Capítulo 03 - O papo de Luana e o vizinho do meia nove

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Acompanho a garota até a escola e fico entediado durante todo o percurso, pois ela não troca uma palavra com a menina que a acompanha.

A adolescente costuma refletir sobre sua vida quase todo o tempo. Facilmente abandona conversas para "passear" por mais alguns momentos em seus íntimos devaneios. Nesta hora da manhã, no máximo, é capaz de fingir um sorriso amigável com traços nítidos de desinteresse.

Ao chegar Larise se junta a mais quatro amigas e a mais safadinha começa a contar os acontecimentos da noite anterior:

- Meninas. Tive a melhor noite de todas... - ela para. Está formulando o que vai dizer - Tá legal. Não foi bem boa no sentido de bom, mas foi boa no sentido de: oba! Descobri algo novo para mim! Vocês não vão acreditar no que eu fiz... Ou no que fizeram comigo.

- Por que não nos poupa a essa hora da manhã?

- Larise você é chata. E ainda por cima virgem. - ela faz pausas entre um período e outro. - É melhor que escute o que tenho pra falar pra vê se você acaba com esse seu lado santa e "dá" logo isso.

- Ei! Não tô a fim de dar nada tá legal? - claramente mentira. - Não encontrei a pessoa certa. Sexo para mim é coisa séria. Quero casar virgem.

- O cu? - Luana entende de sacanagem. - Escutem. Ontem meu namorado e eu estávamos num maior amasso. Eu sentia que a temperatura começava a subir (e outras cositas) e aproveitando que meus pais não estavam em casa fomos para o quarto deles (a cama é bem maior e muito mais confortável que a minha). Nossa foi muito show, ele lambeu meu, minha, ai gente agora deu vergonha. Ele passou a língua no meu cu e a sensação foi maravilhosa, quase gritei de prazer. Foi desconfortável quando os dedos começaram a ser enterrados no meu furico: ardeu, pesou, doeu; ele não estava sendo muito carinhoso, mas ainda sim achei que era minha hora e deixei meter.

- E ai? - uma menina magrela empolga-se.

- Doeu, ele gozou com pouco tempo e eu não. Ainda bem que às vezes ele é meio coelho. Não sei se suportaria passar mais tempo com aquela sensação de estar sendo empalada viva. Horrível!

As amigas ainda comentam mais sobre suas noites e acredite quando digo que não dizem nada que eu deseje documentar.

Luana é a mais atirada no quesito abrir a vida íntima em público, pois não perde uma oportunidade para "esfregar" na cara das colegas o fato de ser, sexualmente, mais experiente.

O grupo de meninas se desfaz quando o alarme ensurdecedor avisa que é o momento de se dirigir à sala de aula.

*****

Um morador misterioso muda-se para o apartamento sessenta e nove do número novecentos e treze da Rua Rio Araguaia.

O imóvel está fechado há alguns meses, pelo que me parece.

Alto, rosto largo, queixo fino, lábios grossos e avermelhados, nariz grande (estilo bico de tucano) e fino, olhos grandes e amendoados de um castanho "demoníaco" emoldurado por cílios espessos e sobrancelhas grossas, porém muito bem desenhadas; cabelo liso, castanho escuro num estilo espetado e com aparência de molhado - creio que por estar sempre ensopado de gel capilar. Magro, não há muita carne, mas a que existe é suficiente para completar a beleza singular.

Ele não carrega malas ou móveis. Por algum motivo, em determinado momento, penso que ele pode estar fugindo de alguma coisa.

Não há muito que falar dele, pois o melhor ainda está por vir. Adianto que seu cheiro é puramente sexo e que apenas sua presença é capaz de fazer "chorar" até a mais frígida.


Diário da Luxúria (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora