Drácula - Love and Darkness 》Livro 1《 #Wattys2017

Capítulo 27

Meu coração bateu acelerado com cada palavra que lia, cada palavra que Emma escreveu senti ela perto de mim, mas a tristeza me bateu, ao saber a dor que lhe causei por meu sumiço. Queria chorar, mas me mantive. Se ela soubesse no que me transformei ela iria ter medo de mim, se ela soubesse que nunca terás o calor do meu corpo, que sou frio. Que sou um monstro. Medo estabeleceu-se em mim, mas a saudade que tinha era maior e deixava o medo para trás. Quero ver a minha amada.

–Está na hora de voltar para casa. –Afirmei, levantando e olhando para Baltazar.

–Finalmente. –Sorriu. –Vou reunir alguns dos nossos soldados que ficaram e irei avisar que amanhã, iremos partir cedo. –Falou todo contente.

–Okay, obrigada Baltazar. –Falei o agradecendo.

–Não por isso, meu bom amigo. Fiquem à vontade, já hei de voltar e preparar o almoço para vós. –Falou, antes de sair.

Ficou apenas eu e Joseph, aproveitei e tomei um bom banho, vesti algumas roupas que Baltazar separou para mim. Me olhei no espelho, confesso que às vezes não me conheço. Como se fosse uma outra coisa dentro de mim, quero sair e causar caos. Eu estou sendo forte, mas até quando?! Não quero ser o monstro que acabei me tornando, não quero perder aqueles que eu amo. Eu tenho uma grande jornada carregada de desafios pela frente. Tenho que saber controlar meus extintos, controlar o terrível mal em mim. Eu tenho que saber lidar com o que me tornei. O meu grande medo, é saber como será que Emma irá lidar com isso quando descobrir, não apenas ela, mas todos em minha volta, meus amigos, meu reino, meu povo. Sai do banheiro e fui direto para a sala, aonde encontrei Joseph jogado no chão, fui correndo em sua direção.

–Joseph, o que aconteceu? –Perguntei o pegando no colo e colocando deitado no sofá.

–Estou fraco, senhor. –Sussurou.

–Precisa de sangue. –Falei receoso. –Fique aqui, eu hei de arrumar sangue de animal para você. –Eu disse para ele, que apenas concordou com a cabeça.

Saindo sem pensar duas vezes, Joseph precisava se alimentar diferente de mim, que sou mais forte do que ele. Fui diretamente para a floresta, consegui capturar alguns cervos e coelhos, cortei-lhe a garganta e enchi alguns frascos de vidro, consegui encher uns sete frascos. Será suficiente para Joseph se manter por hoje e na viajem. Ao pertencer notei o sangue que havia em minhas mãos, fiquei olhando como se aquilo me prende-ser a minha atenção. Senti o cheiro, era como extânse. Viciante e aliciante. Por um momento, quase não resisti eu provar, mas me mantive forte, peguei a bolsa que tinha trazido e coloquei todos os fracos dentro dela e fui embora. Corri rapidamente, tinha que chegar primeiro que Baltazar. Ainda me assustava com a capacidade que era tão veloz. Logo, cheguei e percebi que Baltazar não tinha chegado. Fui direto ao Joseph, que permanecia no mesmo jeito que tinha o deixado, ele estava tão pálido. Ajoelhei-me perto dele, coloquei a bolsa ao meu lado e retirei um frasco de sangue.

–Beba. –Falei o entregando a garrafa para ele, ele mal conseguia se sentar, ele bebeu aos poucos e depois com uma ferocidade, rapidamente ele voltou a cor normal, não estava mais pálido, aquela chama de juventude e força estabeleceu-se novamente.

–Estou me sentindo bem melhor, obrigada senhor. –Falou esboçando um belo sorriso que escondia seus caninos.

–Por nada. –Sorri. –Tome! –O entreguei a bolsa que havia os frascos de sangue. –Guarde bem guardado e beba quando for preciso e guarde algumas para a viajem. –Falei serenamente alertando-o.

–Okay. –Falou se levantando e indo em algum lugar para esconder e bolsa. Minutos depois, ele veio até a mim.

–Senhor. –Me chamou baixinho.

–Sim. –Respondi olhando-o.

–Não achás melhor conta ao seu amigo sobre você e eu. –Falou meio preocupado. –Ele é o seu melhor amigo, talvez ele o compreenda e possa nos ajudá. –concluiu.

Fiquei pensando se era o melhor a se fazer, algo dentro de mim dizia que era melhor conta, e outra parte minha, dizia que não.

–Vou pensar se digo para ele. –Falei pensativo.