Capitulo 9

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No dia seguinte Benjamin levantou bem cedo e foi ao dormitório onde seu pai estava, junto a porta encontrou o seu Luiz que acabava de sair; perguntou se seu pai estava acordado, fez que sim acenando com a cabeça e se retirou, deixando espaço para Benjamin passar.

Ao entrar no quarto seu pai estava deitado com os olhos fechados, puxou uma cadeira próximo a lateral da cama onde ele estava, esperou um minuto antes de chamar pelo Conde Leonel Di Vila Nova.

– Pai está me ouvindo? Cheguei ontem de viagem vim para visitar lhe. – disse Benjamin se aproximando.

Sem acreditar se o que estava ouvindo era verdade ou se era a morte lhe chamando, o Conde abriu os olhos e se deparou com a imagem do filho.

– Benjamin estou muito mal, o médico já veio aqui e me deixou a par de minha situação, creio que não passe dessa semana... Quero que me faça um favor, cuide da casa, da fazenda, dos negócios na fábrica têxtil, faz um tempo que não apareço por lá, de tudo... principalmente de sua irmã Laura, quero lhe arranje um bom marido e a você também que ache uma linda esposa, ajude sua mãe e a conforte, pois sei que não será fácil para ela tornar-se viúva, esta me entendendo? –  disse o conde.

– Claro papai, mas não se esforce tem que descansar... quero que saiba que não lhe faltarei com minha palavra e peço que me desculpe por não poder ter estado mais presente quando sua doença avançou. – disse Benjamin com pesar envolvendo suas mãos  as do pai.

– Benjamin só eu sei o quanto é importante para mim que termine seus estudos, você sabe disso não é ?! – insistiu o conde apertando sua mão retribuindo o gesto.
– Agora descanse, mais a noite passarei aqui para ver como anda – disse Benjamin se levantando e saindo do quarto indo em direção a sala, se deparando com Laura entregando uma carta a seu Luiz.
– Pronto, está aqui seu Luiz – disse Laura apontando a carta em sua direção. – Pode envia-la a fazenda da coroa para a senhorita Ávilla de Bragança?
– Claro senhorita, com sua licença – disse seu Luiz se retirando para fazer o incumbido.
Laura viu Benjamin descendo as escadas com uma cara não muito boa.
– O que te passa Ben? – perguntou.
– Nada irmã só estava pensando, acabei de ver o pai e realmente não esta nada bem. – disse ele.
– De verdade Ben? me sinto tão mal com toda essa situação, não sei o que fazer... quando subo para vê-lo sempre esta muito prostrado, me dói vê-lo assim. – confessou Laura começando a chorar.
– Não se preocupe ele ficará bem – disse dando uma abraço na irmã confortando-a.
– Já tomou café da manhã? E mamãe esta na mesa? – perguntou a Laura.
– Sim já tomei, mas posso fazer companhia a você se quiser, mamãe também esta lá lendo o jornal. – falou por fim.
– Vamos então. – falou erguendo o braço para dar-lhe companhia a irmã.
– Ora que bom vê-lo acordado cedo, muito difícil acha-lo assim, caiu da cama? – ironizou a condessa abaixando o jornal para olha-los.
– Não seja assim mamãe estamos preocupados com a saúde de papai. – disse Laura.
– Sentem-se, tome um café meu filho está com um cara horrível – disse a condessa voltando a leitura.

Enquanto sentavam-se naquela mesa cor de tabaco, enorme com doze cadeiras forradas em veludo verde escuro, Benjamin se servia com uma xicara de café, pão, ovos e queijo. A condessa continuava distraída com a leitura.

– Laura querida estou lendo aqui que no próximo mês os Mendonça Torres farão um jantar como previa para apresentação da senhorita Georgina a sociedade. Ai que boa notícia! aqui veja... – disse apontando o artigo no jornal.

– Aqui também tem a lista das jovens que serão apresentadas este ano e veja só, o nome da Senhorita Felipa Ávilla de Bragança também está aqui. –Concluiu a condessa entusiasmada.

– Espero que recebamos o convite, e principalmente a senhorita, já está ficando sem atrativo, esse já é o seu quarto ano e não encontrou nenhum pretendente decente, logo agora com seu pai em leito de morte, já era para estar casada! – disse a condessa incrédula com toda situação.

– Certo mamãe, já chega, não importune mais a coitada da Laura, com essa mesma história, ela achará alguém. – defendeu seu irmão.
– Sorte tem os homens! Que quanto mais velhos ficam mais pretendes arrumam, quem dera isso fosse possível com nós mulheres! – disse Laura levantando-se da mesa revoltada subindo as escadas em direção a seu quarto.

– Laura volte aqui! – ordenou a condessa, mas já era tarde Laura já havia subido para o quarto. Esta menina está cada dia mais impossível! Precisa de um marido urgentemente para que obedeça – comentou com o filho Benjamin.

– Mamãe pelo que conheço de Laura, é mais fácil que o marido é que a obedeça, não o contrário. – disse Benjamin levantando em direção ao escritório, deixando a condessa sozinha em meio a seus pensamentos.
Durante o almoço o clima foi tenso a mesa, ninguém sequer disse uma só palavra, até que todos terminaram.

– Mamãe terei de ir a Vila Real comprar suplementos, ração , ver o advogado da família e mais tarde terei de ver o administrador, quero me inteirar dos assuntos da fazenda. – disse Benjamin.

– Luiz peça para que preparem a carruagem que irei a Vila Real – disse ao mordomo.
Laura e a Condessa foram a porta para se despedir, enquanto Benjamin pegava o casaco.

– Chegarei perto da noite para ver com papai esta – disse Benjamin entrando na carruagem se despedindo.
Laura foi para o salão bordar, enquanto a condessa foi descansar em seus aposentos.

Descobrindo o Amor - Livro 1 da série     #Apaixonadas em Vila RealOnde histórias criam vida. Descubra agora