Capítulo 1.

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Camila POV

- Fecha aqui, China?

Perguntei a uma Dinah que havia saído do banheiro enxugando as belas madeixas que cuidava com tanto carinho (quando tinha paciência, momentos considerados raros).

- Vira, Mila - disse ela, jogando a toalha MOLHADA em cima da minha cama! Revirei os olhos, fazendo um som nasal em um tom diferente, reprovando tal situação. Ela percebeu e destilou sua dose de veneno diária. - Ah Mila, nem vem com isso! Você faz isso direto, já cheguei aqui várias vezes e seu quarto parecia ter recebido uma visita de um furacão, você é tão bagunceira quanto eu, ou até mais e você sabe disso perfeitamente bem!

Aquela vaca que eu, carinhosamente, chamava de amiga, acabou seu discurso, curvando os lábios em um sorriso travesso.

- Você já ouviu isso várias vezes, mais vou tornar a repetir, e espero que você escute, em vez de ficar revirando esses olhos - disse olhando para seu rosto, apenas conferindo se estava prestando atenção no que eu iria falar dali em diante - A minha bagunça, é algo saudável para mim, é a minha marca registrada, ela faz de mim quem eu sou. E eu sou muito feliz com a minha bagunça "organizada". Agora a sua bagunça, é totalmente horripilante para mim, então, pela milésima vez eu digo: VÁ FAZER BAGUNÇA NA PUTA QUE PARIU, MAIS POR FAVOR FICA LONGE DO MEU QUARTO, DO MEU ESCRITÓRIO, DO MEU SANTUÁRIO, okay?

Acabei por gritar no final, não por birra, mais por opção. Porra, ela sabia que eu odiava toalhas molhadas em cima da minha cama, e ela fazia aquilo de propósito.

Sim, eu tinha muito medo de Dinah, na época do colégio ela era a Rainha das "trolagens", toda vez que iria acontecer uma pegadinha, teria que passar por suas mãos para ter sua aprovação. Ela era a chefe daquela pequena Máfia de delinquentes. E vá por mim, não é uma boa ideia mexer com ela. Eu e meu cabelo que o diga.

Foi como se fosse hoje, em uma aula de Educação Física, escondi o par de tênis dela, e se você não sabe, Dinah ama exercícios, ou seja, praticamente acertei uma bala em seu peito. Estava tudo bem para colocar os tênis dela no seu canto de volta, mais ela viu. ELA VIU! E não me contou nada, esperou uma semana, para colocar, simplesmente, cinco ovos no meu shampoo, isso mesmo, cinco ovos. Ela aproveitou justamente em uma aula de Educação Física, enquanto eu tomava meu banho. O terrível cheiro parecia carrapato, não largava por nada! Fiquei com muita raiva, brigamos muito, mas ela era minha irmã de alma, de coração. Era inevitável ficar menos de uma semana longe dela. Hoje somos essas dupla de amigas loucas que moram no mesmo apartamento por não conseguir ficar um minuto longe uma da outra.

-...MILA! - Ela gritou - Você está bem? Ou só por quê você é uma astrônoma renomada, você tem o direito de fazer suas viagens pelo espaço quando eu estiver rindo da sua cara de raiva?
Ela concluí com uma sobrancelha erguida.

- A tua sorte é que estamos atrasadas o suficiente pra eu não descer essa toalha pela a sua garganta à baixo.
Disse lhe encarando. Mas como ela era Dinah Jane Hansen, explodiu em uma gargalhada alta e escandalosa fazendo ecoar por todo o nosso apartamento.

- Te amo, Mila. Mesmo você sendo uma vaca mais ignorante que eu.

- Eu também me amo, DJ. - Devolvi e ela fez uma cara de ofendida com a mão sobre o peito. Eu ri e a abracei - Okay, você é chata, mas eu te amo.

- Sei disso também, Mila. E sei que se você não me soltar agora, vamos perder o vôo. E sinceramente, não quero engolir uma toalha.

Falou ela, lembrando minha promessa.

Soltei-me de seus braços e corri até o closet pegando um par de Scarpins pretos, e os colocando nos pés.
Peguei a escova de cabelo e fui ao banheiro, para conferir a roupa no grande espelho e fazer um rabo de cavalo nos cabelos, e percebi que, com todo o meu sermão Dinah não fechou o zíper do meu vestido. Gemi em frustração, me contorcendo de uma maneira que só ginastas olímpicas conseguiam fazer. Depois de um bom tempo e vários palavrões disparados ao vento, o vestido fechou.
Me olhei no espelho e comecei a puxar as madeixas para o alto da cabeça, prendi meu cabelo e me olhei no espelho, observando o resultado.
Sabe o chão? Então, eu escutei meu queixo cair sobre ele quando vi aquela mulher maravilhosa no espelho. Sem querer me gabar, o vestido preto acentuou minhas belas e perfeitas curvas. O vestido era colado, praticamente suspenso apenas pela fita que prendia meu pescoço a ele, um pouco abaixo dos joelhos e uma fenda até o meio da coxa. O scarpin e o cabelo ajudava a me dar aquele ar de sexy, provocante e decidida. Mas fui interrompida por uma Dinah Jane que me fitava pela porta.

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