O que ele está fazendo aqui? Ele tinha morrido, eu pensei, pelo menos.
Então tudo parou de importar pra mim, parei de ligar pros seguranças, parei de ligar pros meus sequestradores. Apenas foquei no meu pai, eu o encarava e ele me retribuía, ambos sem falar nada.
Sem pensar corro em sua direção e o abraço, abraço como nunca abracei antes. Começo a sentir lágrimas nos meus olhos e percebo que estou molhando sua blusa, mas isso não importa, mesmo que todos estivessem olhando para nós, o que importa é que meu pai está vivo. Meu pai está vivo! Pensei que nunca mais iria poder pensar nisso, pensei que nunca mais ia ouvir o som de sua voz, pensei que nunca mais veria o homem que me criou.
—Te amo pai -digo á ele.
—Eu também te amo -ele diz e me abraça mais forte, sua voz estava um pouco diferente desde a última vez que nos encontramos, mas é óbvio que estaria. Já se passaram 5 anos... Já se passaram 5 anos que ele se esconde de mim. Me solto bruscamente dele.
—Por que nunca me procurou? -pergunto com raiva, ele me encara como se se arrependesse profundamente por não ter me procurado, mas infelizmente arrependimento não muda o passado.
—Eu não podia... -ele começa a dizer.
—Ah mas você podia sim! -digo e percebo todos a minha volta me encarando, mas não ligo. —Você não sabe mais nada da minha vida! Não sabe nem que eu tenho uma irmã! Uma irmã que deve estar morta no momento por sinal! -ao dizer isso começo a sentir meus olhos lacrimejarem novamente. Aponto pra ele e então vou chegando mais perto. —Você, você é um monstro. Você teve a chance de ficar com a filha mas não, é MUITO melhor se fingir de morto pra se livrar dos seus problemas! -digo já chorando aos montes. -Afinal, quem é que quer uma filha que estragou seu casamento?! Hein?! Isso mesmo! Ninguém! O que é bom mesmo é largar a própria filha nas mãos de uma mãe bêbada! Em pensar que em todos esses anos eu chorei por você, ninguém deveria chorar por você! Porquê você é um MONSTRO! M-O-N-S-T-R-O! -eu tenho certeza que teria gritado mais se meus soluços não me impedirem e se os guardas tivessem me pegado e me arrastado pra um quarto.
Enquanto sou levada a força embora dali vejo que meu pai não fazia nada, apenas me encarava tristemente. Tristemente? Só eu posso encarar ele tristemente! Não foi ele que foi abandonado pelo pai!
Os guardas me levam então até um quarto diferente, esse era todo branco meio escuro e uma cadeira preta no meio. Eles me amarram nela e saem da sala, de repente uma luz extremamente forte se acende em cima de mim e ouço uma voz feminina:
—Seja bem vinda ao Centro de Detenção e Pesqusas de Anjos e Demônios, CDPAD, Elizabeth Seraphine Marshall -ela falava isso uniformemente, mas pouco me importava essa voz.
O que diabos meu pai está fazendo aqui? Não, meu pai não, Henry. E se ele não morreu, de quem é o corpo enterrado? Arregalo os olhos ao pensar que ele pode ter matado alguém para isso, a partir de hoje não duvido de mais nada vindo dele, sou tirada de meus devaneios quando a voz me chama novamente.
—Sra. Marshall, aqui esclareceremos suas dúvidas, por onde deseja começar? -Ok, isso era uma pergunta muito difícil, eram tantas dúvidas, decido começar pela mais fácil.
—Qual o seu nome?
—Não tenho um sobrenome pois sou um robô, porém todos me chamam de Ciara -um robô? Isso explica a uniformidade na voz.
—Então você é tipo uma inteligência artificial que controla aqui? Esse tal de CDP alguma coisa.
—CDPAD, e sim, é mais ou menos isso -ela me responde, isso pode vir a ser interessante no futuro. —Outra pergunta?
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Filha do Inferno
FantasyLiza Marshall é uma garota de 17 anos que mora na Califórnia, aparentemente era normal, tinha medo de coisas como escuro e altura, porém, só aparentemente. Depois de uma série de mortes no seu círculo de conhecidos Liza descobre algo sobre seus pais...