01 - Restart

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3 anos depois...

Bradley

- Brad, acorda! - Minha irmã gritava nos meus ouvidos. - Você tem que ir pro seu curso. Sabe que se a mamãe estivesse aqui, ia te matar se soubesse que está faltando.

- Oh, Nat - Joguei meu travesseiro nela. -, você acha que eu sou idiota?! Ainda são 06:32 da manhã.

- Você é insuportável, William! - Ela bufou e saiu andando do meu quarto.

Há dois anos atrás, eu resolvi sair de casa e me tornar absolutamente independente. Minha irmã mais nova, Natalie, veio comigo.

No começo, minha mãe nos barrou, mas com bastante insistência, ela cedeu. Morar sozinho me parecia horrível.

Olhei para o relógio, olhei para a porta, me levantei e fui fechar a porta, voltei pra cama, olhei para o relógio, olhei para a janela, então sorri e voltei a dormir.

Triiiiiiiiiiim!

Acordei desesperado e acabei socando meu despertador, fazendo o mesmo voar longe.

Isso de despertador ao lado da cama não dá certo comigo. É o quinto que eu quebro esse mês. Vou passar a por o mesmo na escrivaninha de madeira escura que fica ao lado do meu armário.

Olho para o relógio novamente. Já são 9:12 da manhã. Tenho que me arrumar para meu novo curso. Fotografia. Eu, ultimamente, estava afim de estender minhas qualificações. Fiz curso de jornalismo, técnico de informática, gastronomia básica, logística, gestão empresarial e agora pretendo fazer fotografia. Amo fotografar. Um sorriso como o meu precisa de bastante fotos. Brincadeira.

Ergui meu tronco e me espreguicei. Dei mais uma olhada no quarto. Tudo normal, como era de se esperar. Botei meus dois pés no chão e me joguei para trás novamente.

Péssimo dia para acordar com preguiça.

Tomei coragem e fui até o meu armário. Selecionei uma roupa legal, caso exista algum cara legal na minha turma.

Como estava frio, peguei uma das minhas cuecas favoritas, uma camisa simples branca, meu moletom cinza e uma calça jeans branca. Para os pés, eu selecionei um tênis rasteiro branco da Nike, com estampa de mini skates coloridos. Peguei também meu cordão de âncora e o anel prateado que ganhei do James quando éramos crianças e fui direto para o banheiro.

[...]

Desci as escadas apressado, pois comecei a cantar no banheiro e acabei perdendo a hora. Graças a meu bom senhor, a Nat havia feito o café da manhã. Me sentei e comecei a comer igual a um bicho. Não existe educação quando se está em sua própria casa e com pressa para algo importante.

- Você vai acabar engasgando. Pega leve, bobão. - Nat disse, adentrando a cozinha. Ela me encarou por um tempo e logo, sorriu de uma maneira muito demôniaca. Confesso que me assustei, mas ri com a expressão. - Bom dia, William.

- Bom dia, mana. - Retribui o sorriso.

A Nat é a única pessoa que me chama pelo segundo nome. Segundo a mesma, ela só me chama assim, justamente porque nenhuma outra pessoa chama, e isso a faz se sentir especial. Eu não reclamo. Já vi nomes piores.

Acabei de comer os waffles que ela havia feito, corri para o banheiro para escovar os dentes e depois saí correndo para a garagem.

Eu tenho uma moto, mas não é lá aquelas motos rápidas e monstruosas, é apenas uma daquelas que só atingem 50km. Nem placa tem. Mas já passei tantas coisas com ela, então eu a amo. Comprei uma azul pra mim e uma branca pra Nat ano passado. Eu a chamo de Valerie. Por que? Não sei ao certo, apenas gosto desse nome.

Risk It All [tradley evanson] #EDITANDO #HiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora