Supernatural - Não era apenas mais um caso

Capítulo 14 - O fantasma do corredor

Sam tinha sido o último a entrar no banho aquela noite. Dean tinha rapidamente se apossado da cama na qual o irmão dormira na noite passada, com certeza querendo evitar mais uma noite no pequeno sofá. Seria engraçado ver Sam tentando se espremer nele. Exceto que Lia não ficaria para ver.

- Dean... – ela pulou para a cama do caçador, surpreendendo. – Eu preciso de chocolate.

- O... O quê?

- Chocolate. Estou com desejo.

Dean arregalou os olhos, encarando-a.

- Você não está grávida, está?

- Claro que não! É mais pelo fato de eu ter sido possuída por um demônio, matado uma garota e estar me escondendo em um quarto de motel com dois caçadores. Tô pirando! Preciso de chocolate.

Dean a encarou por um segundo, franzindo a testa. Mas quando a garota emendou um "por favor" com uma carinha sedutora, ele não resistiu.

- Ok, kiddo.

Levantando-se, Dean pegou a chave do Impala em cima de mesinha. Lia correu até ele e tirou-lhe a chave das mãos.

- Tem um posto duas ruas atrás. Você pode comprar meu chocolate naquelas maquininhas. Posso cuidar perfeitamente da sua baby. Caminhar faz bem.

Mas a verdade é que Lia tinha outros planos para o Impala. Mal esperou que Dean virasse a rua e correu para o carro, jogando-se no banco do motorista. Era estranho dirigir um carro tão grande, mas ela precisou contar com a sorte para não causar nenhum acidente. Não podia se dar ao luxo de ser cuidadosa, precisava ser rápida.

--

Ao sair do banho, Sam encontrou o quarto vazio. Ele estranhou em um primeiro momento, mas, bem, se tratava de Dean. E Lia e Dean não estavam realmente fazendo qualquer trabalho para esconder a atração entre eles, então, talvez só tivessem procurado uma maneira de ficar sozinhos. Ao menos, ele poderia ter uma boa e tranquila noite de sono em uma das camas.

- Cadê meu carro? – Dean entrou gritando pela porta do quarto.

Sam não teve nem tempo de entender a cena pois rapidamente Dean reparou que mais alguma coisa, ou melhor, alguém, estava faltando naquele quarto.

- Filha da mãe!

Os dois correram para o estacionamento do motel e olharam para os lados, como se estivessem procurando por qualquer pista. Não encontraram.

- Isso não é bom. – Dean sussurrou.

- Vou procurá-la na faculdade.

- Faça isso. Eu tenho outros planos.

E sem ao menos se preocuparem com como chegariam em seu destino, cada um se encaminhou para um dos carros parado no estacionamento, prontos para fazerem uma ligação direta.

--

Estacionando o Impala de qualquer jeito na frente do seu prédio, Lia pulou para fora. Ela sabia que os Winchester não demorariam a encontrá-la, mas esperava que tivesse tempo o suficiente para conversar com Erick e descobrir o que ele tinha encontrado no computador da faculdade. Se fosse uma prova de que ela estava envolvida no assassinato de Amanda, ela precisaria estar sozinha com ele para poder se explicar. A presença de Dean e Sam não ajudaria. Erick odiava os Winchester, e a recíproca parecia ser verdadeira.

Já estava no último lance de escadas para o quarto andar quando a temperatura do ambiente caiu consideravelmente. Ela sabia o que falavam sobre o clima de Dallas, mas isso era demais. Usando os próprios braços para se envolver, continuou subindo cautelosamente, ignorando as luzes que piscavam.

- Ah, merda! – Ela exclamou quando chegou ao último degrau e teve uma boa visão do corredor.

Quando Lia ouviu de Dean que seres sobrenaturais existiam, ela aceitou facilmente porque esta seria a única explicação para as coisas que haviam acontecido com ela. Quando ela leu os arquivos de Sam em seu notebook, aquilo pareceu uma bela forma de trazer seus pesadelos a vida. Mas nada, nada poderia prepará-la para dar de cara com um fantasma. O fantasma de Amanda.

Ela se lembrava o que lera sobre espíritos vingativos. Eles surgiam de mortes violentas ou inesperadas e não conseguiam seguir em frente até que resolvessem seus assuntos inacabados. E era claro que o assunto inacabado de Amanda era Lia. Não adiantava tentar conversar, argumentar. Espíritos enxergavam preto no branco, sem tons de cinza. Para Amanda, Lia tinha a matado e ela queria vingança.

Com o coração acelerado e as pernas bambas, Lia tropeçou para trás e rolou por um lance de escada. O fantasma flutuou em sua direção tão rapidamente que ela mal se deu conta do que estava acontecendo. Por sorte, ela tinha sido esperta o suficiente para carregar uma faca de ferro na bota, que atingiu Amanda em cheio.

Lia sabia que o fantasma não demoraria a voltar. Então, ela colocou-se de pé e continuou a correr escada abaixo. Uma façanha bem difícil de se realizar quando ela definitivamente tinha torcido o tornozelo.

Quando já estava no último lance de escada, chocou-se com alguém. Sam vinha correndo pelo lado oposto. Ele a segurou e ela o abraçou, acalmando-se por um segundo antes de conseguir dizer:

- Amanda... fantasma.

Como se atraída por seu nome, o fantasma apareceu novamente, poucos metros de distância dos dois.

- Para o Impala, vai! Vou atrasá-la!

Mas Lia nunca chegou ao carro.

--

Gente, muito obrigada pelas visualizações, votos e comentários! Vocês são demais! E continuem deixando as opiniões de vocês, adoro saber!

O que será que aconteceu com a Lia? hahahaha