Capítulo 19

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Fiquei horas sentada no chão da sala, chorando, e me perguntando várias e várias vezes onde eu havia errado, porque isso acontece comigo? Eu não conseguia entender, meu peito doía pela mágoa, como eu pude deixar ele me tocar de novo? Eu fui tão fraca. Eu poderia ter feito algo, poderia ter sido mais forte, mas na primeira cintada eu já havia desabado em lágrimas.

Eu sentia raiva de mim, de Cristopher, de tudo. Será que a minha dor e meu medo se transformariam em raiva com o tempo? Eu não sabia, mas desejava que sim.

Decido deixar esses pensamentos de lado e subir para o meu quarto, eu sabia exatamente do que precisava naquele momento, ou do que achava que precisava.

Senti dor se alastrar por todo o meu corpo quando fiz o primeiro movimento para me erguer, era horrível, a cada passo era uma tortura, demorei quase um século para subir as escadas. Suspirei de alívio quando avistei a porta do meu quarto, finalmente.

Já dentro do quarto, fui revirando tudo atrás de alguma droga, eu precisava de algo para curar a minha dor, não a dor física, mas sim aquela que eu sentia dentro de mim, que a cada dia esmagava mais o meu coração, se tornando praticamente impossível viver sem algo que me fizesse esquecer de tudo, que me desse certa alegria, mesmo que o efeito fosse passageiro.

Eu revirei todo o meu quarto, deixei tudo uma bagunça, mas finalmente, eu havia achado meu ultimo saquinho de cocaína, não demorei muito para fazer varias fileiras com o pó e aspirar tudo desesperadamente, eu estava me sentindo fraca e impotente, eu precisava que aquilo fizesse efeito rápido.

Quando senti a droga fazer efeito, procurei minha carteira de cigarros e logo acendi um, eram os mais fortes que vendiam no bar da esquina. Meu corpo relaxou quando aspirei a fumaça do cigarro, eu não sei explicar, mas a mistura das duas drogas no meu corpo me fizeram relaxar, mas não era como aquela euforia que eu sentia sempre que usava cocaína, eu estava tão corrompida que nem a droga fazia mais efeito no meu corpo como dias atras, seria a droga insuficiente para fazer essa dor passar? Talvez não seja como era antes, talvez dessa vez tenha sido mais serio, quem sabe finalmente havia chegado a hora em que tudo acabaria, ou talvez eu precisasse de algo mais forte, como o uísque do escritório de Cristopher.

Cristopher. Até em pensamento esse simples nome me afetava, eu nunca conheci alguém além do meu querido papai que tivesse esse nome, será que eu odiaria a pessoa só porque ela tem esse nome? é triste pensar nisso, mas eu não posso evitar, esse nome me causa repugnância.

Decido interromper esses pensamentos e caminhar para fora do quarto, a procura do escritório dele. Eu sabia que ele nunca fechava com chave aquela sala, ao contrario do seu precioso armário de bebidas, aquele ele fechava com chave e cadeado, eu sabia disso porque já tentei roubar bebida dele antes, a porta era de vidro, naquele dia eu não quebrei com medo de levar uma surra dele, mas hoje eu não me importava, iria quebrar aquela merda e tomar todas as bebidas dele. Talvez eu não esteja pensando com clareza, mas no momento eu não me importava com nada disso, nem com as consequências que meus atos me trariam.

Quando cheguei em frente ao seu armário de bebidas, foi como o paraíso para mim, ou quase isso. Olhei todas as bebidas com certa admiração, suspirando em seguida. Eu iria mesmo fazer isso?

Eu iria.

Peguei um troféu em cima da mesa do seu escritório e joguei do vidro do armário, comecei a rir como uma idiota quando vi o vidro estilhaçado cair no chão. Qual era o meu problema?

Peguei o uísque mais caro dele, céus, ele iria me matar. Só espero estar podre de bêbada no momento. Abri o uísque e bebi o primeiro gole, ele entrou queimando toda a minha garganta, mas eu amava aquela sensação. Comecei a tomar goles maiores e balançar a cabeça em seguida, não sei o porque eu estava fazendo aquilo.

"Que delícia" Eu gritei para o nada. Além de drogada, estou louca.

De repente uma ideia se passou pela minha cabeça, me senti sorrir ao lembrar dele, peguei meu celular e digitei seu número.

"Atende seu filho da mãe" Falei com a voz rouca, acho que eu já estava enrolando a língua porque nem eu mesma entendi o que eu havia dito depois disso.

A maldita ligação foi parar na caixa de mensagem.

"Dylan, heeeeeeei" Falei rindo. "Porquê você não está aqui?" Comecei a chorar "Atende logo esse celular, idiota."

Encerrei a ligação e me sentei no chão do escritório, começando a chorar feito idiota, porque eu estava chorando?

"Eu te odeio, Cristopher" Gritei, logo jogando sua garrafa de uísque na parede, ela se partiu e o líquido começou a escorrer, isso me fez rir.

Levantei do chão e caminhei para pegar uma nova bebida no armário, eu nem vi qual era, apenas abri e bebi vários goles, um atrás do outro. Senti minha cabeça girar logo em seguida, tentei dar um passo a frente, mas acabei me desequilibrando.

Acho que fiquei uma meia hora sentada no meio da sala, bebendo todas as bebidas que encontrava pelo caminho, dessa vez eu havia acendido um cigarro de maconha, eu nem sei como bolei ele do jeito que eu me encontrava, mas estava dando para fumar, então estava tudo bem. Me assustei quando ouvi um barulho na sala, imediatamente pensei em Cristopher. Tentei me levantar, mas não consegui, então só havia algo a ser feito. Comecei a beber o liquido da garrafa desesperadamente, se eu iria morrer pelas mãos de Cristopher, eu iria morrer bêbada.

Os passos foram ficando mais próximos, eu estava tão chapada que poderia enxergar dois Cristopher's na minha frente, espera, não era ele.

"Mais que porra" Falei tentando me levantar, a minha visão estava uma merda.

"Luna, o que você está fazendo?" Eu reconheci aquela voz, mas não tive tempo para responder, ele retirou a garrafa da minha mão e ergueu meu corpo na altura do seu. Caralho, eu estou girando.

"Dylan?" Perguntei segurando o seu rosto, tentando focar minha visão no seu nariz fofo, ele é tão lindo. "Você é tão lindo" Falei passando a mão por todo o seu rosto, ele riu, mas logo voltou a ficar com uma expressão diferente. Ele estava irritado? Decepcionado? Eu não consegui decifrar.

"O que aconteceu com você?" Ele perguntou com os olhos arregalados, analisando meu rosto e meus braços.

Eu não respondi a sua pegunta.

"Que bom que você está aqui, senti saudades" Falei enrolada, logo abraçando ele. Ele cheirava tão bem. Apertei mais o seu corpo contra o meu e deitei minha cabeça no seu ombro, depois tudo ficou escuro.

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EU ATUALIZEI

EEEEEEEEEEEEE

ME AMEM

Como demorei para atualizar, tentei fazer um capitulo maior e melhor, mas acho que não ficou muito bom. Sorry guys, mas vivo me perguntando como você gostam dessa historia.

Enfim, o que acharam do capitulo? quero sinceridade povo, amo vocês ♥



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