Eu arfo.
O que ele queria falar comigo?
Tinha algo haver com meu p... Henry?
Eu tinha feito algo errado?
Eu vou então até o banheiro e lavo meu rosto, apoio minhas mais na bancada e relembro tudo que aconteceu para saber se eu havia feito algo errado.
Nada.
Não havia nada errado.
Me arrumo então como normalmente, com aquele mesmo uniforme verde.
Saio do quarto, agora que eu sabia andar por aqui eles não precisavam moldar o meu caminho, eu mesma poderia faze-lo.
Vou caminhando pelo pátio, mas não vejo nem Jasmine nem uma grande árvore com o Ryan de baixo dela.
Vou caminhando, caminhando, até que me canso.
Me sento no chão mesmo, apoiada em uma árvore (não, ela não era grande).
Olho pro céu, era um dia nebuloso, mas mesmo assim o pátio estava cheio, não era possível que nenhuma dessas pessoas era Jasmine!
Fico pensando na árvore, e então meus olhos começam a fechar e tudo a ficar escuro.
Acordo com uma mão me balançando, esfrego os olhos e os abro lentamente, era Jasmine.
-Ei, dorminhoca -diz ela me cutucando. -Não devia estar com um certo presidente? -ela diz e eu arregalo os olhos.
-To muito atrasada? -pergunto me levantando.
-Nem tanto, por que não foi me procurar? -diz Jasmine e eu reviro os olhos. -Bom, que seja, pra chegar nele você tem que passar por ali -ela aponta para uma fenda entre um morro, não aparentava ter nada lá.
-Como assim cara? -pergunto. -Se eu entrar lá só vai ter preto, não vou enxergar nada.
-Só vai -diz ela me encarando, ela logo bota as mãos no bolso e vai embora.
Eu olho pra ela ir embora e olho para a fenda, sério mesmo?
Como eu não tinha muita escolha, fui caminhando lentamente até la, pensando que iria provavelmente tropeçar e bater a cabeça se eu fosse ali.
Paro em frente dela, observo por um segundo e então entro.
Como eu disse: tudo preto. Mas então eu começo a ficar meio tonta e cores bordadas começam a aparecer, primeiro verde, depois azul, marrom e amarelo, elas vai ficando menos desfocadas aos poucos até ficarem completamente nítidas.
Era um campo lindo, com algumas árvores e várias flores amarelas, céu mais azul que qualquer outro céu ja visto, um lago com uma pequena e simples canoa, como a de filmes românticos.
Me viro e vejo que a fenda havia sumido, ali atrás tinha apenas uma árvore grande, me lembro do bilhete de Ryan e começo a andar em direção dela.
-RYAAANNN?! -grito. -VOCÊ TÁ AI?!
-TOOOOO! NÃO PRECISA GRITAAAAAR! -ele me responde saindo de trás da árvore. -demorou, hein?
-Claro, você podia muito bem ter ido me ver ao invés de me mandar procurar Jasmine, que por sinal não aparecia nunca, pra depois ela me falar pra entrar em um buraco.
-Verdade, teria sido mais fácil, mas quem disse que o mais fácil é o melhor?
-Eu -digo e ele sorri. -Mas ok, isso não importa, o que queria falar comigo? -vejo então seu rosto ficar mais sério.
