* Thomas
Fazia duas horas que estávamos dentro do carro, e ninguém tinha falado nada.
Elizabeth, que estava no banco de trás, olhava para a janela, como se estivesse esperando algo acontecer, a mesma coisa com Josh, que estava ao meu lado.
- É minha impressão ou vocês estão esperando alguma coisa acontecer? - perguntei.
- Não é impressão - Josh respondeu.
- O que estão esperando acontecer? - questionei.
- Isso é uma longa história - Elizabeth falou baixinho. - Depois falamos sobre isso.
De repente eu senti estar sendo seguido, e olhei pelo retrovisor, talvez seja loucura...
- Estamos sendo seguidos. - Elizabeth disse. - Pare o carro Thomas.
- Por que? - falei parando o carro. - Se estamos sendo seguidos...
- Fiquem no carro - Elizabeth falou saindo do carro.
- O que? - me assustei e tentei sair do carro, mas Josh me segurou.
- Só observe - ele disse sério.
* Elizabeth
Saí do carro, já sem paciência, e encarei as duas pessoas na minha frente.
- Olá, criança - o homem falou - há quanto tempo.
- Nós matamos seus pais, se lembra? - a mulher sorriu diabolicamente - Vai ser a mesma coisa com você.
Eles se transformam em lobos e vieram em minha direção.
Eu realmente estou sem paciência hoje.
Ouvi a conversa que rolava dentro do carro, e Thomas não parecia muito feliz:
T - O que ela está fazendo, por que ela não se transforma?!
J - Ela acha que não é necessário para acabar com esses imbecis.
T - Ela é maluca.
J - Ela é sua companheira, e automaticamente problema seu.
T - Ela minha companheira, mas também é sua irmã! Como pode ficar tão calmo?!
J - Exatamente por ela ser sua companheira, e minha irmã.
Depois resolvi prestar atenção nos dois lobos na minha frente.
Um atacou primeiro, e eu o parei com uma mão.
- Não me subestime - murmurei enquanto quebrava o pescoço dele.
O que sobrou resolveu me atacar, e percebi que era macho, por isso era mais forte.
Dei socos e chutes consecutivos, que fez ele vomitar sangue.
E por fim o matei arrancando seu coração.
- Que nojo - resmunguei soltando o coração, e depois rolei os dois corpos para uns arbustos altos que tinha perto da estrada.
Voltei pro carro, e Thomas me encarava.
- Que foi? - perguntei.
- Como conseguiu lutar com eles sem se transformar? - ele questiona.
- Longa história - falei e ele revirou os olhos - Isso é sério Thomas, essa história realmente é longa... E... Dolorosa.
Ele me encarou com um pouco de culpa no olhar.
- Não faça esse olhar. - murmuro - Você não tem culpa.
+++
- Que casa linda - falei entrando nela. - Na verdade, isso nem é uma casa, é uma mansão...
- Uhum... - Thomas me ignora e se joga no sofá.
- Thomas, Elizabeth, eu vou embora - Josh avisou - vou ver como Rachel está.
Ah sim, Rachel é a companheira dele...
- Eu quero ser tia - resmunguei - Ande logo e me dê um sobrinho.
- Eu quero ser tio - ele diz e encarou Thomas - Ande logo e me dê um sobrinho!
- Josh! - corei.
- Pode deixar - Thomas fala.
- Thomas! - reclamei.
Josh riu e foi embora.
Sentei no sofá, e Thomas deitou sua cabeça no meu colo.
Fiquei passando minhas mãos pelos seus cabelos, até que ele resolveu falar:
- Você é linda, sabia?
- Sei... - debochei - Eu nunca fui linda, ok?
- Você pensa errado - ele diz - Você é linda...
- Não começa - murmurei corando e ele ri.
- Nunca te vi sorrir - ele comenta - Por que não sorri?
- Não tenho motivos para sorrir - uma lágrima desceu - Não mais.
- Vai ter motivos então, a partir de agora - ele fala enxugando as minhas lágrimas - o motivo começa com Eu e termina com Thomas.
- Convencido - revirei os olhos.
- Realista - ele me corrigi e me dá um beijo na testa. - Aliás, segunda-feira você começa a estudar.
- De um inferno... Para o outro? Você quer me matar?! - me irritei e ele riu.
- Relaxa, tem alguns alunos que são da minha alcatéia - ele diz.
- Vão te chamar de pedófilo - avisei e ele riu mais.
- Que tentem - ele disse - Vou avisando que tenho boa audição, melhor que o normal.
- Tá, enfim... Onde é o meu quarto? - perguntei.
- Seu quarto?! - ele repete e me pega estilo noiva - Na verdade é nosso quarto.
- Fala sério - resmungo.
- Estou falando sério - ele diz me levando pro quarto e me colocando na cama.
Peguei o travesseiro e joguei nele.
- Por que fez isso? - ele perguntou tirando o travesseiro da cara.
- Deu vontade - fiz uma cara inocente.
- Uhm... - ele deu um sorriso malicioso. - Então eu também vou fazer o que me der vontade...
Então ele pulou e caiu sentado em mim.
Depois dele dar um sorriso safado, ele me beijou.
Eu odeio esse cara.
E odeio mais ainda... O fato de eu estar gostando do beijo.