Capítulo Cinco

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Tóquio estava inquieta. O que seu pai faria a sua mãe? Ele era um assassino e ela nem havia descoberto. Como ele pôde ser tão cínico? Ela não sabia.

Olhava para o relógio aflita, e as horas não passavam. Batia os joelhos um no outro e roía as unhas até a carne. Quando olhava para trás, via Alex tão calmo que a irritava. Como ele pode estar tão calmo com o que pode acontecer a qualquer momento? Ela não aguentava mais e acabou falando em voz alta, interrompendo seu professor de física.

- Ai, pelo amor de Deus! Por quê está porcaria de relógio não vai mais rápido?!- ela se calou e logo sentiu o rosto esquentar.

Mas ele esquentou mais ainda quando ela ouviu a voz de Alex:

- An... Desculpe professor, hoje é aniversário da mãe dela. Por isso a ansiedade. Por favor, o senhor poderia continuar? Estou interessado.

Ela o fitou com olhar de agradecimento que ele respondeu com um sorriso amarelo. Ele era tão seguro, tão... Responsável. Agora ela havia entendido o por quê dele estar ali para salvar sua mãe.

Finalmente, as aulas acabaram e eles foram voando para casa. Chegando lá, Tóquio começou a vasculhar a casa com os olhos arregalados e chamando sua mãe. Mas quanto mais ela rezava, mais as coisas ficavam ruins. Quem apareceu na sua frente de supetão foi Mitobe. Ela parou quase pulando para trás, mas Alex estava lá, com o rosto sério, encarando seu pai.

- Pai?- disse ela com um pouco de medo.

- O que foi menina? Por quê está procurando sua mãe? E quem é esse garoto?- ele parecia impaciente, e isso fez com que ela ficasse com mais medo.

- Quero saber onde ela está, e este é um amigo, que no caso, não lhe interessa. Se me der licença, estou procurando minha mãe.- ela esperava que soasse mais firme do que ela havia imaginado.

- Você não ouse falar assim comigo!- respondeu seu pai, logo levantando a mão, mas sendo parado no ar.

Alex havia segurado a mão dele e olhando furioso para Mitobe, disse:

- Você que não ouse pôr as mãos nela.

Tóquio ficou branca quando viu e ouviu tudo aquilo. E pareceu que Mitobe também. Isso fez com que ela sentisse uma pequena alegria dentro de si. Queria ficar ali para ver o que aconteceria, mas tinha que procurar sua mãe.

- Vamos parar de perder tempo. Precisamos falar com a minha mãe.- disse. - Com licença.

E saíram deixando Mitobe com uma cara indignada. Com certeza nunca haviam enfrentado ele.

- Tente ligar para ela.- disse Alex interrompendo seus pensamentos.

- Tudo bem.- respondeu.

Desbloqueou o celular e correu para o número da mãe. Ligou e esperou um pouco, até que a voz de Johanna a aliviou.

Mãe

- Oi filha!

- Mãe!? Onde a senhora está? Precisamos nos encontrar.

- Ah, estou no mercado, mas o que quer falar de tão sério assim Tóquio?

- Não posso falar por telefone, mãe. Mas tem uma pessoa que a senhora precisa ouvir.

- Você está me assustando, mas me encontrem na lanchonete do Charlie's. Além de você me contar o que está acontecendo, podemos comer algo.

- Tudo bem mãe, daqui 15min, ok?!

- Tudo bem.

Tóquio aliviou-se e contou tudo para Alex.

- Então precisamos ir logo.- disse ele.

- Tudo bem então, vamos.- respondeu.

Eles chegaram em 5min na lanchonete, não era muito longe da casa de Tóquio, por isso chegaram tão rápido. Mas isso só fez com que ela ficasse ainda mais aflita, o que logo passou quando viu o rosto de sua mãe vindo na direção deles sorrindo.

- Olá!- disse Johanna, se sentando e comprimentando Alex.

- Oi.- respondeu ele.

- Então filha, o que há de tão grave que precisa me contar?- perguntou Johanna curiosa.

- Quem vai lhe contar tudo é ele.- disse Tóquio se referindo a Alex.

- An...- pigarreia ele.- Meu nome é Alex Ching. A senhora não me conhece mas eu sou enviado de Tóquio. Meu mestre me disse para vir protegê-las, e é o que vou fazer.- disse ele um pouco tímido.

Johanna olhou para ele e logo soltou uma risada irônica.

- O que disse foi muito gentil, Alex. Mas do que você veio nos proteger? E você não é novo de mais para isso?- disse ela.

Alex a olhou e depois olhou para Tóquio. Se virou novamente para olhar Johanna e soltou a respiração que estava segurando.

- Agora entendi porque Tóquio não acreditou de primeira.- disse ele.

Então ele explicou tudo para Johanna, que ouvia atentamente, mas vez ou outra se mostrava incrédula. Quando Alex terminou, esperou um pouco para que ela o respondesse.

- Bem, não posso dizer que acredito, mas acho que um garoto como você, não inventaria uma coisa dessas.- disse ela suspirando. - Sinto muito Alex, não precisamos de ninguém para nos proteger.- disse ela se levantando.

- Vamos Tóquio. E por favor, não volte a importunar minha filha com uma estória tola como esta. Boa noite, Alex.- e saíram de lá.

Tóquio olhou para trás para ver Alex mais uma vez. Ele fez algo estranho, como se estivesse lhe dizendo alguma coisa, que, se fosse outra pessoa, não teria entendido. Mas Tóquio, entendeu.

"- Não se preocupe. Eu vou dar um jeito."

E foram embora.

Fogo em Tóquio Onde histórias criam vida. Descubra agora