Fiquei conversando com Joseph por algumas horas, ele era um rapaz brilhante e com muito potencial. Mesmo assim, meus pensamentos estavam sobre se contaria ao Baltazar ou não. Não demorou muito e Baltazar chegou, trazendo-o com si, alguns alimentos e uma garrafa de vinho.–Demorou. –Falei o analisando com um sorriso irônico.
–Estava resolvendo os assuntos da viajem de amanhã, está tudo certo. –Comentou todo sorridente, indo direto para a cozinha. –E aproveitei para trazer algumas coisas para comermos. –concluiu.
–Então o meu bravo amigo guerreiro, sabe cozinhar. –Falei em um tom de brincadeira. –Quem diria. –Zombei, me aproximando perto da cozinha e acabei-me de ficar escorado na porta o observando cozinhar.
–Sabe como é Jocelyn, ela gosta de homens que cozinham. –Brincou. –Quando tenho tempo livre cozinho para ele e para o nosso filho, não é certo deixar ela fazer tudo, ela precisa descansar-se um pouco, ela merece. –Falou docemente sobre a sua mulher. Jocelyn e Baltazar estavam juntos desde jovens e tiveram um filho, Enzo. Um jovem rapaz que admiro, ele cuida do Jardim e da biblioteca. Baltazar não queria que o filho dele lutasse nessas guerras. Eu o compreendo, por isso dei-lhe trabalho para o filho dele no meu reino. Ele não é um simples jardineiro e bibliotecário, ele é da família.
–Entendo, meu bom amigo. –Sorri. –Está com saudades deles né?! –sussurei.
–Não se passa um dia que eu não sinta a falta deles. –Comentou sem me olhar, ele cozinhava muito bem. A comida estava com um cheiro maravilhoso. Confesso, que para quem não se alimenta tanto de comida, deu-me até vontade de experimentar.
Deixei-o na cozinha preparando o almoço, mas não tinha percebido que já estava quase anoitecendo. Esse almoço vai sair para a janta. Notei que Joseph estava sentado lendo um livro que havia aspecto de ser bem antigo. Resolvi não incômoda, fiquei em um canto perto da janela observando a noite surgindo, trazendo com sí, a bela lua. A noite era tão linda.
Baltazar logo foi fazendo a mesa e logo chamou-nós.
–A comida está pronta, rapazes. –Comentou todo orgulhoso. –Atacar! –Sorriu.
Eu e Joseph se sentamos e fizermos os nossos pratos, a comida estava com uma aparência ótima, fora o seu cheiro que não deixava pra trás. Joseph comeu tão bem, que fiquei impressionado, Baltazar e eu brindamos. O jantar estava agradável, assim como o papo, mas Baltazar falou algo, que senti Joseph estremecer.
–Fiquei sabendo que assassinaram o rei. –Falou Baltazar um pouco indiferente.
Joseph ficou-se tenso.
–Ele era um filho da puta, ele fez por onde, para receber isso. –Falei um pouco impaciente.
–Eu sei, depois daquilo que tu me disse, ele mereceu. Mas, o problema é que vão procurar pelo o assassino e ele irá responder pelo crime de assassinato. –Falou tomando um filé de vinho.
Joseph parecia pálido, mas não de fome, mas de medo. Ele acabou-se se levantando e indo para fora. Baltazar estranhou um pouco.
–E esse rapaz, Vladimir. Aonde conheceu ele ? –Perguntou me olhando.
Está na hora de dizer a verdade.
–Uma longa história, meu amigo. Tenho algo mais sério, para lhe dizer. –Falei o encarando seriamente. Baltazar mudou de expressão rapidamente, parecia confuso e preocupado.
–O que houve ? –Perguntou preocupado.
–Antes de tudo, eu peço para que seja compreensivo e não surte. –Sorri sem humor.
–Prometo. –Falou um pouco pasmo de preocupação.
–Lembra quando eu tive a idéia estúpida de ir até a floresta, aonde encontrava-se o monstro que todos temiam, lembra disso ? –Perguntei me levando e indo de um lado para o outro, percebi que Baltazar me guiava com os olhos.
–Lembro sim, você foi um pouco de ter ido e ficou desaparecido por três meses. Todos achavam que tinham morrido ou pior. –Falou.
–Então, as histórias que tinham contato sobre o monstro, era real. –Eu disse diretamente.
–Como assim ? –Perguntou confusso.
–O monstro era real, eu o vi diante de mim. –Falei baixinho.
–Acho que bebeu-se demais, Vlad. –Riu de preocupação.
–Não bebi tanto. –Falei friamente. –Estou falando a verdade, eu não brincaria com uma coisa séria. E ainda mais, o pior aconteceu. –Falei sem humor. Baltazar me olhava espatando. –A criatura me mordeu, fazendo de mim a sua semelhança. Me tornei como ele, ou até mesmo pior.
–Está me zoando ? –Perguntou-me incrédulo.
Eu tinha que mostra para ele, só assim ele iria acreditar. Então, peguei a faca que havia sobre a mesa e cortei meu pulso, Baltazar ficou espatando ainda mais, e retirou a faca de mim, mas quando ele percebeu que a ferida que tinha feito, acabou-se de se curar, ele deu um pulo e colocou a mão sobre a boca. Não parei por aí, mostrei os caninos e os olhos vermelhos e a velocidade que tinha. No momento estava na frente dele e depois desapareci, aparecendo atrás dele. O que fez me olhar perplexo, ele parecia está em um pesadelo. Notei os batimentos de seu coração, era pura adrenalina.
–Por Deus, Vladimir. –murmurou. –O que fizeram com você meu amigo ? –Falou se aproximando de mim, notei em seu olhar medo e preocupação.
–Acabei-me tornando o monstro que todos temiam. –ri friamente. –Sou um amaldiçoado, meu amigo. –conclui.
Baltazar levantou as mãos para o alto e ficou andando de um lado para o outro, e pegou a garrafa de vinho e bebeu-se quase por inteira e acabou indo para fora, aonde encontrava-se Joseph. Logo, ele voltou. Parecia um pouco calmo, mas ainda assustado.
–Monstro ou não, ainda és o meu amigo. –Comentou me abraçando. –Estamos nessa guerra juntos. –Falou.
Meu bom amigo, ele me compreendeu e me aceitou do jeito que sou.
Se afastando e sentando na cadeira. Ele ainda estava tentando ingerir todas aquelas informações.
–Então, és um vampiro ? Perguntou me olhando. Sua expressão parecia mais serena.
–Sim. –Afirmei com desgosto.
–Só não morda o meu belo pescoço. –Sorriu.
–Pode deixar. –Sorri.
Aquilo foi como se ele tivesse dito; estou com você, idiota. Não importa se você agora é um filho da mãe que chupa sangue. Ficamos ali por um bom tempo conversando e eu explicando tudo desde ao início. Baltazar ouvia com muita atenção e se surpreendia com tudo. Joseph chegou logo após e contou sobre ele. Acabou-se contando que também era como eu, e acabou confessando que matou o rei. Baltazar parecia ainda mais perplexo, mas compreendeu e aceitou Joseph, assim como fez comigo. Joseph ficou estupidamente feliz. Ele e Baltazar fizeram uma amizade inacreditável. Por fim, explicamos tudo, e ele, como um bom amigo, ficou do nosso lado.
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Drácula - Love and Darkness 》Livro 1《 #Wattys2017
Vampir( Livro em revisão) O terrível Conde Drácula, o monstro impiedoso e sanguinário que todos temem. O monstro por trás da história, não é bem como vocês imaginaram. Havia um tempo um bravo guerreiro bondoso, teve a sua vida virada do avesso. Coisas...