriu - Desculpa o pequeno transtorno, mas bebida...
— Tudo bem, eu entendo. Sou mãe dessa coisa ai né? – lançou um olhar de reprovação pro Lucas. - Vem tomar café com a gente.
— Não, obrigada Karina. Não quero incomodar.
Lucas nem me deixou terminar de falar e me puxou pela mão até a mesa.
— Cadê o casal?
— Saíram assim que fui buscar a roupa pra você.
— Falam que me amam, mas me abandonam, belos amigos eu tenho - rimos. Tomei café entre muitas risadas com Karina contando sobre o Lucas. Assim que acabei de comer, ouvi passos atrás de mim.
— E ai gente! Bom dia!
Eu conhecia aquela voz, principalmente aquele perfume. Depois de tantos anos, ainda era o mesmo... Resolvi me virar e dei de cara com Leandro.
— Leandro? - me assustei.
— Camila? - se assustou - Tá fazendo o que aqui?
— Eu que te pergunto isso! - falei ainda sem acreditar que era ele.
— Faço parte da família. Meu irmão, minha mãe... - apontou e eu arregalei os olhos, assustada - Agora desfaz essa cara de susto e vem cá me abraçar! - abriu os braços. Me levantei um pouco sem jeito e nos abraçamos com força. - Você sumiu! - Leandro me apertou mais ainda em seus braços.
— Perdi aquele celular - falei sem jeito.
— Espera ai. Vocês se conhecem? - Lucas perguntou, estranhando e Leandro afirmou. - De onde?
— Lá de Patrocínio. Fiquei três meses lá e a gente se conheceu. Mas nem imaginava que vocês eram irmãos - falei. Desinformada? Magina.
— E eu não imaginava que vocês se conheciam - disse Leandro.
— Nos conhecemos ontem na verdade. E antes que você pense merda, ela tá aqui porque acabou bebendo demais e não tinha como ir pra casa - Lucas respondeu antes que eu abrisse a boca.
— Achei que era outra coisa - Leandro riu malicioso. - Agora me passa seu número, não quero perder contato.
Trocamos os números de celular e ficamos conversando junto com Lucas, entre muitas risadas.
— O papo tava muito bom, mas eu preciso ir - me levantei. - Meu pai deve tá maluco atrás de mim! Lucas, pega minhas roupas e meu celular, por favor?
— Claro - ele saiu.
— Muito obrigada Karina e desculpa mais uma vez.
— Magina, não precisa se desculpar - nos abraçamos.- Tchau Lê! - o abracei - Fiquei feliz em te reencontrar.
— Também fiquei. Se cuida! - ele beijou minha testa.— Minha camisa não precisa trazer viu? - Lucas apareceu na cozinha e me entregou uma sacola com minhas roupas. - Pode ficar com ela pra sentir meu perfume quando der saudade.
Sorri e fui pra fora com Lucas. — Agora vai ter que me passar seu número também - disse tirando o celular do bolso. Falei o número e ele me passou o dele. - Posso te ligar quando eu quiser né?— Não sendo no horário do curso pode. Agora tenho que ir! - nos abraçamos - Até mais e obrigada – coloquei o capacete, subi na moto e sai da garagem "arrastando" a moto com os pés até parar com ela na calçada.
— Dirige devagar viu? - Lucas parou ao meu lado.
— Sou um poço de lerdeza nessa moto - falei enquanto acelerava a moto e ele riu. Acelerei mais uma vez e saí.

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Opostos - Fanfic Lucas Lucco
FanfictionSão inúmeras diferenças que fica até difícil descrevê-las. Mas foi nessas diferenças que eu me apaixonei, foi nessas diferenças que eu deixei o amor falar mais alto do que eu mesma mais uma vez. "Seria mais fácil, se ele fosse um estranho, de quem...