Ainda que seu rosto tivesse ligeiramente inchado e seu corpo todo arranhado, os remédios que Sam dera a Lia ajudaram a aliviar a dor que a garota sentia. Ainda era difícil falar, mas de resto, ela só lembrava que estava machucada quando se olhava no espelho.
Por isso, quando Dean passou no motel naquele fim de manhã para levar-lhe comida (Sério mesmo que ele tinha comprado x-burguer? Aquilo nunca desceria!), ela usou todo o seu charme para convencer o rapaz a levá-la para comer fora.
- Vamos lá, Dean! Um bar de beira de estrada me parece tão atraente agora!
Ele não aguentava olhar pra Lia e ver os hematomas. Não aguentava ver a marca de suas mãos estampadas no pescoço dela. Seu plano, era deixar o almoço de Lia no motel e cair fora para ajudar Sam. Mas como dizer não quando ele estava tão em dívida com aquela garota?
- Vamos lá.
Dean pediu um x-burguer. Lia pediu uma sopa gelada. Quando ele se deu conta de que aquilo era tudo que ela conseguiria comer, abandonou seu almoço e deixou a garota sozinha na mesa. Foi para o fundo do bar, onde havia um saco de boxe, e começou a descontar sua raiva.
Terminando sua sopa, Lia caminhou até Dean e segurou o saco do outro lado, ficando frente e frente com ele. O caçador havia tirado o blazer, afrouxado a gravata e tinha uma leve camada de suor no rosto. Ele apenas a encarava de volta.
O saco balançou levemente quando Lia o socou. Dean apresou-se em corrigir a postura da garota e ensinou a posição correta que sua mão deveria estar se ao dar um soco ela não quisesse quebrar o próprio polegar. Lia aprendia rápido, e tinha uma força surpreendente para uma garota de cinquenta quilos.
- Me ensina.
- A bater em um saco?
- A ser uma caçadora.
Dean deixou um sorriso irônico escapar.
- Você não quer ser uma caçadora. Isso não é vida para você.
- Tudo muda, sabe? É estranho. Quando você descobre que essas coisas estão lá fora, tudo muda. Eu nunca mais vou conseguir colocar a cabeça no travesseiro e ter um sonho bom, Dean. Eu sempre vou me lembrar daquelas garotas – ela interrompeu Dean antes mesmo que ele começasse. – Eu sei o que você vai dizer, que não fui eu. Mas ainda assim, aquele demônio está lá fora e não tem nada que você e Sam possam fazer.
- Nós não somos os únicos caçadores, Lia, ela vai acabar cruzando com alguém e não vai ter um fim muito bom.
- Ela não é a única. Demônios não são os únicos. Eu sei disso agora, Dean, como posso ignorar?
- Você não pode.
Dean entendia muito bem. Ele mesmo, algumas vezes, já desejou poder ignorar a vida de caçador. Poder levar uma vida normal, com uma garota normal. Talvez uma garota como aquela que lhe olhava. Mas uma vez que você entrava, você não podia sair. Eles não te deixavam sair.
Segurando o saco ainda mais perto de si, de forma que ele não balançasse. Dean olhou pra Lia e disse:
- Soque.
E Lia socou até os nós dos seus dedos esfolarem.
--
- Então esse shapeshifter que roubou sua forma... O que você fez?
- Nós lidamos com ele – Dean sorriu.
Já passava das duas da tarde quando Dean levou Lia de volta para o motel. Primeiro, ele pensou em ir atrás do irmão, mas provavelmente Sam ainda estaria interrogando os pais das vítimas. Então, resolveu ficar com Lia e conversar com ela sobre alguns casos pelos quais ele e Sam tinha passado.
- Chega de papo. Levante-se. Se quer ser uma caçadora, precisa saber se defender.
- Ok – ela disse.
Dean ensinou algumas técnicas iniciais de autodefesa. Lia queria mesmo era aprender a atacar. Eles se revezaram entre atacante e vítima por um tempo até que a garota começasse a sentir novamente as dores no corpo. Provavelmente era hora de mais alguns comprimidos.
Colocando todos de uma vez na boca, ela engolia os remédios de costas para Dean enquanto ele dizia algo sobre aproveitar o elemento surpresa.
- Tipo assim?
Enquanto a garota perguntava ela já virava com um soco preparado, que atingiu em cheio a face esquerda de Dean. Ela nunca achou que fosse realmente atingi-lo. Dean era rápido e experiente. Mas quando ele levou a mão ao rosto, surpreso, Lia se deu conta que tinha atingindo-o para valer.
- Ah, meu Deus! Dean! Desculpa!
Mas Dean dava-lhe um contragolpe, acertando-a com as pernas na altura do joelho e fazendo com que a garota perdesse o equilíbrio. Ela teria se estatelado no chão se o próprio Dean não tivesse amparado sua queda. Agora, ela estava de costas no chão, e Dean por cima dela.
- Você tem um bom soco – ele dizia. – Mas nunca perca o foco.
Mas ela não conseguiria mais prestar atenção em qualquer lição. Tinha atingido Dean Winchester no rosto!
- Me desculpa!
Erguendo uma das mãos, Lia segurou o rosto de Dean e acariciou com o polegar o local que havia ficado avermelhado. Dean imitou o gesto, acariciando o machucado de Lia, que já começava a ganhar um tom arroxeado.
- Eu sinto tanto.
- Não sinta. – Lia disse. – Você salvou minha vida! É meu herói!
Eles apenas se encararam. O peito de Lia subia e descia embaixo de Dean, devido a sua respiração acelerada, enquanto ele tentava se decidir se tomava ou não a atitude que queria.
Dean não era do tipo que pensava muito antes de agir, especialmente com mulheres. Mas Lia não era qualquer mulher.
- Dean... – Lia rompeu o silencio. – O que... O que a demônio disse sobre.. eu... você...
- Demônios mentem. Não se preocupe com isso – ele quase se levantou de volta antes que Lia pudesse continuar.
- Talvez exagerar. Mas mentir? Não dessa vez...
Os lábios de Dean foram intensos em direção aos de Lia e eles se beijaram como se não houvesse o amanhã, de uma maneira tão desesperada que beirava o histérico. Ela apenas relaxou embaixo dele, enquanto as mãos de Dean Winchester ganhavam espaço pelo seu corpo. Ele, liberou todo o desejo e a tensão que vinha sentindo a dias.
--
**OFF**
Oi gente!
Fico tão feliz em ver que vocês estão gostando da história! Por favor, continuem comentando e me contando o que estão achando! Ah, e votem no capítulo, me ajuda muito! <3
VOCÊ ESTÁ LENDO
Supernatural - Não era apenas mais um caso
FanfictionUma encruzilhada, um demônio, algumas mortes e uma garota bonita na cena do crime. Apenas mais um caso na vida de Sam e Dean Winchester. Exceto que esse caso vai mexer com alguns corações, inclusive o de Dean.