Marina sabia quão difícil seria passar pelo portão de ferro. Chegara um dos dias que ela mais temia. O primeiro dia de aula na nova escola. Sabia quão difícil seria enfrentar tantas pessoas desconhecidas a olhando. Ainda sentia-se desapontada pela conversa que tivera com os pais na manhã do dia anterior. Ao passar pelo primeiro corredor, sua boca tremia. O medo do desconhecido quase a fazia desistir. Todos os olhos estavam voltados para ela. Marina abaixou a cabeça e continuou andando. De repente, sentiu algo bater levemente em suas costas. Assustada, temeu em olhar para trás, mas para seu alívio, o que parecia que seria algum garoto malvado sem nada melhor para fazer do que brincar com corações desolados, era um garoto simples. Pelo menos lhe pareceu de bom coração. Ele tinha os cabelos lisos de um marrom quase preto. A pela morena clara. Usava óculos e aparentava timidez.
O garoto cumprimentou Marina com uma delicadeza de se admirar.
Ele perguntou:
- Você é nova aqui, não? - Sou, sim. - respondeu Marina um um pequeno sorriso. O garoto continuou: - E... qual seria o seu nome? - Marina. - três segundos de silêncio. Ela sem saber o que mais falar. Ele cheio de expectativa. - Ah, me desculpe. Você. Como você se chama? - A voz dela não saiu tão alegre quanto queria. - Prazer. Eu sou o Miguel. - o garoto disse, coçando a orelha. - Você me parece inteligente. Com isso, Miguel fechou-se.
Contido, respondeu, como se tivesse medo daquela pergunta:
- Sou inteligente, mas... eu sou meio tímido. Tenho poucos amigos. Algumas pessoas aqui da escola não gostam de mim. Marina sentou pena dele, mas lembrou como sua vida também era solitária. Pelo menos, com o ritmo da conversa, eles teriam futuro como amigos. Mas ela poderia confiar em um desconhecido? Passou a achar que sim.
- Não pode ser. Você parece ter um coração tão bom.
Miguel percebeu o jeito distante que Marina falava. - Marina, você está bem? Tentando esconder sua tristeza, ela logo disse: - É só o meu jeito. - Tudo bem. Vamos comigo. - o garoto achou melhor não insistir. Também deixaria seus problemas de lado.
- Quer conhecer a escola? - perguntou, um sorriso de volta no rosto.
- Eu preciso conhecer! - Marina exclamou, sem mostrar-se rude. Enquanto andavam pelos corredores, descobriram que eles dois tinham 16 anos e que estudariam na mesma turma do segundo ano. - Vem, Marina. Agora vamos conhecer a nossa sala. - Miguel não perdeu tempo. todo feliz por ter conhecido uma nova amiga a arrastou para a sala de aula.
- Eu estou nervosa, mas vamos - Apesar da voz calma e sem muito intusiasmo, Marina estava se sentindo bem. Mal reparava nas pessoas ao redor. No meio do caminho Miguel parou. Uma coisa não lhe saía da cabeça. - Por que você fala assim? - ele perguntou. Marina voltou a ficar nervosa, mas respondeu um tanto misteriosa: - Acredito que um dia você terá uma boa resposta. O garoto continuou pensativo. Naquele momento o sinal tocou e uma coisa os impediu de continuar o trajeto. Era Kill, o bad boy da escola, que acabara de esbarrar junto com seus comparsas Kevin, Sean e Daniel em Marina. Caída no chão, envergonhada com tantas risadas perversas, Miguel ajudou ela a levantar-se. Ao olhar profundamente em seus belos olhos azuis, com seus cabelos ruivos que movimentavam-se como ondas e uma pela clara como neve, ele sentiu pela primeira vez uma coisa diferente por uma garota. Apesar da idiotice, Kill também ficara impressionado com a beleza de Marina. Ele foi embora. Marina começou a chorar, abrigando-se nos braços de Miguel. Ela perguntou, vendo Kill ir embora como se não tivesse feito nada: - Quem é ele? Nervoso, com o corpo dela tão junto ao seu, Miguel respondeu:
- Kill, sem alma e coração. Ele sempre dá um jeito para que os novatos passem vergonha. Ele é um completo idiota. Isso também já aconteceu comigo. Quando Marina ficou calma ou o mais perto disso, foram enfim para a sala de aula. Ao entrarem, deram de cara com Kill e os outros: Kevin, Sean e Daniel.
No refeitório, Marina começou a perder o medo, mas olhares tortos ao redor não queriam deixá-la. Miguel pediu para Marina ficar tranquila enquanto ele ia ao banheiro.
Era o intervalo. Kill estava em uma mesa afastada e não parava de olhar para a garota triste. Isso irritava Kevin, Sean e Daniel. Sem perceber, olhando para os lados, Marina o avistou. Ficou tão nervosa que quase derrubou o copo de suco de maçã que segurava. Aquele olhar vindo para ela a fez ficar fraca. Então, prevendo que Kill não poderia aproximar-se dela nos próximos dias, Marina desmaiou. Continuava caída no chão. Ninguém mexia um dedo para ajudá-la. Uma garota negra entrava no refeitório. Tinha cabelos cacheados e volumosos. Presos em um rabo de cavalo. Seus olhos verdes brilhavam como raras esmeraldas. Lia um livro. Andava tranquilamente. Não conseguia largar a leitura, até que, ao tirar os olhos das folhas amareladas por um segundo, procurando onde sentar-se, avistou uma garota de cabelos ruivos caída no chão frio. Mesmo desacordada, pegou a garota de cabelos ruivos nos braços desajeitadamente e a sentou na cadeira mais próxima. Só quando jogou água em seu rosto, a garota abriu os olhos. Assustada, apenas disse que estava com uma forte dor de cabeça. Miguel voltou do banheiro alguns minutos depois. - O que aconteceu? Marina, você está bem? - Ele perguntou preocupado.
Por sua vez, Marina continuou calada. A dor de cabeça era ainda mais forte.
- Alice, o que ela tem? - Miguel recorreu a garota negra que aparentava ter ajudado Marina. - Mas... Miguel, você conhece ela? - Alice perguntou surpresa. - Sim. Eu e a Marina estudamos na mesma turma. - Legal! Se ė sua amiga também é minha. - Agora eu preciso saber. Por que ela está assim? Alguma coisa aconteceu. Com calma, Alice relatou: - Eu entrei no refeitório lendo meu livro toda confusa com o rumo que a história estava tomando quando avistei ela deitada no chão. Desacordada. Então como ninguém percebeu ou simplesmente ignorou, era meu dever ajudá-la. Com esforço, sentei ela na cadeira e joguei um copo de água no rosto dela. - Um o que? - Não tinha como ela acordar senão assim. Enfim, ela só disse que estava com uma forte dor de cabeça e depois disso não falou mais nada. - Eu tenho que ir buscar remédio. Miguel mantinha-se preocupado - Fique aqui com ela enquanto eu volto. Ele já dava as costas quando Marina falou, depois de tanto ficar calada: - Miguel, não precisa. Já tá passando. - Marina sabia que não precisava daquele tipo de remédio. - Tem certeza? - Eu sei que vou ficar bem. - Não é o que parece. - Disse Alice, vendo a palidez da garota. Antes de algum deles dizer mais alguma coisa, Kill apareceu junto com seus comparsas. Ele não socorreu Marina e agora resolvera prestar solidariedade, mas antes dele dizer uma só palavra, ela soltou, um tanto com raiva: - Kill, você precisa ficar bem longe de mim. Sem entender, o garoto rebelde quis saber, em seu tom de voz cheio de ignorância:
- Por que não me deixa me desculpar antes de tudo? - Que eu lembro, ninguém me ajudou quando eu estava caída aqui no chão. E eu acho bom você seguir o meu conselho. Não é nada contra você, mas...
