Capítulo 13

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                          [ CHRIS ]

Ao abrir a porta e me deparar com ela fiquei sem reação, não esperava vê-la por tão cedo depois daquela última conversa que havia me deixado tão mal. Seus olhinhos encaravam os meus como se esperasse que eu dissesse algo, o que eu poderia dizer? Há mais ou menos uma hora estava me dizendo o quanto nós éramos uma perda de tempo e agora aparece no meu apartamento sem ao menos avisar.

Apesar da raiva que eu sentia por ela sempre preferir seguir o caminho mais fácil e por nunca me levar a sério, vendo-a ali na minha frente só conseguia pensar em aguarda-lá ali mesmo.

Sabia que se fizesse isso só iria provocar uma nova briga e disso eu já estava cansado. Nos últimos meses que eu e Dulce estávamos juntos brigávamos sempre e isso não acabou bem. Cruzei os braços e encostei na porta esperando então que ela explicasse o que estava fazendo ali, tentei desviar para dar uma olhada nela por completo. Como pode ser tão linda?

                       [ DULCE ]

Quando ele abriu a porta, tudo que eu vinha preparando mentalmente para falar desapareceu. Sua expressão de supresa me fez querer rir mas nem se quisesse iria conseguir. O clima estava pesado, nenhum de nós dizia nada. Eu sabia que precisa falar, eu fui até lá por um motivo, não podia dá pra traz.

Ele se encostou cruzando os braços e fiquei ainda mais nervosa. Seus olhos estavam úmidos, não tanto quanto os meus sabia que não estava bem e mesmo com o coração partido me doía ver que o dele também estava ruim.
Maldita mania de me preocupar com ele mais do que comigo mesma.

- Então... - Ele tossiu como se estivesse dizendo "Não vai falar nada não?"

Com uma das mãos na cintura e outra apontando para o interior do apartamento finalmente falei:

- Vai me deixar entrar?

                       [ CHRIS ]

Pensei em dizer que não, imitá-la e dizer que seria uma perda de tempo, mas não consegui. Me encostei na porta dando passagem para que ela entrasse. Ela passou por mim e nossos corpos se tocaram me deixando com vontade de senti-la ainda mais.

Fechei a porta e virei-me para ela que olhava ao redor provavelmente reparando nos detalhes do apartamento. Ela me conhecia bem para saber que tudo ali eu havia escolhido a dedo e com muito cuidado para ficar do jeito que eu gosto.

                        [ DULCE ]

Entrei no apartamento com o corpo totalmente arrepiado depois de passar por ele. A vontade de sentir seu toque em mim outra vez só crescia.

O apartamento de Christopher era lindo, a sala com um sofá de couro e uma TV enorme que com certeza era um dos seus "bebês". Ao lado ficava a cozinha, havia uma varanda e um corredor que provavelmente levaria aos quartos e banheiros.

Ao notar que em uma das estantes havia uma retrato do Chris com a Natália meu coração se apertou, senti uma tristeza muito forte. Não por ele ter uma foto com ela no seu apartamento, isso era normal, afinal eram namorados. Mas me senti mal por saber que poderia ser eu.  Tudo poderia ter sido tão diferente.

Não iria adiantar ficar me lamentando pelo passado. Christopher estava com outra pessoa mas se não sentisse absolutamente mais nada por mim não teria me beijado e nem mesmo dito todas aquelas coisas, nem mesmo me olharia como ele olha. Decidi então que pelo menos naquele momento esqueceria de tudo, da realidade, das nossas vidas tão opostas. Falaria tudo o que precisava falar e escutaria o que ele tivesse a falar, por pior que fosse.

- A gente pode... Ér... - Apontei para o sofá e ele fez que sim com a cabeça.

Caminhei até lá e sentei, logo depois Christopher se sentou ao meu lado. Respeitei fundo e sem conseguir olhar diretamente para ele comecei a falar.

                       [ CHRIS ]

Sentei ao seu lado no sofá e pude perceber seu nervosismo, ela não parava de tremer. Queria abraça-la e dizer que estava tudo bem mas não fiz.
Com as mãos juntas sobre as pernas e a cabeça baixa começou a falar baixinho como se fosse um grande desafio pra ela.

- Olha, Chris...topher.

Achei engraçado  como ela tentou concertar ao me chamar de Chris, ela não queria demonstrar muita intimidade mas era difícil quando duas pessoas já são tão próximas. Certas coisas tempo e distância não mudem.

- Eu preciso saber - Continuou - Eu sei que nós não temos mais nada a muito tempo... ("Isso é o que você acha" pensei) Mas o que aconteceu hoje... Eu não posso, não dá. Não tem como ficar te encontrando todos os dias, morando no mesmo prédio, nos esbarrando e então... e então fingir que está tudo bem, tudo normal, quando na verdade não está.        nunca esteve...

Nessa última frase ela falou tão baixinho que eu quase não escutei. Toda a raiva que eu sentia antes desapareceu como se nunca tivesse existido. Com uma das mãos levantei seu queixo para que ela levantasse a cabeça.

- Olha pra mim... - Falei baixinho e ela olhou. - Eu também não posso Dul, não posso te encontrar todos os dias e passar por você como se não a conhecesse porque isso não é verdade. Eu a conheço, às vezes desejo não conhecer, mas não porque seja má pessoa, pelo contrário... és tão boa, tão perfeita que me machuca não poder estar com você todos os segundos da minha vida.

Algumas lágrimas desceram pelo seu rosto e eu não consegui me segurar. Puxei-a pra mim e coloquei-a de lado em meu colo e abracei-a com toda força. Dulce agarrou meu pescoço com seus abraços e repousou sua cabeça em meu ombro. Ficamos ali por um bom tempo, apenas sentindo nossos batimentos, nossos cheiros e nossos corpos unidos outra vez.

DESCULPEM, SORRY!!!!
Esse capítulo era pra ter saído 2 dias atrás mas não tive tempo pois as aulas no colégio e cursinho começaram então está bem apertado pra mim!
Mas não se preocupem pois pelo menos 1 capitulo por semana vai ter, ok? Vou tentar manter na faixa de 5 em 5 dias mas sempre pode atrasar um pouco. ❤️

Segue Ardendo - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora