Comportamento estranho

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- Bom dia classe como podem ver meu nome é Nicolas Oliveira, serei o professor de arte de vocês, podem ficar tranquilos pois eu sou um cara legal, não precisam de formalidades pra falar comigo pois eu sou amigo de vocês.

Enquanto ele falava percebi que ele se dirigia a mim, ele não tirava os olhos de mim. O que é que eu estou dizendo deve ser a minha paranóia por causa daquelas malditas mensagens.

- Vou fazer a chamada, e quando eu chamar seus nome quero que levantem-se e digam a idade e a matéria preferida, OK?

- OK - disse a sala em conjunto.

Ele começou a chamada, esse professor tem algo que me incomoda, algo em seu olhar me deixa com medo, me deixa...em pânico.

- Maria Luíza.

- E-eu, eu tenho 15 anos e minha matéria preferida é ciências - falei tão rápido que acho que ninguém entendeu.

- Prazer Malu - falou ele em um tom que pelo menos pra mim pareceu...sombrio.

Logo me sentei e respirei fundo.
O que há de errado comigo? Ai Malu, você e suas loucuras, ele é só um professor comum, nada mais além disso. Mas há algo de errado naqueles olhos azuis, e naquele rosto, o que poderia ser?
Eu acho que o conheço de algum lugar, mas de onde?
Já sei! Vou falar com ele depois que acabar a aula, como ele tem mais uma aula antes do recreio, quando o sinal tocar eu vou falar com ele.

- Bom turma, eu quero que façam um desenho, desenhem o que quiserem. Eu confesso que não preparei nada pra hoje - falou rindo.

Peguei meu caderno e comecei a desenhar, eu sempre fui boa com desenhos então foi fácil, desenhei uma paisagem meio obscura, com natureza morta e coisa do tipo. Trinta minutos depois o sinal tocou, e eu esperei todo mundo sair pra ir falar com ele.
Quando todos saíram eu fui até a mesa dele quase que me arrastando e na minha barriga haviam várias borboletas voando pra um lado e pro outro.

- Aqui meu desenho - disse com a voz trêmula.

- Ficou lindo, meio dramático mas está lindo - falou ele com um sorriso de lado e olhando fixamente pra mim.

- Prof

- Pode me chamar de Nicolas - falou me interrompendo.

- Nicolas, eu acho...ah isso pode parecer estranho mas eu tenho que tirar a dúvida, a gente já se encontrou alguma vez em algum lugar? Eu tenho a impressão que eu já lhe conheço.

- Sim, uma vez a gente se esbarrou na rua, eu acho que você estava saindo da escola sei lá.

- Humm...tudo bem, só queria tirar a dúvida mesmo, valeu tchau.

Eu saí fugindo de lá, eu nem percebi que eu não estava respirando direito, ele deve tá rindo da minha cara agora, pra quê que eu fui fazer essa besteira?

... Nicolas ...

Ela lembrou de mim, quando ela veio até mim senti meu coração pulsar mais rápido, meu corpo estremeceu no momento que ela falou meu nome, eu a amo e sei que ela também me ama.

... Malu ...

Ainda bem que hoje não tem aula dele de novo, eu não sinto como se eu estivesse apaixonada, mas sim assustada, por quê? Não sei, ele parece ser tão legal.

- Malu, sua loca tô a duas horas te chamando.

- Nossa que exagero.

- O que você foi falar com o professor hein? Danadinha - fez uma cara maliciosa.

- Nada, só fui mostrar o meu desenho.

- Só isso? E porque você demorou tanto?

- Impressão sua!

O sinal tocou e fomos pra sala, quando todas as aulas acabaram liguei pra minha mãe vir me buscar, e Amanda foi só pra casa.
Fiquei lá sentada no pátio da escola sozinha vendo toda aquela gente correndo e flertando. AFF perda de tempo.

- Pensando na vida? - disse o professor.

- Que susto, não só tô esperando minha mãe.

- Sério que você ainda tem que esperar a mamãe?

- Claro, eu sou incrível demais pra ficar andando por aí sozinha.

- Convencida - disse ele sorrindo. Quer uma carona eu te levo.

- Não obrigada, minha mãe já tá vindo - nesse exato momento minha mãe liga e diz que está em frente a escola me esperando - tenho que ir tchau.

Eu levanto e quando vou sai ele segura meu braço com força ( ele deve não conhecer o tamanho de sua própria força ), olho pra ele assustada e ele levanta chega bem perto do meu ouvido e sussurra:

- Até logo linda.

Não falo nada só olho pra ele com cara de quem não está entendendo nada, ele se afasta, solta o meu braço e eu saio correndo sem dizer nada. Juro que eu não entendi. O que foi isso?
Entro no carro ofegante por causa da corrida, minha mãe não diz nada só dirige, e fico pensando, por qual motivo ele seguraria meu braço...é tão mais fácil dizer apenas tchau sem nenhum contato físico.

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⏰ Última atualização: Jun 01, 2016 ⏰

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