O Necrotério

4 0 0
                                    

Thomas paralisou por um momento. O que aquele garotinho estaria fazendo no necrotério? A não ser que...

Ele moveu a perna para dar um passo pra frente quando quase deu um salto para trás ao ouvir uma voz lhe chamando.

— Ei, você. O que faz aqui?

Thomas se virou imediatamente e viu uma mulher em pé atrás dele. Ela usava um longo jaleco branco e segurava uma prancheta nos braços. Era muito bonita e provavelmente não tão mais velha que ele, até parecia um pouco familiar.

— Como chegou aqui embaixo?

— Eu... eu... – Thomas tropeçou nas palavras, notou que não sabia mesmo como chegara ali, só saíra correndo atrás do garoto.

— De qualquer forma, você tem que sair, não pode ficar aqui. Como passou pela segurança?

— Não havia nenhuma segurança.

— Sim, claro que não. Me siga e vamos sair daqui antes que você se meta em problemas.

— Não. O garoto.

— Que garoto?

— Eu estava seguindo um garoto, ele entrou correndo lá dentro. – Thomas apontou pra sala do necrotério.

A moça esticou o pescoço olhando atrás de Thomas, mirando na porta fechada.

— É sério isso?

— Sim, ele está lá dentro.

— Tudo bem então, vou busca-lo, você fica aqui.

A mulher passou por Thomas e entrou na sala do Necrotério. Pouco tempo depois ela saiu, sozinha.

— Não tem ninguém lá dentro.

— Como assim não tem ninguém? Eu vi ele entrar aí agora a pouco.

— Se você tá me enrolando, vai pagar caro por isso.

— Ele entrou aí agora! – Thomas então passou correndo por trás da moça e entrou na sala.

Ela era menor do que parecia ser, tinha algumas mesas vazias no centro e algumas gavetas de metal espalhadas pelas paredes, mas realmente não tinha ninguém lá dentro.

— Não, impossível. Ele tem que estar aqui dentro!

Thomas avançou para uma das gavetas, mas antes de puxá-la, a moça atravessou na sua frente.

— O que você acha que tá fazendo?

— Ele deve estar dentro de alguma dessas!

— Você não pode abrir essas gavetas! Não tem ninguém aqui! E mesmo se tivesse, essas gavetas são pesadas o suficiente para que nenhuma criança tenha força pra abri-las, e ela nunca conseguiria fechar novamente estando do lado de dentro. Já te disse, não tem ninguém aqui!

— Olha, eu acabei de sofrer um acidente de carro onde eu atropelei uma criança, mas agora ninguém sabe da existência dela e ela fica sumindo e aparecendo toda hora pra mim, ela está aqui nessa sala e vou encontrá-la!

A moça pareceu empalidecer um pouco ao ouvir Thomas dizer aquilo.

— Como é esse garoto?

— Não sei direito, ele tem a pele branca, cabelos escuros. Deve ter uns seis ou sete anos.

A moça então soltou a gaveta e cruzou os braços na frente do corpo abraçando forte a prancheta. Agora parecia bem mais apreensiva.

— Acidente de carro, né?

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: May 24, 2016 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Os Três Sinais VermelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora