Capitulo 14

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Naquela manhã havia acordado mais cedo que o habitual e na noite anterior mal conseguia dormir. Coloquei um vestido amarelo claro com renda branca no decote em forma de coração, coloquei as luvas na cor branca, pedi a Joana que me ajudasse com um penteado, fazendo uma trança raiz, depois acordei Felipa e pedi para que se arrumasse para o café da manhã. Ao descermos as escadas Gregory já se encontrava a mesa lendo o jornal.

– O que fazem acordada tão cedo? – perguntando com o olhar em direção a nós.
– É que hoje depois do café Lady Laura com o Conde Queirós Vila Nova passaram aqui para irmos a Vila Real na loja de madame Foureaux para comprarmos os vestidos que te falei. – eu disse.

– Ora, ora, ora... e quem vai leva-las é o Sr. Benjamin? – perguntou incrédulo. – E ele vai ficar esperando todas vocês fazerem as compras? Coitado... – disse zombeteiro.

– Se quiser pode vir conosco irmão e fazer companhia ao Sr. Benjamin. – disse Lipa.
– Não hoje não posso, tenho que terminar de resolver uns problemas que houve no celeiro. – disse Greg. – Mas divirtam-se, pena que não posso dizer o mesmo do Conde. – terminou dizendo em uma risada estrondosa.

Cerca de duas horas depois a carruagem dos Vila Nova estava parada a porta da casa da fazenda dando a saída a Benjamin seguida de seu auxilio para que sua irmã descesse, quando finalmente entraram na casa.

– Bom dia senhor Conde. – disse seu Bosco o mordomo recolhendo o seu chapéu.
– Bom dia Bosco! Lady Angelina está? – perguntou inquieto Benjamin.

– Claro, ela os está esperando, por favor sigam-me até o salão. – disse instruindo-os para segui-lo.
– Laura! Como está ? – disse Lipa levantando-se do sofá correndo para abraça-la deixando Benjamin e eu em uma situação constrangedora sem que pudéssemos evitar de nos cumprimentar.

– Lady Angelina, como está a senhorita? – disse tomando levemente minha mão coberta pela luva de renda branca com um beijo, e me olhando fixamente. Logo em seguida cumprimentou Lipa e eu a Laura com um forte abraço.

– Vocês já estão prontas? Creio que não queria esperar muito.. – disse sem graça Laura.
– Não! Sim, sim! Estamos prontíssimas! Vamos? – disse Lipa entusiasmada.

Benjamin pegou de volta seu chapéu com Bosco, indo em direção a saída onde estava parado o coche com o lacaio já abrindo a porta para entrada de Laura seguida de Lipa, eu e o Conde Vila Nova.

No caminho de 20 minutos aproximadamente da fazenda a Vila Real Laura e Lipa não paravam de falar sobre laços, fitas e perfumes, o que me deixou bastante enojada, me fazendo mirar em direção a paisagem que percorria fora da janela distraindo-me.

– O que foi? As compras não te animam?! – indagou Benjamin observador falando em minha direção.
– Ah, me desculpe estou animada sim, apenas pensativa. – respondi a ele voltando para a janela.

– Não me parece animada, muito menos pensativa.. a senhorita se não te conhecesse diria até que parece meio tristonha, quem sabe até melancólica. – concluiu.

– Acredito que esteja errado em todos os sentidos, e muito menos me conheça para poder decifra-lo. – Respondi zangada.
– Ah, então é raiva o que senhorita sente, me atreveria a perguntar do quê ou de quem.. – disse ele como se estivesse lendo meus pensamentos!

Até que fomos interrompidos por um solavanco que o coche fez quando parou me fazendo cair com o impulso no colo do Conde Vila Nova, me deixando atônica com aquela situação constrangedora.

Me segurando imediatamente como um reflexo numa tentativa falha ele havia tentado me amparar em seu colo me deixando extremamente envergonhada.

Batendo no teto do coche Benjamin falou:
– Carlos da próxima vez tenha cuidado!! Estamos com damas no coche esqueceu? – reclamou Benjamin em um tom áspero meio que tentando disfarçar a situação.

– Sim senhor , me desculpe – falou o cocheiro.
Benjamin desceu tomou minha mão com firmeza e me desceu da carruagem, seguida das meninas.

Descobrindo o Amor - Livro 1 da série     #Apaixonadas em Vila RealOnde histórias criam vida. Descubra agora