Capítulo 2 Viagem

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Em meu carro vamos eu, meu primo, Rafael e sua mãe. Meus pais vão em seu próprio pois iriam voltar para casa no mesmo dia contra a vontade do meu pai que como sempre protetor não queria me deixar "sozinha" com Rafael durante todo o fim de semana, mas como minha mãe não combina com o campo ela sempre consegue que ele faça sua vontade. Essa parte entre a relação deles que sempre admirei e por outro lado me preocupou, minha mãe sempre foi um pouco extravagante bem a cara de uma esposa de milionário e por mais que ela tente dizer que não é a dona dos exageros o que me leva a acreditar que seja por ser muito mimada por meu pai as vezes. Durante minha infância ela vivia nervosa por não consegui que eu seguisse seus passos, nunca combinei muito com o estilo de vida dela sempre fui meio rebelde o que me levou a sair de casa e morar com minhas amigas em um pequeno apartamento se comparado com nossa casa que na realidade é uma mansão no Leblon. Antes de sairmos deixo um bilhete para que as meninas sabiam que já segui viagem e descemos todos para começar nosso longo caminho até o sítio dos meus tios. Dentro do carro um silencio total, meu primo está comigo na frente o que agradeci silenciosamente pois não queria ter que passar a viagem toda ao lado de Rafael sem saber o que anda acontecendo entre nós ou melhor o que ele realmente quer de mim. Por fim meu primo corta o silencio e começa a falar um monte de coisa que na verdade nem presto atenção, minha cabeça está a mil tentando descobrir as intenções do Rafael até que um carro logo em nossa frente me chama a atenção. Reconheço de imediato e buzino para chamar a atenção. Emparelho o carro ao lado aproveitando que a pista estava vazia e não correríamos riscos.

- Não sabia que vocês também iram para o sitio. – Digo para minha prima que está ao lado de seu marido.

- Eu não perderia esse fim de semana por nada, vai saber quando vou poder te ver de novo.

- Não exagera prima, eu não fiquei tanto tempo longe assim. E porque não avisaram que iam?

- Com nossos trabalhos ficou mais difícil de nos vermos. Não avisei porque queria fazer surpresa e pensei que vocês já estariam lá.

- Até estaríamos se a bela adormecida aqui tivesse acordado cedo. – Diz meu primo fazendo careta.

- Ele está bravo porque esqueci ele no aeroporto e dormi até mais tarde. Vamos para logo à frente temos muito tempo ainda para chegar lá.

- Tá bom.

Paramos em um belo restaurante enquanto meus pais seguiram na frente, nos cumprimentamos e começamos a conversar. O marido da minha prima, Rafael e meu primo pediram algumas bebidas que recusei e fiquei só com uma garrafinha de água, precisava me hidratar e recuperar da ressaca da noite passada e não seria nada prudente beber já que ainda teria um longo caminho para dirigir. Minha prima e eu vamos buscar as últimas cervejas para eles para que possamos seguir viagem, ela decidi aproveitar e ir ao banheiro e enquanto espero fico mexendo em meu celular procurando alguma mensagem com sinal de vida de Gi ou Agatha e nada parece que esqueceram que eu existo. Guardo ele no bolso e sou surpreendida quando Rafael aparece ao meu lado e me segura pelo braço me levando até um canto separado onde não possam nos ver.

- Fiquei esperando para ficar sozinho com você desde que estávamos em seu apartamento. – Diz e sem que eu possa responder ele me beija.

Seu beijo é quente e apaixonado ele prende minhas mãos contra a parede acima da cabeça, seus lábios que antes estavam nos meus agora estão em meu pescoço com leves beijos e pequenas mordidas. Somos interrompidos com meu primo me chamando.

- Ju onde você está? Vamos logo. – Diz Pedro sem paciência.

Paramos imediatamente e ele se afasta e sem dizer nada sai por uma outra entrada sem que Pedro possa vê-lo. Tento recompor o folego e minha mente toda confusa. O que ele quer de mim? Será que não se cansa de brincar comigo? E a melhor pergunta é: Porque sou tão fraca e sedo sempre que ele está por perto? Não sei porque me pergunto isso se a resposta é mais clara do que qualquer coisa, nunca tive força de vontade quando se trata dele e sempre foi meu ponto fraco. Sedia as suas vontades e pelo visto isso ainda continua. Pedro aparece me tirando do foco dos meus pensamentos.

- Porque você está aqui nesse canto? E que cabelo é esse criatura?

- Do que você está falando? Não tem nada de errado com meu cabelo. – Digo e passo a mão para sentir seja lá o que aconteceu com ele.

- A não ser que você esteja tentando um penteado novo está parecendo que passou um furacão nele.

- Deve ter sido o vento. – Tento em vão disfarça meu nervosismo. – Eu estava esperando vocês terminarem para podermos ir logo, estou cansada e ainda tenho um longo caminho para dirigir. – Rafael aparece ao lado de sua mãe pedindo alguma coisa para o garçom que não consigo ouvir.

- Hum... sei. Bem musculoso esse vento em. – Dou um tapa em seu braço.

- Vai começar a neurose á? Deixa de falar bobeiras e vamos logo, você não estava com pressa me procurando? Então vamos que ainda estou cheia de sono.

- Calma priminha, é melhor você deixar que outra pessoa dirija então.

- E quem seria? Você não sabe dirigir e...

- Eu dirijo. – Somos interrompidos por Rafael que se oferece.

- Tem certeza? Você não conhece o caminho e...

- Você vai na frente comigo e assim pode me guiar até lá;

- Queria poder guiar alguém assim também. – Diz meu primo que leva outro tapa meu. – Você pode para de me pater?

- Tudo bem então. Vamos?

Pagamos a conta e seguimos viagem, meu primo logo começou a tagarela com Dona Carol enquanto Rafael e eu permanecemos em um silencio incomodo. Tenho tantas perguntas para fazer, mas não na frente deles e ficarmos sozinhos será mais difícil ainda quando chegarmos lá. Por fim Pedro se cansa e adormece assim como a mãe de Rafael deixando nos dois acordados, mas ainda sem dizer nada um para outro. Com a cabeça encostada ficou olhando pelo vidro da janela com o pensamento longe.

- Parece que só sobramos nós dois acordados. – Rafael diz cortando o silencio por fim.

- Pois é, eu que estrava cansada não consegui dormir e eles não tiveram nenhuma dificuldade.

- Se você quiser pode descansar sua prima está na nossa frente, eu sigo eles.

- Está tudo bem, não consigo dormir enquanto viajo. Mas obrigado por dirigir assim dá para descansar um pouco.

- Não tem que que gatinha. – Ele dá um sorriso tímido.

O encaro um pouco tentando criar coragem para perguntar, mas desisto e volto a atenção para a janela. Não funciona muito e a curiosidade me faz ter coragem e decido que quero agora as respostas de tudo que fiquei questionando desde que ele entrou em meu apartamento.

- Posso te perguntar uma coisa?

- Sempre.

- O que foi isso que aconteceu entre nós em meu apartamento e mais cedo no restaurante?

- Eu vou te explica tudo, mas não agora quero está com você a sós. Quero muito ter uma longa conversa com você.

- Mas... – tento manifestar.

- Por favor Júlia, espere só mais um pouco e te prometo que digo tudo.

- Tudo bem. – Digo vencida e um pouco decepcionada.

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