Enfermeiro de Plantão

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"Cuidado para não sufocar com tudo isso que você diz não sentir."

Fábio

—Essas saídas estratégicas da Lis estão me deixando curioso... -Igor falava pensativo quando contei que ela tinha saído correndo no domingo.

—Engraçado, e está curioso porque você é o que mesmo dela?

—Ué nada, igual você... a diferença é que você é um nada que dorme com ela e eu não.

—Ai Igor vai lamber sabão vai!

No fundo eu também ficava curioso, mas não questionava, era a vida dela e eu não podia interferir.

—Que dia é hoje?

—Como assim que dia é hoje? É terça-feira.

—Hummmm então hoje vou dormir sozinho e abandonado nessa casa, enquanto você vai ganhar inspiração. Ai meu Deus me manda uma inspiração assim.

—Meu Deus Igor você está terrível, até vou embora já.

—Vai buscar a mozona é?

Peguei minha jaqueta e sai, era cedo ainda, mas eu gostava de ficar do lado de fora vendo os clientes sair do restaurante e também gostava de ver ela sair meio descontraída falando com os colegas e o sorriso que aparecia quando me enxergava.

Estava batucando no volante quando meu celular vibrou no bolso. Olhei era ela, achei estranho.

—Lis?

—Oi Fábio, espero que não tenha saído de casa ainda... - ela estava com uma voz estranha meio fanha. - Porque hoje não vamos nos ver tá.

—Ei espera, está tudo bem?

—Sim, está tudo bem fica tranquilo.

—Está com a voz estranha, tá doente?

—É um resfriado, nem fui para o restaurante hoje.

—Sério? Ah então eu vou ai ficar com você.

—Não, está louco. Eu estou horrível. E já estou medicada, Lia me trouxe praticamente uma farmácia aqui.

—E você comeu?

—Sim, papai, comi uma sopa que a minha tia me trouxe, então pode ficar tranquilo. – ela disse brincalhona entre uma tose e outra.

—Tudo bem então. Melhoras...- falei desanimado.

—Boa noite Fábio.

—Boa noite Lis.

Depois que desliguei fiquei um tempo só olhando para o nada, encontra-la era tão natural que ficar um dia sem a ver deixava tudo sem graça e vazio, cada vez me sentia mais envolvido.

Lis

Essa semana não foi das melhores, primeiro no domingo ver a minha mãe tinha sido uma terrível missão, com todos os outros visitantes espalhados pela clínica ela teve uma crise forte e teve que ser levada as pressas para ser medicada. Aquilo acabou comigo, depois começou esse maldito resfriado. Com todo o remédio que tomei só podia dormir até o mundo acabar. Mas quem disse que eu conseguiria o interfone estava chamando, "ai quem seria", com certeza a Sol que ainda não tinha vindo me ver, essas minhas amigas eram uns amores, mas estavam muito grudadas em mim como se eu fosse me quebrar com qualquer coisa. Nem perguntei quem era já liberei a entrada e voltei para cama, uns minutos depois escutei o barulho da porta.

—Sol nem vem me encher de remédio ou sopa sem sal que eu já estou melhor.

Tudo continuou em silêncio.

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