O palácio de Teseu

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TESEU: Querida Hipólita! Agora só falta um dia para o nosso casamento e parece que o tempo parou!
HIPÓLITA: Um pouco de paciência e o nosso dia já chegará.
TESEU: Filóstrato! Fale a todos os atenienses. Convide todo o povo para a festa! Quero um casamento cheio de alegrias! (sai Filóstrato; entram Egeu, Hérmia, Lisandro e Demétrio)
EGEU: Salve, duque!
TESEU: Que há de novo?, Egeu.
EGEU: Venho, a contragosto, fazer queixa contra minha própria filha, Hérmia. Veja, duque, este é Demétrio, que eu escolhi para marido de minha filha. Mas este Lisandro aqui, enfeitiçou o coração da menina. Sim, Lisandro, você conquistou minha filha com palavrinhas bobas, cançõezinhas, cachinhos de cabelo, anéis, ramalhetes, docinhos, estas porcarias dos namorados. E assim, a obediência filial se transformou em teimosia. Como pai, quero a justiça de Atenas. Oua ela se casa com Demétrio, ou morre!
TESEU: Hérmia!, o que diz disto? Cuidado na resposta! Deve-se obedecer aos pais.
HÉRMIA: Vossa graça me perdõe a coragem, mas não quero viver se não for com Lisandro.
TESEU: Preste atenção, menina! Amanhã, quando serão celebradas as minhas bodas, você deverá dar a resposta final.
DEMÉTRIO: Hérmia, concorda. E você, Lisandro, não queira se opor mais ainda ao meu direito, recebido de Egeu.
LISANDRO: Se ele te quer tanto assim, case você com ele.
EGEU: Sem-vergonha! É verdade que o prefiro e para ele deixarei os meus bens.
LISANDRO: Senhor, eu também sou de boa familia. Além disto, Hérmia gosta é de mim. E tem mais. Helena, a filha de Nedar, está apaixonada por Demétrio.
TESEU: Já ouvi falar disto. Outra hora falarei a Demétrio sobre o caso. Mas agora, Egeu e Demétrio, venham comigo. Vamos, Hipólita. E você, Hérmia, cuidado com os teus caprichos. (saem Teseu, Hipólita, o séquito, Egeu e Demétrio)
LISANDRO: Então, Hérmia. Que faremos?

 HÉRMIA: Quanto sofrimento!, Lisandro.
LISANDRO: Todo o verdadeiro amor, conforme tenho lido, jamais teve um curso tranquilo.
HÉRMIA: Então, é preciso paciência...
LISANDRO: Ouça, Hérmia. A sete léguas de Atenas mora minha tia, uma viúva rica que não tem filhos e me considera seu herdeiro. Lá podemos nos casar, longe das leis de Atenas. Fuja esta tarde até o bosque ao norte da cidade. Encontrarei você lá.
HÉRMIA: Juro, Lisandro. Juro pela seta de penas de ouro do deus Cupido, pelo amor que une nossas almas, como estarei lá ao entardecer. Veja, aí vem Helena. Bela Helena, como vai? (entra Helena)
HELENA: Eu, bela? Mas é você que é amada por Demétrio. Quem me dera que a beleza fosse como uma doença contagiosa. Então nossa amizade me faria bonita. Demétrio só pensa em você.
HÉRMIA: Eu faço cara feia e ele me ama.
HELENA: Ah, se a minha cara fosse feia assim...
HÉRMIA: Coragem! Ele não ficará mais tempo sem amar você porque eu e Lisandro resolvemos fugir de Atenas.
LISANDRO: Não vamos ocultar de você os nossos planos, Helena. Hoje, quando raiar a lua, eu e Hérmia iremos rumo à liberdade.
HÉRMIA: Vamos nos encontrar naquele bosque onde a gente brincava quando era pequena. Reze por nós, Helena, e que Demétrio seja seu algum dia. Agora, Lisandro, precisamos nos separar. (saem Lisandro e Hérmia)
HELENA: Como é possível que as coisas estejam tão mal distribuidas. Dizem todos em Atenas que eu sou tão bonita quanto Hérmia. Mas Demétrio não pensa assim. Vou contar a ele que os dois fugirão. Pelo menos tenho um motivo pra falar com ele. Poderei vê-lo na ida e na volta.

Sonhos De Uma Noite De VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora