Capítulo Seis

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Faziam três dias que Tóquio não via e nem falava com Alex. Estava preocupada, pois ele não apareceu na aula. Não tinha o número dele e nem sabia onde morava. Então sua única escolha era esperar.

Passaram mais três dias, e nada de Alex no colégio. Onde será que ele havia ido? Será que desistiu mesmo? Por quê não avisou ela? Foi aí que ela lembrou da mensagem "Se prepare."

Correu para o celular e achou o número desconhecido. Foi para o lugar onde tinham se falado pela primeira vez e ligou. De início, não dava em nada, só chamava e chamava. E quando ela estava prestes a desistir, alguém atende o telefone, e uma voz baixa, um pouco distante diz:

Desconhecido

- Quem é?

- An... É o Alex?- pergunta ela.

- Sim.- a voz responde.

Tóquio fica aliviada, mas algo em sua voz não está normal.

- Até que enfim, Alex. Aconteceu alguma coisa? Por quê sumiu?- fala ela meio brava.

Ele demora um pouco...

- Você não podia ter me ligado, Tóquio.- responde num tom opressivo.

- O quê?- pergunta ela. - Por quê não?

- Apague este número, e não ligue mais. Vou te achar.- respondeu e desligou.

Tóquio ficou sem entender, mas fez o que ele pediu e aguardou ansiosa o encontro dele.

Sexta e sábado passaram, e novamente ela não tinha notícias de Alex. Ele disse que a acharia, mas não havia visto ele.

Estava ouvindo um rock de que gostava quando sentiu, novamente, aquele líquido quente. Logo percebeu que algo aconteceria. Se sentou e fitou sua janela. Foi então, que viu Alex e num pulo, se levantou rapidamente.

- Alex! Até que enf...

- Shhh! Ninguém pode saber que estou aqui!- diz ele.

- Mas por quê?- pergunta ela num coxixo.

- Porque eu preciso te levar. Hoje.- responde.

Ele entra no quarto enquanto ela tenta processar aquilo. Ele estava falando que ia levá-la, mas e sua mãe? Não podia simplesmente ir.

- Você só pode ter ficado maluco. Nunca que eu vou sair daqui e deixar minha mãe com meu...- ela se interrompe. - Aquele monstro.

- Escuta.- diz Alex com as mãos no rosto dela. Aquele jesto a fez sentir algo, como borboletas no estômago. - Precisamos te levar daqui. Eu preciso cuidar de você.

Ela o encara em dúvida.

- Olha, seu pai já mandou alguns caras atrás de mim. E com certeza vão vir atrás de você. E eu não me perdoaria se deixasse você ser levada.- diz ele melancólico. - Eu vou te ensinar a usar e controlar seus poderes. Agora, por favor Tóquio, não me diga não.

Aquilo mexeu com ela, nunca, ninguém havia dito coisa igual.

- Mas... Minha mãe.- diz ela com lágrimas formadas nos olhos. Era a primeira vez que se deixava levar perto de alguém. Nunca, nem perto de seus pais, fazia isso. Mas algo em Alex a fazia se sentir segura. Então algo inesperado aconteceu. Alex a puxou para perto de si, lhe dando um beijo carinhoso na testa.

- Não se preocupe Tóquio. Eu prometi que cuidaria das duas, e se preciso for, dou a minha vida por isso.

Aquilo a acalmou. Gostava dele, gostava mesmo. E nunca havia sentido algo parecido com outro garoto. Ela levantou o olhar e encarou seus olhos verdes.

- Tudo bem.- disse ela.

Ele abriu um sorriso largo e disse:

- Então pegue o que precisa, e vamos.

Ela fez. Pegou roupas limpas, roupas íntimas, sua escova de dentes e parou na frente de Alex. Mas uma pergunta surgiu em sua cabeça. Como sairiam dali e para onde iam?

E, como se lesse seus pensamentos, Alex disse:

- Não se preocupe com isso também.

Ele seguiu para a janela, abrindo-a. E então ele fez algo estranho. Começou a mexer as mãos e coisas estranhas, como pequenas bolhas começaram a se formar. Aquilo espantou Tóquio, pois iam ficando cada vez mais maiores e quando ele acabou, havia duas bolhas grandes do lado de fora da janela.

- O que... O que são essas... Coisas?- pergunta ela gaguejando.

Alex ri. - Esses são os meus poderes. Posso flutuar e fazer bolhas de plasma.

- Bolhas de... Plasma? O que isso faz?- ela ainda não confiava naquilo.

- Ora Tóquio. Elas mantém coisas que estão dentro protegidas, seguras. E isso faz com que o lado externo seja impenetrável.- disse ele com um ar de orgulho voltando-se a elas.

- Alguém mais vê isso?- pergunta Tóquio.

- Não. Só quem eu quero que veja, vê. Não se preocupe, já disse que vou te proteger.- disse ele com um sorriso torto. O sorriso que atraía ela.

Tóquio deu uma última olhada no quarto e pôs um papel, no qual havia deixado para a mãe, escrito: "Não se preocupe comigo. Eu sempre vou amar você, mãe. Se cuida! Tóquio."

Entrou em uma das bolhas com a ajuda de Alex, e como num piscar de olhos, ela já não via mais a sua casa. Ela esperava que ficasse tudo bem. Tá, que estava com Alex e ele havia prometido que a protegeria, mas ela ainda estava com medo. Olhou para Alex que retribuiu e tentou descansar, pegando no sono.

Fogo em Tóquio Onde histórias criam vida. Descubra agora