ÚLTIMO CAPÍTULO

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No dia seguinte nos olhávamos discretamente no café. Só conseguia pensar no que tinha me dito na noite anterior, na chave do apartamento que havia me dado e no que iria acontecer mais tarde. Mas, na verdade, queria que isso acontecesse, sentia que estávamos nos enganando mais uma vez.

Terminei o café e me levantei levando minha xícara e meu prato para cozinha. Enquanto ligava a torneira para lavar minha louça, senti uma não na minha cintura. Era ele.

- Nos vemos hoje mais tarde?

Olhei para ele e balancei a cabeça positivamente.

- Sim, nos vemos.

Ele sorriu, beijando minha bochecha.
O que ele queria??? Me enlouquecer de vez??

- Dul, a May tá querendo saber se você pegou o... ah! - Diz Any ao se esbarrar com Christopher. - Oi, vocês, é...

- Oi Any, tudo bom? - Falou sorridente, beijando-a no rosto e saindo da cozinha.

- Hum... ele tá feliz. Posso saber por que?

- E como eu vou sabe? Ei, pode parar de me olhar assim...

Nós rimos e Any me abraçou.

- Sei. Aí tem... e eu vou descobrir.

- Você sabe que não precisa descobrir, eu te conto tudo depois.

- É bom mesmo. Agora vem, May tá procurando um brinco dela feito louca e se a gente não ajudar achar, já sabe, nossa vida será um inferno.

- Ah se sei. Vamos logo!

                             ......

Duas da manhã.
Olhei para o lado e as meninas estavam dormindo. Chequei meu celular, uma mensagem dele "já estou aqui". "Estou indo", respondi.
Levantei, bem devagar, para não acorda-las. Segurei os chinelos pelas mãos e sai de fininho do quarto. As luzes dos corredores estavam todas desligadas, liguei a lanterna do celular para ir enxergando até chegar na porta. Sai do apartamento e fui em direção ao elevador, a chave do quarto era para o penúltimo andar.
Apertei o botão e me escorei em uma das paredes do elevador. Inspira. Expira. "Não saio de lá hoje sem resolver tudo" pensei. Me decidi. Daquela noite não iria passar.

A porta se abriu e apressei o passo pelo corredor até chegar no AP. Peguei a chave do bolso e abri. Estava tudo escuro, porém uma luz vinha do fundo da sala. Fechei a porta, tranquei-a e liguei a lanterna do celular. Fui andando até lá, um pouco ansiosa, admito, tá... tudo bem. Talvez MUITO ansiosa. Continuei caminho e virei pelo corredor que dava para uma porta aberta, a luz vinha de lá, avistei Christopher sentando na cama, as pernas cruzadas, as mãos juntas sobre seu colo e olhando para mim. Fui até lá e então desloquei a lanterna do celular. Sentei do seu lado na cama, o quarto estava iluminado por velas.

- Uau...

Falei olhando em volta, era tudo muito lindo.

- Uau pra você também. Tá muito linda - E veio se aproximando, devagar, beijando o meu pescoço.

- Chris... - Falei baixinho.

- O que é? - Continuou beijando o meu pescoço.

- Vem cá!

Segue Ardendo - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora