capítulo 6

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Então falei: "Primeiro eu peço que o senhor me ouça com atenção: depois se quiser orar na minha cabeça, chamar o bispo... o senhor fica a vontade; mas agora precisa me ouvir."

É claro que nessa hora ele respirou fundo e olhou bem nos meus olhos. E eu já fui disparando:
"Lembra da pregação que o senhor fez no domingo, que há bênçãos que nós temos que pegar a força? Pois bem pastor, eu estou gostando do senhor, e estou disposta a lutar por isso. Sei que o senhor está noivo (exatamente isso que vocês leram: NOIVO), mas eu só vou desistir do senhor, quando vê-lo ali (apontei para o Altar), subindo com ela nesse Altar para se casar!"

Essas foram duas, das muitas palavras que falei para ele. E ele? Parado, estatelado olhando para mim... não conseguia ter nenhuma reação.
Eu falei que o objetivo de ter ido falar com ele, não era para ele terminar com a noiva, muito menos para dar em cima dele (com toda sinceridade)... mas para provar para mim mesma que aquilo que eu queria eu conseguia. E que ainda que a gente não desse certo, e não tivesse de ser, eu iria gostar de outra pessoa, o casamento dele seria liberado e bola pra frente. Mas que eu precisava tomar aquela atitude.

Estava realmente sendo sincera; e por incrível que pareça, ele tomou um susto muito grande, porque eu nunca tinha dado em cima dele, ou demonstrado meus sentimentos.
Depois de minutos e minutos parado me ouvindo, sem saber o que fazer (aparentava estar muito nervoso)... ele virou para mim e disse: "Você precisa orar para Deus fazer sua ficha cair" (rsrs), depois apertou minha mão e disse: "vai na fé!"
No dia seguinte (quarta-feira), já fui para a igreja crente de que o bispo estava sabendo, e iria me tirar de obreira (no mínimo). Mas isso não aconteceu, ele não contou para ninguém (até onde sei)... e mal olhava nos meus olhos.

O Pastor ErradoOnde histórias criam vida. Descubra agora