Do fundo da mente, do subconsciente, o passado retorna...

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DEPARTAMENTO POLICIAL DE WEST LAKE

Pensilvânia – junho 13, 2008



Lucas Kingston, o tenente da polícia de West Lake, já está exausto e louco para ir embora. Pois, seu dia não foi fácil e a noite não está sendo nada agradável.

Na verdade, nunca foi, mas essa é uma das mais tensas dos últimos meses no departamento.

O caso em que está trabalhando está o deixando transtornado e Lucas anseia muito por um banho quente, seguido de um bom momento de tranquilidade. Porém, não será hoje que o tenente alcançará seu objetivo. Já que o policial, Johnny Smithers, acaba de registrar mais uma ocorrência relatando o mesmo fato.

Algo muito sério está acontecendo em Old Field, o antigo bairro rural situado nos limites da cidade. Mas entre os seis chamados, o último é o mais pesado de todos, com detalhes que são capazes de mexer com o psicológico de um oficial que já viu e ouviu as piores coisas, como é o caso de Johnny.

Atordoado, ele encara o boletim recém-impresso em suas mãos, solta um longo suspiro enquanto tenta se manter frio diante à situação e se levanta da cadeira que esteve ocupando pela última uma hora e meia, em ligações aterrorizantes que não pareciam ter fim.

As vozes assustadas daquelas pessoas ressoam em seus ouvidos novamente e algumas das frases que martelam sua mente, levam seu corpo a bambear. Johnny não está bem, só quer deixar de lado o fato de ser policial e desmoronar, gritar aos quatro cantos a dor que nasceu em seu peito assim que houve a primeira ligação direta ao departamento. Mas ele sabe que não pode, sabe que precisa informar ao Tenente o que está acontecendo.

E tem dúvidas de como pode fazer tal coisa sem lhe provocar o mesmo desespero que está sentindo. O oficial ainda tenta protelar, parando para tomar um pouco de água.

Ele toma o primeiro copo com lentidão e respira fundo. O segundo já é mais rápido e ele sente a garganta reclamar com líquido gelado. No terceiro copo, Johnny consegue entender que não adianta adiar. Porque, enrolar não irá mudar o que aconteceu. Seja por ele ou outro policial, Lucas saberá sobre os chamados e quanto mais cedo isso ocorrer, mais rápido as coisas podem se resolver.

O rapaz coloca seu copo de água sobre a mesa e finalmente se direciona até a sala do Tenente. Parado diante à porta, ele respira fundo uma última vez e passa a mão pelos olhos azuis, que ardem pelas lágrimas que estão prendendo.

— Tenente? — ele chama ao dar uma leve batida na madeira envernizada do batente.

— Pode entrar, Johnny. O que precisa? — o tenente pergunta, enquanto olha mais uma vez para uma página do arquivo do caso em que está trabalhando.

Caso Kingston - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora