3. Creppy forest, high noises

146 11 0
                                    

Eram exatas duas horas da madrugada quando eu arrumei minhas coisas na mochila e pulei a janela do meu quarto. A queda não seria muito grande então eu não me preocupei em me machucar.

Eu estava totalmente preparada para o que quer que tenha me chamado para a floresta. Eu andava com um canivete no bolso da minha calça e em minha mochila eu tinha comida e roupa quente para no caso de me perder na floresta que conhecia tão pouco.
A verdade é que quando mais nova, com cinco anos, eu descobri meu dom por causa de uma das proxies do tao temido Slender man. Eu ainda morava no orfanato naquela época, e foi pouco antes da minha família me adotar. Eu nunca soube o que aconteceu com meus pais mas sei que eles queriam me fazer mal e os espíritos bons do outro plano deram um jeito de me fazer ir para um lugar seguro.

A caminhada não durou muito e logo eu avistei o campinho abandonado. Como um dia me disseram, pessoas médiuns possuem quase que um terceiro olho, elas veem com a alma, são mais sensíveis que outras pessoas que quando tem contato com o mundo espiritual sentem apenas um arrepio. Foi assim que eu consegui ver os espíritos que a floresta guardava.

Eu conseguia ver e ouvir a dor que todos eles sentiam, os pedidos de socorro, de clemência e os gritos de ódio. Fazia tempo que eu não me sentia receosa sobre os espíritos. Depois de onze anos sabendo sobre minha mediunidade, certas coisas não me assustavam então era como se meu sensor de perigo estivesse quebrado... Parece que dessa vez ele está bem porque minha pele se arrepiou no instante que pisei na grama e encarei as árvores com folhagem densa que nos dias de sol, não deixava luz entrar.

Quando adentrei a floresta, depois de poucos minutos caminhando, vi a grande construção que ficava quase que no meio da floresta. Se alguém comum encontrasse acharia que estaria abandonada pela sua aparecia e nem mesmo ligaria mas pessoas como eu conseguiam sentir o poder até mesmo à quilômetros de distância.
Chegando mais perto consegui ver a figura alta, esguia e sem face que guardava a porta. Slender Man não mudou desde a última vez que o vi.

  A verdade é que eu nunca tive medo dele, sempre foi um tipo de respeito. Ele é a figura principal quando se pensa no sobrenatural então era perceptível seu poder.
Assim que ele me sentiu a minha presença, chiados estranhos começaram a soar. Era como o barulho de uma televisão sem sinal que gradativamente começava a ficar mais agudo. Era tão intenso o soar que vai de joelhos no chão, agonizando e tentando proteger meus ouvidos com as mãos que logo ficaram molhadas com um líquido viscoso. Era Sangue.

Quando o barulho ficou insuportável para o meu corpo, eu desmaiei. As vezes o corpo para se proteger de sofrer, desliga, fazendo com que desmaie mas talvez essa decisão inconsciente pode não ser a melhor.

A médiumOnde histórias criam vida. Descubra agora