Capítulo 25

1.5K 95 44
                                    


[ DULCE ]

- Foi ótimo Dul, valeu! Acho que não vamos precisar regravar essa parte, está liberada.

Sai do estúdio depois de um longo dia de gravação para o meu novo CD, tinha passado a semana me dedicando a ele e com ajuda dos meus produtores estava tudo saindo como esperado.

Entrei no carro pegando meu celular e tuitando que o novo CD já estava em andamento. As mensagens positivas e o apoio dos fãs me deixaram ainda mais animada. Coloquei a chave mas antes que desse partida fui interrompida pelo toque do meu celular.

- Alô? Oi Any! Sim, to saindo agora do estúdio... Hum, na verdade não. Não tenho nada marcado pra hoje à noite. Festa? Como assim? A May e o Chris também? Claro, eu adoraria. Tudo bem, te vejo mais tarde.

Uma festa. Rever os amigos. Era tudo que eu precisava. Depois de uma semana de trabalho duro tentando ocupar minha cabeça e não pensar "nele", seria bom fazer algo realmente divertido pra variar.

Passei em uma loja e me dei de presente algumas coisinhas: um vestido azul marinho, um salto novo combinando e uma bolsa maravilhosa que estava na vitrine. Fui pra casa animada e tentando não pensar no fato de que desde a nossa última conversa Christopher não tinha voltado para o seu apartamento, coisa que eu havia descoberto um dia antes ao escutar uma conversa do porteiro no telefone.

Depois de um banho quente e demorado, cai na cama e cochilei por quase duas horas. Meu corpo estava exausto e minha mente ainda pior. Por mais que eu quisesse esquecer tudo que havia acontecido no último mês, era impossível. Enquanto dormia, um mesmo sonho sempre me atormentava: lá estava, a Dulce de uns 7 anos atrás, dançando e cantando no palco... E lá estava ele, sorrindo e agradecendo a multidão. Saímos os 6 após o show, íamos para o camarim jantar, Christopher e eu lado a lado no sofá, nós ríamos e falávamos sobre o futuro. De repente eu me via no meu apartamento e ele me dizia tudo aquilo outra vez, saia por aquela porta e desaparecia... E eu já não podia fazer mais nada.

Acordei agitada, passando a mão pelos cabelos e me sentindo completamente só. "DROGA!" Joguei o travesseiro longe na tentativa de descontar a minha frustração. "Estava tudo tão bem..." Pensava. Há um mês atrás eu estava lá, tentando seguir a minha vida. Ainda sentia saudades, ainda o amava, isso a distância não tinha mudado. Mas agora tudo voltou ainda mais forte, ainda mais intenso. Ter ele comigo mesmo que por tão pouco tempo tinha me feito tão bem. Ah! Dane-se! Agora já estava tudo perdido. Conhecia aquela cabecinha geniosa, ele não iria voltar atrás por tão cedo. Festa! Tinha uma festa pra ir.

Liguei pra Any confirmando e fui então me arrumar. Roupa, cabelo e maquiagem pronta, desci para esperar o taxi que havia chamado. Não demorou muito, o atendimento era muito bom naquela região. Entrei no taxi e passei o endereço que a Any havia me dado.

- Uns 40 minutos até lá moça.

- Certo, obrigada.

Falei colocando o fone de ouvido e me desligando do mundo até que chegasse lá. Olhava pela janela os prédios, as luzes e toda correria lá fora. Comecei a imaginar se todas aquelas pessoas estavam felizes naquele momento, ou se assim como eu sentiam que algo estava faltando.

No aleatório das músicas, uma que nem eu mesma sabia que ainda tinha no meu celular, fez com que eu me sentisse ainda pior. "Trás de mi" tocava e as lembranças do tempo da banda floresciam na minha mente. Anahi dançando e jogando seus cabelos loiros e longos pra lá e pra cá. Christian com suas brincadeiras, irritando todos à sua volta. Alfonso com sua câmera registrando todos aqueles momentos, até mesmo quando eu estava sem maquiagem e brigava com ele para parar de fumar. Maite reclamando da bagunça e colocando a culpa nos meninos. Christopher sendo ele, sendo meu... E eu? Feliz. Feliz como uma criança, uma menina que ainda estava descobrindo o mundo e quem realmente era. Que não fazia ideia de quão grande os problemas um dia poderiam ser. E uma amizade. Uma amizade entre 6 pessoas que me fazia sentir tão segura. Todas aquelas memórias tomavam conta dos meus pensamentos até que a voz do taxista dizendo que tínhamos chegado me interrompeu.

Segue Ardendo - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora