No fundo da mente, no subconsciente, está a verdade...

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RED HILL – WEST LAKE

PENSILVÂNIA – JUNHO 14, 2008 – 08:30 


Depois de horas e horas acompanhando a equipe que recolheu os corpos espalhados pela floresta, Lucas acaba de chegar ao prédio em que mora e tudo o que deseja, é tomar um banho. Pois, sabe que não vai conseguir dormir e, muito menos, tirar de sua mente as cenas de seu atual pesadelo em terceira dimensão, que se misturam com a parte mais triste de seu passado.

Então, que a água quente de sua ducha possa, ao menos, relaxar seus músculos endurecidos e lavar suas lágrimas.

Porém, após subir quatro lances de escada e se aproximar de seu apartamento, ele nota que a porta está entreaberta. De imediato, o tenente saca sua arma e a engatilha com total cuidado, já que não quer fazer barulho e chamar a atenção do possível invasor.

Lucas empurra a porta com cautela e observa atentamente a sala. Ele caminha de forma silenciosa até a cozinha, mantendo sua arma erguida e mirando para todos os lados que olha.

O apartamento é pequeno, mas tem lugares suficiente para alguém se esconder e é isso que preocupa o homem. Ele checa também o quarto, mas é um barulho no banheiro que chama sua atenção. Então, ao chegar à porta semiaberta, ele solta um suspiro e aperta os olhos por alguns segundos, abrindo-os novamente em seguida.

— Você nunca vai me deixar em paz, não é? — Lucas questiona ao homem fantasiado de palhaço, que está sentado em seu vaso sanitário com um filhote de Pit Bull nas mãos. Ele não é pequeno, por causa da raça, mas não deve ter mais que um mês de vida.

— Por mim, eu não viria mais, mas sua mente me chama, Lucas — o palhaço diz a ele com um sorriso fraco. — Você sabe que nunca iremos nos separar, mesmo querendo — ele acrescenta, respirando fundo.

— Arrumou um cachorrinho? — Lucas ignora o que o palhaço diz e coloca a arma sobre a pia do banheiro para poder se aproximar do filhote.

— Rufuz pertencia ao Edgar e ao Anderson — o palhaço responde olhando para o filhote, mas não deixa de prestar atenção nas lágrimas que Lucas derrama ao ouvir os nomes dos rapazes. — Os rapazes o pegaram há algumas semanas e o deixaram comigo para passarem o final de semana em Old Field — explica, engolindo com certa dificuldade.

— Eles estão mortos, Joseph! — ele exclama com uma dor profunda e se senta no chão. — Meu filho está morto e o outro é um assassino sádico, cruel e dissimulado! — Lucas encara o rosto maquiado do palhaço e nota que ele também está triste. — É o responsável pela morte do próprio irmão.

— Você realmente acredita que Roudinny seja um assassino, Lucas? — Joseph acaricia o filhote, que dorme em seu colo, e lança seu olhar mais profundo para o Tenente. — Acredita que ele seria capaz de tirar a vida do Anderson com tanta crueldade?

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⏰ Última atualização: Sep 02, 2021 ⏰

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