Capítulo 6 - Grite se precisar

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- Porque você está tão chocada, Lia? Você mal conhecia a Amanda.

Erick seguiu Lia para dentro do quarto da garota, sem ser convidado.

- Arrancaram o coração dela, Erick! Isso é... isso é...

- Doentio?

- No mínimo. De qualquer forma... Você a conhecia não?

- Estávamos em uma ou duas classes juntos. – ele se jogou na cama de Lia - Nunca conversamos muito. Ela não era lá... muito amigável.

- Erick... – ela disse, massageando a têmpora. Estava começando a ter uma pontinha de enxaqueca. – Eu gostaria muito de ficar sozinha... Não tive uma noite fácil e preciso descansar. E preciso muito de uma escova de dentes.

- Mesmo? O que fez essa noite, Lia? – ela odiava como as vezes ele soava ciumento com ela.

- Hum... Fiquei acordada fazendo uns trabalhos. Estou muito cansada.

- Você ficou acordada? Sabe o que eu acho estranho, Lia... Se a morte aconteceu durante a noite... Ela teria gritado, alguém teria ouvido. Você não acha?

- Eu...

- Você ouviu o grito da colega dela daqui?

- Sim, eu... Você também está naquele andar. Não ouviu nada durante a noite?

- Nadinha. Mas eu tenho o sono pesado, e dormi muito bem. – ele sorriu. – De qualquer forma, é algo que você pode mencionar com seu amigo agente.

- Ele não é meu amigo. – ela se rendeu, finalmente sentando-se ao lado de Erick. – Além do mais, ele é do FBI, sabe o que está fazendo.

- Muito estranho o FBI investigando um simples assassinato, não?

- Hum... – ela realmente não sabia o que dizer. – De qualquer forma, você não deveria ter falado com ele como falou. Ele é uma autoridade!

- Da qual ele claramente ele estava abusando estando com você no banheiro.

- Claro que não! – Não Angus pelo menos. Ele era um cara tão educado que beirava o fofo. Por outro lado, se fosse Young... – Você não devia ter dito que é meu namorado. Mentir assim pro FBI!

Erick deixou um risinho escapar.

- Não é como se você estivesse envolvida em uma investigação! – Só que ela estava. – Além do mais, você sabe que eu seria. Se você quisesse. – ele procurou a mão de Lia, que delicadamente o afastou.

- Somo bons como amigos, Erick. Você sabe disso.

Ele bufou e se levantou.

- Erick...

- Grite se precisar de mim. – ele tentou fazer uma piada, mas Lia não achou graça.

Quando o garoto saiu, ela foi direto ao cesto de roupas sujas no banheiro. Sua camisola da noite passada não estava lá. Angus tinha entendido o recado. Ela precisava saber a verdade. Precisava saber se tinha matado Amanda. Só a ideia fazia seu estomago revirar novamente. Sorte não ter mais nada para vomitar.

Exausta, Lia escovou os dentes e tomou um banho rápido. Ela esfregou a pele até ficar vermelha pela agressão. Queria se livrar de qualquer resquício de sangue que ainda pudesse estar grudado nela. Queria se livrar dos pensamentos que estavam se formando em sua mente. Não sabia se queria suas memórias de volta, mas com certeza precisava saber a verdade.

Ela seria presa? Talvez fosse mandada para um hospício. Estaria louca? Perder a memória assim não é normal. Matar uma pessoa não era normal!

Quando voltou para o quarto, encontrou um bilhetinho no criado mudo com o telefone do Agente Angus. Ele dizia para ela entrar em contato se tivesse algum problema.

Deitou-se. Ela podia não se lembrar de ter estado acordada, mas seu corpo estava cobrando a noite sem dormir. Estava com sono, mas tinha medo de adormecer. Felizmente, ou infelizmente, ela não conseguia mandar mais no seu corpo naquele momento. Apagou, com o bilhete ainda nas mãos. 

Supernatural - Não era apenas mais um casoOnde histórias criam vida. Descubra agora