Um café na madrugada

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  "Algumas coisas não precisam fazer sentido, basta valer a pena."

—Ei princesa, você é muito gata...

Esse cara estava muito meloso, eu estava a fim de gritar, mas não queria estragar a noite das meninas, estavam tão animadas, Sol havia ido dançar e Nanda perguntou se tinha problema se ela fosse também, eu sorri pedindo socorro ao mesmo tempo que dizia, "não tem problema", Lia já tinha ido para um canto reservado se amassar com o carinha dela, e eu fiquei feito uma boba com o cara que agora alisava minha coxa.

—Posso te perguntar uma coisa?- Falei de ímpeto. - Você gosta de café da manhã?

Ele não entendeu, mas pelo menos tirou a mão de mim.

—Gata, eu gosto de tomar café... É fortificante!

—Pois é, eu adoro é a principal refeição do dia não acha?

—Sim... - ele não parecia saber do que eu estava falando.

—Se eu fizer uma mesa de café da manhã para você o que você pensaria?

—Que eu teria passado a noite com você, isso é bom. - ele se aproximou achando que eu estava fazendo um convite e a mão voltou para minha coxa e subiu ainda mais, até a base da saia.

Isso me deu nojo, aquele cara não passaria a noite comigo e muito menos eu faria café para ele.

—Olha só me desculpe, mas estou me sentindo indisposta... Tenho que ir. - Levantei depressa. -Foi um prazer conversar com você, quando as meninas voltarem avisa que fui para casa tá.

Ele ficou sem entender nada enquanto eu me dirigi o mais rápido que consegui para fora do bar.

Fábio

—Ela tá indo embora, e sozinha!- Falei animado puxando o braço de Igor.

—Cara! Olha só, me fez derramar minha bebida, que saco... Vai atrás dela então, ficou secando a mulher a noite inteira.

Não pensei em nada, só sai correndo, lá fora olhei para um lado e para o outro e nada dela, "Como ela pode sumir assim?".

—Me diga Celso... - o guarda do bar estava ali. - Agora, não faz nem cinco minutos saiu uma moça do bar, loira, de blusa azul e saia preta, você não viu onde ela foi?

—A sim, ela ia pegar um táxi, mas eu falei que ia demorar porque tem um acidente na central e está um alvoroço no trânsito.

—Ta e dai onde ela está? –Eu estava impaciente.

—Eu falei que tem uma padaria 24 horas ali na frente, ela foi lá tomar um café até que o táxi possa chegar.

Sorri sem querer, era claro que ela iria tomar um café.

Quando entrei na padaria encontrei um lugar vazio quase desértico, se não fosse uma moça loira falando animada com o padeiro, enquanto devorava algum doce.

—Meu Deus, o senhor vai ter que me dar à receita disso... Nunca comi nada igual... Simplesmente divino! -falava entre uma bocada e outra

Lis

Vim parar numa padaria, pelo menos podia esperar até a hora do táxi chegar e comer um pouco, estava com fome. Como uma boa chefe de cozinha especializada em doces, pedi logo uma torta de chocolate com morangos do cardápio, e estava saboreando enquanto conversava com o padeiro, bem mais animada do que no bar, quando eu escutei aquela voz que ecoou pelo lugar vazio.

—Olá, o senhor me vê um café, por favor...

Olhei para o lado e dei de cara com o apavorado do café, bem ao meu lado e bem mais bonito do que eu me lembrava.

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