Em meio à um silêncio que formou-se, Alice declarou, os braços cruzados: - Garoto chato. Não ouviu o que ela disse? Vai Kill, Você já fez seu trabalho por hoje. E ele e os amigos voltaram para o fundo do refeitório. Com o fim do intervalo, os alunos voltaram para suas salas. Marina e Miguel deixaram Alice, que estudava em outro corredor. Alice tinha 17 anos e estudava no terceiro ano. Eles não esperavam, mas lá estava Kill sentado na cadeira de Marina. Depois da visão que tivera, Marina estava disposta a manter-se longe do garoto rebelde, mesmo ciente de quão difícil seria. Afinal, eles passariam o resto do ano estudando na mesma turma.
Ao contrário dela, Miguel aproximou-se de Kill. Ele perguntou, mais confiante do que na verdade era: - Você não se cansa disso? Esse é o lugar dela, e todos sabemos que o seu é lá atrás. O que Marina menos precisava era de confusão. Kill não deixaria pra lá. Miguel não devia ter se metido com ele. Quem era ele para dar ordens em Kill? Sentindo-se o dono do mundo, postou-se diante do garoto que usava óculos. - O meu assunto é com ela. - Olhou para Marina. - Olha pessoal, o duende não quer me dar licença. Mais da metade da sala caiu na gargalhada. Em seguida, o bad-boy empurrou Miguel que caiu desajeitado no chão. Os risos pararam. Marina correu ajudar o amigo. Lá do fundo da sala, Kevin gritou, acompanhado por Sean e Daniel: - Isto é pra você aprender seu demente. Inconformada, após ajudar Miguel levantar, Marina desabafou: - Nossa, como doi saber que o mundo está cheio de pessoas como você.
Sentindo orgulho do que fizera, Kill rebateu:
- Como eu? Essa é brincadeira. Marina não demorou a responder. - Pessoas desumanas e más. - Ela concluiu.
Num impulso, Miguel a abraçou.
Talvez, sentido com as palavras de Marina, Kill não insistiu. Acabada a cena, cada um sentou-se em seu lugar. Mas com isso, Kill pensou já ter em mente como conquistá-la. Miguel e Alice sempre voltavam juntos para casa. Naquele dia não seria diferente. Além de vizinhos, eram melhores amigos. Moravam próximo à escola, então o trajeto de ida e de volta era à pé.
Miguel convidou Marina para acompanhá-los. Assim eles poderiam se conhecer melhor. Alice os esperava na frente da escola. Dentro de seu belo carro, óculos escuros cobrindo os olhos e realçando os cabelos louros e lisos penteados para trás, Kill via Marina indo embora. Metros distantes, ele gritou: - Até amanhã garota dos cabelos ruivos. Marina olhou para trás, sem acreditar no que ouvia, mas não criou nenhum tipo de diálogo. Miguel e Alice acharam aquilo um absurdo, não dando-se o trabalho de parar.
No trajeto, Marina acabou descobrindo que nem só ela podia ser triste. Todo mundo tem uma tristeza escondida no olhar. Apesar de estar sempre sorrindo, Alice sentia dor pelo que acontecera no passado.
Ela sentia tanta falta dos pais. Quando tinha apenas oito anos de idade, eles morreram em um trágico acidente de carro. Foi difícil para Alice superar. A imagem dos rostos dos pais, de tantas lembranças boas. Foi nos livros que Alice encontrou seu maior conforto, porém, era lembrar que tivera pais tão bons que a garota de pele negra sentia-se triste. Foi o que aconteceu quando Marina, sem nenhuma intenção alguma de magoá-la, perguntou como eram seus pais. Com a morte deles, Alice pensou que o mundo também tinha acabado para ela, mas descobriu uma coisa: Quando o amor não vem, os depressivos se esquecem. O mundo espera ser redescoberto por aqueles que deixaram de amar, de tentar, de lutar. Alice morava com a tia Rosa na desde então. E assim, conheceu Miguel.
Vendo como Alice ficou abalada, Marina pediu desculpas. Não demorou, despediu-se dos novos amigos e seguiu caminho sozinha.
Perdida em seus pensamentos, Marina sentiu-se seguida. Com medo, pois olhava para trás e não via ninguém, cruzou os braços e começou a andar rápido. Ao chegar na frente de casa, suspirou aliviada. Ela não conseguiu ver, mas Kill a seguira até ali. Queria saber onde ela morava. Satisfeito, o garoto tomou seu rumo.
Marina subiu direto para o quarto. Não estava disposta a encontrar com os pais. Ao deitar-se na cama, ouviu batidas na porta. Era a mãe. - Filha, abre a porta. Nós precisamos conversar. - disse Verônica, inutilmente. Marina não queria conversa. - Como foi na nova escola? - A mãe ainda insistiu. Ela continuaria insistindo, se Marina não tivesse dito: - Eu não quero ver ninguém. Mãe, por favor, não volte a me incomodar. Eu estou cheia de tudo isso. A voz saiu mais rude do que ela esperava. Não demorou, ouviu os passos da mãe pela escada.
A garota triste ficou ali, naquele quarto que tinha tudo, mas que para ela não significa quase nada. Foi para a janela. Via pessoas passando, esbanjando felicidade. Crianças risonhas de bicicleta. Mães voltando de supermercados. Velhinhos de mãos dadas atravessando a rua. Era difícil ver e não poder sentir. É que havia uma ferida por dentro, um imenso buraco negro e vazio cravado em seu coração.
Ignorada, Verônica resolveu deixar Marina de castigo. A consciência pesada da mulher e do marido não os deixavam ver a filha feliz. Toda vez que os questionava, Marina sentia que faltava algo. Quando eles diziam fique calma e vai passar na verdade estavam escondendo motivos. Era como se ela não tivesse alma e nunca pudesse sentir.
Marina não aceitava o fato de ficar de castigo trancada em seu quarto. A angústia e insatisfação transformaram-se em pensamentos ruins. Uma nova dor de cabeça eclodiu nela. Marina passou a gritar, deitou-se no chão. Seu corpo parecia estar sendo movimentado desesperado por outra pessoa. Verônica ouvia o desespero da filha da cozinha. Largou um prato vazio no chão e correu para a socorrer, mas nada podia fazer, visto que a porta encontrava-se trancada. A mãe batia na porta, chamava pela filha, que continuava gritando do lado de dentro. Depois de muito tempo Verônica desceu as escadas e trêmula, ligou para Robert. O pai chegou e Marina continuava a gritar. Era assustador ouvir seu sofrimento. Encontrou a mulher chorando no sofá. A abraçou rapidamente e correram escada acima. Antes de chegarem ao quarto de Marina, os gritos cessaram. Eles pararam. Um olhou para o outro. Apertando bem as mãos, chegaram à porta. Não falaram nada. Robert jogou todo seu peso sobre a porta e então viram como a filha estava. Verônica chorou ainda mais. O pai tirou Marina do chão frio e a levou para a cama. Ela tremia, as roupas rasgadas, os cabelos bagunçados. Sinais de que tinha arranhado a pele a puxado os próprios cabelos. Com o mínimo de forças que lhe restava, pediu para os pais se retirarem. Queria ficar sozinha. Já de volta à sala, infeliz com a triste situação da filha, Verônica disse: - Está vendo a que ponto a nossa filha chegou? - Eu, Nós sabemos que é triste, mas Verônica... O que nós podemos fazer? Nós dois sabemos muito bem que nada nem remédio nenhum pode curá-lá. Até um padre já tentamos em Reidh. Você viu, também não adiantou. - Robert disse. Apesar de não chorar, mostrava-se triste.
- Se não fosse por esse maldito segredo... Robert, nós temos que contar para ela. - Verônica ameaçou, secando as lágrimas nas mangas longas da blusa, mas o marido pretendia nunca dizer nada. Tinha certeza que Marina não os perdoaria, principalmente pelo que fizera dois anos antes dela nascer. Ele rebateu: - Ela é sensível, Verônica. Não podemos fazer isso com ela. Depois de tantos anos, acha que ela nos perdoaria? A mulher não concordava. Marina estava muito cansava da vida amaldiçoada que levava. A mulher, das mentiras que guardava. - Então fique sabendo que não vou me calar para sempre. Assim como a Marina está cansada, eu também estou. Só quando este dia chegar, eu poderei dormir em paz. Dando um pouco de razão a mulher, Robert falou: - É muito difícil viver em meio a tristeza dela. Esperançosa, Verônica continuou: - Que pai ou mãe não iria ao desespero sabendo que sua filha pode ficar louca a qualquer momento. Nós sabemos que os espíritos voltaram todos os anos para levar a alma dela... para levar a nossa Marina. No próximo ano não será diferente. Eu fico pensando como seria hoje se não fossem as velas espelhadas pela casa que deixamos sempre um dia antes do aniversário dela, que aliás, nunca comemoramos. A Marina se sente tão triste e sozinha em seu aniversário. Trancada no quarto, para ela é só mais um dia triste como todos os dias do ano. Água benta pelas portas e pelas janelas. Cruzes ao redor da casa. Meu Deus. Parece até que somos bruxos. Agora vem a pergunta: até quando isso continuará impedindo... Eu não quero mais falar. Robert a ouviu de cabeça baixa. Refletindo sobre seu pior erro, pegou as mãos da mulher. Disse:
- Eu vou pensar seriamente. prometo. E levantou-se para voltar para o trabalho. Ele não precisava trabalhar, mas gostava e além disso, é bom manter as aparências. Deixou em casa dois corações feridos que se cruzavam por lados opostos. Verônica passou o resto da tarde no andar de baixo, sempre de olho para qualquer movimento ou barulho suspeito.
No início da noite, Marina tomou banho e ficou esperando a hora do jantar enquanto olhava pela janela aberta as estrelas. Ela disse para si mesma, por dentro: - A vida me desapontada, tirando-me do centro do mundo. Vejo as cores e não posso sentí-las. Não estou sendo desapontada por não viver? Cansada estou, um monstro que desconheco cobre-me de pavor. É preciso viver sem amor? Morrer não é melhor quando se pode viver, mas se o medo me consome? Sinto-me tão sem vontade. As nuvens ficam escuras quando olho o céu de azul, porque reino nesse castelo de mentes acorrentadas à flores mortas. Seria o suficiente para não querer viver? Enfim, ajeitou um dos laços que costumava usar preso nos cabelos soltos prendendo um pouco os fios na parte de trás e desceu as escadas. Sentou-se à mesa, onde os pais a esperavam.
Eles abriram logo um sorriso, mas não fazia diferença para ela. Foi perguntava mais uma vez pela mãe como tinha sido seu primeiro dia de aula na nova escola. - Bem, até que foi legal. - Marina respondeu com seu tom de voz calmo e angustiante. Robert e Verônica não queriam resposta melhor. - Acho que tenho dois amigos, apesar de... - Mas isso é ótimo, filha. - A mãe a interrompeu sorridente. - O que mais aconteceu? - perguntou Robert, mais casual, porém, também contente por ela. - Não aconteceu mais nada. - Marina respondeu reservada, mas deixando desconfiança no ar.
Marina não iria dizer que desmaiara na escola e também falar da visão que tivera sobre Kill ficar bem longe dela. Se falasse sobre isso, sabia que sua cabeça doeria até não aguentar. - Marina? - o pai a chamou, vendo-a distante. Mas ela mudou de assunto. Após o jantar, Marina foi para a biblioteca da família. Ficou lá até a hora de ir dormir. Não conseguiu concentrar-se em nenhum dos livros que tentou ler, pois na maior parte do tempo pensava em Kill.
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MARINA - A Garota Triste
RomanceEla passou a infância em meio a terríveis pesadelos e previsões de futuros próximos de pessoas com quem convivia. Ela sabia que muitos chorariam no dia seguinte. Ela cresceu, mas nada mudou. Aos dezesseis anos, ela é uma bela garota ruiva de olho...