Juliana
Os dias que se sucederam a minha volta ao Brasil, foram bastante difíceis. Eu admito que sofri muito, chorei muito, e em certos momentos a minha unica vontade era a de mesmo estando muito puta com o Rey, voltar correndo para Londres, para ele, para os seus bracos. Porem, o meu orgulho conseguia ser maior do que eu.
Encolhida no canto do meu quarto, que me recebia com exatos três dias de antecedência da minha data prevista de volta, eu chorava na beirada da cama, com um copo de alguma coisa na mão, que tivera sido feita anteriormente por Sergio-e tinha um gosto de camomila, com cidreira, deveria ser uma bomba calmante-, que mais uma vez esteve comigo, secando as minhas lagrimas, e dando na minha cara com luvas de pelica, sempre que podia.
A bicha e má!
Mas e a melhor pessoa que eu poderia ter no momento secando as minhas lagrimas, a cada cinco minutos.
Cade aquela Juliana forte, confiante, que levanta a cabeça ate bater o queixo no teto, que era segura de si, e a porra toda?
Pois e, quem vê-la por ai, diga para aquela filha da puta que sinto a sua falta neste momento.
Três e trinta e três da manha. Viro para o lado, e dou de cara com um Sergio, dormindo profundamente. Não imaginava que o veria dividir a cama comigo nem tão cedo novamente. Mas, la estava ele, me dando suporte como uma irma mais velha que eu não tenho, certamente faria. Me levantei com cautela, e fui para o banheiro, passar uma água na cara. Que por falar nela, estava pior do que nunca estivera entes, com os olhos inchados de tanto chorar, a boca retorcida, e as olheiras de muitas horas acordadas me dando um olá.
Enchi a mão com aquela água gelada, e joguei na cara. Sofrer e foda, mas parece que sofrer por amor, e a porra do fim do mundo!
Sim, sofrer por amor, por que eu não sei o que houve, não sei onde perdi o rumo, e as rédeas da minha vida, que eu me deixei levar, me deixei apaixonar, e me deixei amar um homem no qual eu tinha bem dizer acabado de conhecer. O que um pau bem usado não faz com os sentimentos de uma mulher?
Puta que pariu!
Decido parar de ficar chorando pelos cantos como uma fraca, louca e desesperada, por estar sentindo a falta do homem, que soube me comer, bem comida, e que agora por tudo o que aconteceu, toda a mentira, ou omissão, sei la que porra foi. Mas que certamente só sente uma coisa. Saudade!
Sinto saudade do que ele me fez sentir, e viver. Ele me ensinou que se apaixonar e fácil, amar e fácil, difícil e só voce estar disposto a isso. Se eu não estivesse tão puta com ele, certamente o seu nome estaria nos meus melhores pensamentos futuros.
Um ano, e seis meses depois.
Me levanto a muito contragosto de minha cama, infelizmente esta na hora de ir para o trabalho, continuar a minha infeliz rotina. Sim, eu continuo na mesma revista, continuo a fotografar os mauricinhos engravatados, que se acham a ultima cocada do tabuleiro da baiana. Ou como ouvi uma vez de uma amiga do Sergio: O ultimo biscoito crocante do pacote.
Alias, e biscoito, ou bolacha? Matilda duvida, ela é quase tão chata do que a do quem veio primeiro: o ovo, ou a galinha! Enfim, não estou com cabeça para decifrar isso agora.
Pego o celular, e vejo que tem uma mensagem de minha mãe. Dona Maria, depois que perdeu o seu Jose, vivia amuadinha pelos cantos, e agora que a bichinha vem se levantando melhor. Deve ser horrível perder o amor de anos de convencia, de anos de cumplicidade. Deus me livre perder um amor tão intenso e duradouro assim, que quando, e se um dia eu me casar, que eu morra primeiro do que ele. Claro, se eu o amar como a minha mãe amou, e ama o papai.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Através dos Seus Olhos, e do seu coração - (2° livro da duologia)(Em Hiato)
RomanceSabe o destino? As vezes ele pode ser muito bonzinho com voce, e as vezes ele pode ser o seu pior carrasco! As vezes a sua vida esta de cabeça para baixo, e ai, com a mão do tão falado destino, tudo se encaixa em sua vida, as coisas fluem com mais l...