Capítulo 29

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5 anos depois:

Respirei fundo e entrei no cemitério. A cinco anos venho visitando este lugar frequentemente.

Ethan estava enterrado ali. Bem ali. Por minha culpa.

No começo foi difícil, não queria comer, sair de casa, ver ninguém. Só queria ficar ali, sentindo a minha dor.
Tinha pesadelo com a cena quase todas as noites. E acabei ficando doente.

Então resolvi fazer a minha primeira visita a ele.

Vim no cemitério e fique horas sentada na frente de seu túmulo chorando e pedindo perdão.

Foi então quando eu decidi fugir. Sair. Viajar o mundo e tentar esquecer tudo que aconteceu no meu passado.

Tenho que confessar que sinto saudades de quem deixei pra trás, e que ainda sinto a dor.

Depois de algumas horas sentada em seu túmulo, contando tudo o que tinha acontecido comigo naquele mês, levantei e sai dali.

Apesar de voltar a minha cidade Natal nunca voltei para casa. Nunca mais vi meu pai, meu irmão, Ana, Lucas e nem Patch.

Eu queria fugir deles.

Não queria que mais nada acontecesse com eles.

Estando longe eles estariam seguros.

Entrei no meu carro e acelerei.

Todo mês, eu vinha visitar Ethan. Não importava onde eu esteje eu sempre venho visitá-lo no final do mês.

Passo horas ali, contando tudo o que passei, minha novas aventuras, tudo.

Meu celular começou a tocar.

Atendi.

- Alô?

- Mel? Onde você está? - perguntou Gabi.

Gabi era uma amiga minha, conheci ela na Índia, e nunca mais nos separamos.

Claro, ela é uma humana normal. E claro, eu não contei nada a ela.

- Vim visitar um amigo meu - disse.

- Ah é verdade - disse ela - Tinha me esquecido que você vai prai todo final de mês.

- Sim - respondi.

Olhei para frente e vi que o sinal estava vermelho. Parei o carro.

Olhei para o lado. Meu coração parou.
Ver ele, depois de todos esses anos era... Estanho.

Patch estava ali.

Parado, conversando com uma garota alta de cabelos pretos.

Ele estava sorrindo.

Como se percebesse que estava sendo observado olho para os olhos.

Dei graças a Deus que o vidro do carro era escuro e não dava pra ver direito.

O sinal abriu e acelerei o máximo que pude.

Lembranças vieram em minha mente, fazendo meus olhos encher de lágrimas.

Uma forte dor de cabeça me atingiu.

Fechei os olhos tentando fazer passar e ignorar a voz de gabis no celular chamando meu nome.

Quando abri, vi um caminhão vindo em minha direção.

Com um movimento rápido virei o volante, fazendo carro bater em um poste.

Com o impacto fui jogada pra frente. Minha cabeça bateu no volante.

Droga!

Tirei meu cinto com um pouco de dificuldade e sai do carro.

InalcançávelOnde histórias criam vida. Descubra agora