-É sobre seu pai... Ciara disse á você que não podia te contar nada sobre ele, certo? -pergunta ele e eu afirmo. -Bom, agora eu vou te contar... Há muitos, tipo, muitos anos mesmo, Lúcifer se tornou um anjo caído, levando com ele mais outros 9 conhecidos e 1 humana, que mais tarde virou um demônio. Eles, juntos, criaram os demônios, seres que seriam seu exército, que lutariam contra os anjos, seres sem dó, sem sentimentos. Em sua maior parte deu certo, mas a outra... Certo dia, um demônio se apaixonou por um anjo do senhor, seu nome era Ariel, e, apesar de referirem-se á ela como homem por suas vestes e por sua luta, ela era um poderoso arcanjo. Eles viveram escondidos de Lúcifer e de Deus por séculos, afinal, tal relacionamento era proibido. Pouco antes de serem achados por eles, Ariel deu à luz a um menino, ele que não tinha asas e nem uma aparência diabólica, eles, confusos, pensaram que era um humano, e querendo mantê-los longe disso tudo, o deixaram em uma pequena vila que ficava ali perto. Eles então foram descobertos e Ariel caiu por amar, se tornando um dos 191 anjos caídos menos conhecidos. Apesar de ser oniciente, Deus não conseguiu ver o filho desses dois, pois ele e seus pais eram corrompidos, não seguiam á ele, limitando então o que ele poderia saber, até que a criança foi vista por um anjo, que logo alertou Deus, pois ele emitia uma aura poderosa e diferente. Deus então fez uma aliança com Lúcifer, ao perceber que o menino era filho de um anjo e um demônio, eles uniram sua força, seu poder e seu sangue, formando então uma adaga dourada e prata, com linhas vermelhas pulsantes, elas representavam o sangue de Deus e de Lúcifer unidos por uma causa. Essa adaga continha o poder de matar os seres mais poderosos, como, por exemplo, os Dae... Tempos depois, porém, após a morte deste primeiro Daemange, Lúcifer percebe o poder que a adaga continha por ter o sangue de Deus, ele então a rouba e pretende matar o próprio Deus, porém ele é dedurado por um anjo caído que queria se levantar e mostrar sua lealdade ao senhor. Deus então esconde a adaga em um lugar em que, segundo ele, apenas seres sem más intenções iriam achar -ele para por um momento e me encara. -Era isso que seu pai fazia na terra, ele procurava a adaga.
—E por que vocês querem ela? Pretendem matar Deus? -pergunto arqueando a sobrancelha.
—Não Liza... Deus está morto -eu arregalo os olhos, como assim? Eu realmente nunca fui muito religiosa, mas nunca cheguei a ser atéia e muito menos a pensar que Deus poderia estar morto.
—Como assim?
—Por que você acha que o mundo está assim? Cheio de desgraças? Deus morreu Liza, um demônio o matou.
—Mas, mas...
—E respondendo à sua pergunta, nós queremos apenas proteger você, mantendo a adaga longe de mãos erradas.
Ele para de falar e ficamos 2 minutos em silêncios, ouvindo apenas nossos próprios pensamentos.
—Posso fazer uma pergunta? -pergunto e ele assente. —Por que me falou isso?
—Por que esperamos que você busque a adaga.
—Como assim? Eu não sei lutar, não tenho poderes, não sei nada!
—Você apenas acha que não sabe lugar e que não tem poderes, afinal, os mais poderosos sempre demoram mais a aparecer... Suas asas aparecerão em um momento de grande adrenalina e, com elas, seus poderes.
—Se você diz... Mas ok, posso fazer outra pergunta?
—Só se eu puder fazer outra depois e você será obrigada a responder -ele diz com um sorriso brincalhão.
—Fechado -digo com medo da pergunta dele. —Acharam minha irmã? Ela está bem? -vejo seu olhar então ficar mais triste.
—Me desculpe, Liza, mas nós não achamos ela em lugar algum, mas se mantenha firme, vamos encontrá-la...
—Ok, sua vez -digo eu, tentando esconder a tristeza.
—Depois disso to até com vergonha da minha pergunta -ele diz rindo. -Mas né... O que você acha de mim?
***
Oi gente!
Joguei a bomba e sai correndo.
Espero que tenham gostado do capítulo ❤️ (e da nova capa, dã).
Não se esqueçam de dar uma estrelinha e seu comentário, que eles são sempre muito bem vindos ❤️
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Filha do Inferno
FantasyLiza Marshall é uma garota de 17 anos que mora na Califórnia, aparentemente era normal, tinha medo de coisas como escuro e altura, porém, só aparentemente. Depois de uma série de mortes no seu círculo de conhecidos Liza descobre algo sobre seus pais...