Capítulo 40

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Acordei com uma dor de cabeça enorme, pressionei meus olhos com força e logo abri os mesmos, tentando me ajustar com a claridade do local. Tentei me mexer na cama, mas minha perna ardeu e metade do meu corpo estava doendo, levei meu olhar para o lado e encontrei Josh dormindo em uma cadeira, tive um pequeno déjà vu com aquela cena e logo meus olhos estavam cheios de lagrimas, me senti egoísta por desejar que fosse Dylan naquela cadeira, como no primeiro dia que nos conhecemos. Tentei ver o estado do meu corpo sem acordar Josh, levantei o lençol lentamente e observei minha perna que havia ardido, ela estava coberta por um curativo, assim como o meu braço.

"Você se queimou" Levei um pequeno susto com a voz rouca de Josh ao meu lado, ela provavelmente estava assim por ele recém ter acordado.

"Dylan está bem?" Foi a primeira coisa que saiu da minha boca, virei meu rosto para parede esperando pela resposta, o que foi uma agonia pela demora de Josh para responder.

"Eu não sei" Sua voz estava cheia de dor, virei para ele novamente, quase sem coragem para pronunciar qualquer outra palavra.

"Você esteve lá?" Ele concordou com a cabeça e eu respirei fundo "Encontrou algum.. corpo?" Perguntei com medo e ele concordou novamente. Meu peito doeu com a sua resposta. Meu olhos que antes estavam quase secos, agora estavam completamente encharcados de lagrimas e eu não lutei para impedir isso. Josh me olhou em panico, eu estava quase surtando naquele momento.

"Não era ele" Meu peito encheu de alívio e eu pude respirar normalmente de novo.

"Isso significa que ele pode estar bem, certo? Não era o corpo dele, ele pode estar por ai-" Josh me interrompeu.

"Tinha sangue lá, uma quantidade exagerada de sangue e os resultados dos exames confirmaram que era o sangue dele" A voz de Josh estava dura e fria, era obvio que eu não poderia esperar outra coisa dele, desde que cheguei na vida de Dylan, as coisas tinham sido perigosas para ele e agora ele pode estar por ai, machucado e sozinho ou pior, pode estar... morto.

"Eu sinto mu-" Ele me interrompeu novamente.

"Não sinta" Ele levantou a mão como se dissesse 'pare agora mesmo' e respirou fundo "Acho melhor eu ir buscar um café" Ele levantou da cadeira com pressa e eu mordi meu lábio nervosa, achei melhor ficar em silencio, não queria deixar as coisas piores do que elas já estavam. Virei meu rosto para o lado e encarei a parede do hospital, tentando, de alguma forma, buscar conforto naquele amarelo desbotado que preenchia todo o lugar. Eu só queria que as coisas dessem certo pelo menos uma vez, nesse momento eu não tinha certeza se aguentaria mais alguma noticia ruim, eu estou tão cheia disso tudo, eu assassinei um ser humano, como é possível que eu viva com isso? Eu claramente não vou sair impune por matar Christopher, eu queria me sentir feliz por finalmente ter certeza que ele não vai mais me machucar, mas eu só consigo me sentir um lixo.

Uma batida na porta tirou minha atenção da parede, olhei para a mesma e encontrei uma enfermeira sorrindo e logo atrás dela havia um homem alto, cabelos loiros e a pele clara. Aparentava ter 40 anos, não que eu seja formada em qual idade cada pessoa parece ter. Olhei confusa para eles e o homem me olhou de volta, seus olhos estavam brilhando com o que parecia ser lágrimas, o homem sorriu para a enfermeira e caminhou na minha direção, em questão de segundos ele estava me abraçando e chorando. Não quis ser rude, mas não tive escolha ao afastar seu corpo do meu.

"O que está acontecendo? Quem é você?" Perguntei nervosa e ele me lançou uma olhar ferido, a enfermeira logo saiu do quarto, me deixando sozinha com ele, como ela poderia me deixar com um desconhecido assim? O homem me olhou com ternura e eu quase esqueci do que estava acontecendo ao meu redor, somente uma pessoa me olhou assim e essa pessoa foi Dylan.

"Me desculpe por isso" Sua voz era carregada de um forte sotaque inglês, ele sorriu para mim e aquilo me acalmou, mas não deixou minha desconfiança de lado "você me lembra muito a sua mãe, eu estava muito ansioso por esse momento, por todos esses anos, sempre soube que a minha menina estava viva" Olhei confusa para ele, quase me levantando as pressas daquela cama, mas ele me parou. Isso era o que eu estava pensando que era?

"Você é-" Não finalizei minha pergunta, pois a porta foi aberta novamente e um homem mais novo entrou. Eu realmente não gosto da presença de homens desconhecidos perto de mim, mesmo se eles forem quem eu estava pensando que eram, isso não deixava de ser desconfortável.

"Hei" O garoto acenou sem jeito e em seguida pousou a mão na nuca.

"Vocês são meus..." De repente minha boca ficou seca e eu estava nervosa, mas não com medo. Eu não deveria ter medo, certo?

"Sou seu pai" Ele sorriu orgulhosamente, com pequenas lagrimas presas nos cantos de seus olhos e analisou meu rosto com um olhar culpado, quis gritar para ele que aquilo não era sua culpa, mas eu não o conhecia, ele poderia ser meu pai, mas no momento era um completo estranho para mim. Ele puxou o garoto para o seu lado, derrubando algumas lagrimas, mas nunca deixando de sorrir. Era como se algo brilhasse nele e eu me dei ao luxo de imaginar que seria por causa de mim. "Esse é seu irmão mais velho, Will" Sorri fraco para o garoto, eu queria me permitir estar pulando de alegria agora, mas meu histórico com um pai abusivo me deixava relutante em confiar no homem simpático a minha frente.

Eu tinha um pai e um irmão, não pude evitar imaginar como minha vida teria sido se Christopher nunca tivesse feito o que fez, eu poderia estar indo para uma faculdade agora, teria um irmão mais velho super protetor e uma mãe coruja, meu pai olharia feio para os meninos que se interessassem por mim, mantendo sempre sua pose de pai protetor. Eu seria uma garota normal e feliz, mas ainda não seria completa, eu não teria Dylan em minha vida e o pensamento de viver uma vida sem ele era perturbador.

Naquela noite eu não precisei de remédios para dormir, talvez porque minha mente estivesse completamente esgotada com todos os acontecimentos do dia, que foram poucos, mas o suficiente para me deixar cansada mentalmente, eu poderia ter dormido com um sorriso no rosto aquele dia, mas ainda faltava uma pessoa ao meu lado e eu não sabia se ele estava bem, e a sensação de não saber onde ele estava ou como estava parecia como uma barra de ferro sendo pressionada contra o meu peito, varias e varias vezes.

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Oi meus amores, demorei mas voltei

Sei que vocês queriam que Dylan aparecesse logo, mas vamos com calma, ele ainda está naquele fim de mundo e a Luna na Inglaterra. O que acharam do pai biológico da Luna? O irmão dela se chama Will por causa do Will de peças infernais, amo tanto ele :c





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