0.1 - Here

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Tristan

Meu amigo Dwayne havia me chamado para uma festa do outro lado da cidade. Confesso que eu não estou nem um pouco animado com isso, mas fazer o quê? Eu to recusando os pedidos dele há duas semanas — Não que eu não goste de festas, é mais porque eu não conheço ninguém nesse lugar e o Dwayne não é lá tão boa influência. Do jeito que ele é, é capaz de ir embora e se esquecer de mim.

Ele parou o carro numa esquina com um único poste de luz ligado.

— Por que essa cara, Tristan? — Dwayne quebrou o silêncio que havíamos criado durante todo o caminho.

— Que cara? Eu estou perfeitamente normal — lancei um sorriso falso de felicidade.

— Ótimo! Não te trouxe aqui para ficar igual a um zumbi. Levanta a bunda daí e vamos curtir a noite — Bufei em insatisfação.

A música era audível do local onde estávamos estacionados, a casa também estava visível. Muitas luzes, muitas pessoas no quintal e, é claro, gritaria. Comecei a me animar, o ambiente passava essa vibe.

Na medida em que íamos nos aproximando, pessoas começavam a se aproximar, vindo na direção de Dwayne, é claro.

Logo, ele já não estava mais comigo, havia sido abduzido por esses retardados.

Assim que passei pela porta, notei que a casa era maior do que parecia por fora. Era bonita e elegante. Bom, até de manhã já não poderei dizer a mesma coisa. Dei uma olhada pelos corredores cheios de gente até que consegui achar a cozinha.

Bebida.

Minha salvação do tédio.

Haviam três carinhas brincando de vira-vira com uma garrafa de vodka. Soltei uma risada meio alta, a cena deles era engraçada. Já estavam tão bêbados que não sabiam se dão risada ou se choram — literalmente. O de blusa verde notou que eu estava rindo e me convidou para participar da brincadeira, os outros dois, um de blusa azul e o outro de vermelho concordaram, e eu, sem reclamar, fui.

1, 2, 3, 4, 5 doses.

— Gente, acho que não vou sobreviver à próxima dose — gritei, rindo.

— Ah, meu amigo, a gente já passs-sso-ssou da conta e ainda estamos aqui de pé — o de vermelho disse, gaguejando, mas logo se apoiou na bancada porque estava quase caindo. — Ou quase totalmente em pé.

Rimos todos juntos, até umas pessoas que passavam por ali na hora estavam rindo.

Botei meu copo encima da mesa e saí andando. Os três nem notaram minha saída, estavam bêbados demais. Não ligo, também estava, não como eles, mas sóbrio eu não estava mais.

Resolvi procurar um banheiro e, como eu não achei no primeiro andar, subi as escadas, atrás do local sagrado. Espero que já não tenha gente fazendo coisas lá dentro.

Procurei, procurei e nada. Avistei uma porta entreaberta e resolvi entrar. O lugar estava vazio. Desconfio que seja o quarto dos pais do anfitrião. Cama de casal, dois armários, entre outras coisas. Geralmente eles trancam o quarto dos pais.

Estranho.

Fui perambulando pelo quarto, pois não tinha nada pra fazer. Até que acabei vendo um aquário e me lembrei do meu propósito: o Banheiro.

Risk It All [tradley evanson] #EDITANDO #HiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora