Supernatural - Não era apenas mais um caso

Capítulo 3 - Não eram braços nada mal

Depois de alguns sussurros trocados apressadamente entre os agentes, Lia se viu novamente sentada no banco de trás do Impala. Ela não entendeu absolutamente nada do que tinha se passado ali, mas os agentes prometeram levá-la de volta para casa, e ela ficou grata por isso.

- Alojamento de faculdade? – Dean perguntou. Ele tinha um olhar divertido quando encarou Sam.

- Sim. É isso que aparentemente pessoas da minha idade fazem. Vão para faculdade. – ela analisa Sam. – Ao menos que você queira se tornar um agente do FBI, pelo jeito.

Agente Angus era tão jovem! Não devia passar dos vinte e quatro, a própria idade de Lia. Young também não parecia ser tão mais velho. Sério! Quais eram os critérios do FBI ultimamente? Ela deveria tentar uma vaga?

- Eu a acompanharei até seu quarto, senhorita Parker. – disse Sam.

- Ah, definitivamente não vai. – disse Dean, já pulando para fora do carro. – Porque você não vai dar uma volta, Angus? – Ele não precisava ser mais específico, queria que Sam fosse investigar. Ou apenas queria acompanhar Lia até o quarto.

Entrando no prédio em que Lia morava, eles subiram, em silêncio, dois lances de escada. Dean vinha ligeiramente atrás, pois os degraus eram estreitos.

- Eu juro que seu superior irá receber uma queixa se você não parar de olhar para minha bunda!

Dean rapidamente levantou o olhar, não contendo um sorriso. Gostava do jeito de Lia. Uma garota que não tinha medo de dizer o que pensava. Tinham um pouco da personalidade de sua mãe.

Quando a garota testou a maçaneta da sua porta, estava aberta. Ela não se lembrava de ter saído, com certeza não se lembraria de trancá-la.

- Bem, obrigada. – ela disse, dando um passo para dentro e impedindo a entrada de Dean. – Você sabe onde me achar, agora.

- Nós vamos...

- Ah, acho que isso é de vocês. – ela removeu o blazer de Sam, devolvendo a Dean.

"Definitivamente é", ele pensou, mas externou apenas um sorriso malicioso ao encarar novamente a garota de camisola. Tentando resgatar a compostura, ele achou melhor acrescentar:

- Eu trocaria isso se fosse você.

Lia não teve tempo de responder pois um grito desesperado cortou o ar, vindo de algum dos andares de cima. Ela quis correr naquela direção, assim como alguns curiosos que começaram a abrir suas portas. Mas Dean foi mais rápido e barrou sua passagem, segurando-a pela cintura. Era a segunda vez que estava nos braços dele naquele dia. Não eram braços nada mal.

- Troque-se primeiro. – ele ordenou. – Não precisa que mais pessoas te vejam suja de sangue.

E fechando a porta que o separava de uma Lia ligeiramente atordoada, Dean correu na direção da qual o grito tinha vindo. Não era difícil se guiar, já que outros gritos vieram em seguida.