O sol escaldante é algo previsto.
Imaginei que chegar na universidade em pleno domingo de manhã , no dia anterior do início do semestre, fosse ser exatamente assim, agitado.No campus da Universidade de Dallas estão espalhados alunos e pais. Alguns mostrando as dependências do lugar, outros fazendo piqueniques e poucos como eu, acabando de chegar.
Sigo pela pela calçada.
Preciso encontrar meu dormitório e ligar pra meus pais avisando que cheguei bem (Eles não puderam me acompanhar porque Amy -minha irmã mais velha- finalmente foi visita-los na Carolina do Sul).Avisto os dois prédios lado a lado.
O feminino, evidentemente, é o que tem um cartaz divulgando vagas na fraternidade Sigma K.Solto um risinho pegando a trilha de pedras brancas que leva até a entrada do prédio.
Deve ter uns 15 andares.Tiro o papel com o número do meu quarto do bolso e entro. Sim. Não tem uma porta, o que é interessante.
Meu quarto é o 4-C.
Subo as escadas .
As paredes são azuis . Portas brancas. E a cada canto na escadas em ziguezague há um quadro, gosto disso.Continuo subindo e vejo que ainda estou no "2".
Aperto a alça da bolsa carteira.
Ok.
Não preciso ficar nervosa.
É só a faculdade.
É só uma vida nova longe de casa, dos meus pais e de tudo com o que sou familiarizada.Solto um suspiro de alívio ao ver a placa "4".
São 10 portas. 5 de frente para 5 .
O espaço do corredor é amplo e na parede que une os dois lados há uma enorme tela , pintada por algum aluno acredito. Tem o fundo branco e vários respingos de tinta em tons de rosa e cinza.Vejo a porta C e mordo o lábio.
Minha colega de quarto se chama Cindy Leopold, nascida e criada no Texas. Ela tem 17 anos, mora com a mãe solteira e namora um jovem rapaz chamado Elliot que estuda Artes Cênicas aqui também, e tenho todas essas informações porque minha amorosa e psicótica mãe procurou basicamente o histórico de vida de minha colega assim que soube onde seria meu quarto. Ela e a mãe de Cindy -Savannah- Sairam pra fazer as compras de Natal juntas , admito que me constrangi bastante porém , pelo que ouvi sobre Savannah ela é tão paranóica quanto a minha mãe.
Eu e Cindy possivelmente vamos nos dar bem.Giro a maçaneta e abro a porta.
- BEM VINDA!- Berram meus amigos dentro do quarto.
Sorrio nervosa deixando a bolsa no chão.Estão todos sentados na cama da Cindy (Que está repleta de ursinhos e tem pôsteres do Big Bang por todo o lado do quarto).
Neytan, meu namorado que já estuda aqui desde o ano passado é o primeiro a se levantar e a me abraçar.
- Bem vinda Aléxis! - Berra me sacodindo. Se afasta e segura meus ombros. Está com um sorriso de orelha a orelha e os olhos verdes animados. - Não consigo acreditar que está aqui!
- Nem eu. - Murmuro franzindo o cenho ao ver que Josh e Hale (Meus amigos da Carolina que estudaram comigo desde de sempre) também vieram me ver. Eles agora vão estudar em Austin. - Não posso acreditar que vocês vieram!
Hale sorri saltando até mim e me abraça.
- Não podíamos deixar de vir ver você magrela. - Ela se afasta sorrindo e tira uma mecha dos cabelos ruivos do rosto. - Agora somos adultos, devemos comemorar!
- Adultos ou não. - Viro-me pra porta ao ouvir a familiar e sedutora voz de Oliver Parker. Ele está com os braços cruzados e olhos semicerrados , tem uma das sobrancelhas erguidas e um sorriso contido. - Aléxis Albernathy, bom ver você, gostaria de saber porque não recebi nenhum telefonema avisando que a senhorita que se intitula como minha "melhor amiga" - Ele fez as aspas com as mãos. Seguro o riso. - Não teve a mínima atitude de me ligar para dizer que chegou bem na cidade.
Balanço a cabeça em desdém.
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Melhores Amigos, Melhores amantes
Roman d'amourA linha entre a amizade e o amor é incrivelmente tênue. Aléxis Albernathy e Oliver Parker nem sequer ligavam para essa linha, afinal , só eram amigos e mais nada só que de uma hora para outra perceberam que não davam importância a esse limite porqu...