Capitulo 13.
- Então Kira chamou todos vocês para se reunirem aqui na lanchonete com muitas coisas frágeis e quebráveis, para se reconciliarem? - Pergunto todos se acalmaram e resolveram para de discutir, me olham e sorrir, reviro os olhos. - Vocês tão com o que na cabeça? Um monte de merda não? Só vivem em pé de guerra, principalmente Miguel e Caleb, parecem gato e rato, cachorro e gato, quando um está perto o outro fica todo constipado.
- Não é verdade. - Falam ao mesmo tempo e se olham com raiva, arqueio a sobrancelha.
- E como me explicam essas caras agora? E a vermelhidão em seus pescoços? - Eles sorriram. - Não acredito que possam conviver um com o outro...
Me levanto e vou em direção a bancada ajudar tio Octávio que quase me bateu por eu insistir em ajudar, sorri para ele e ele fez aceno com a cabeça negativamente, temos uma ótima relação de afeto e isso eu sei que vocês perceberam, não sei o que seria de mim e minha vida se seu Octávio morresse, apesar de não o chamar de pai eu o considero como um, se pai não for o que ele já fez por mim, então ele é o mais perto de um pai que eu já tive a chance de ter.
Chego na mesa onde meus amigos se encontram conversando, deixei-os para chegarem a um consenso, talvez não cheguem, realmente não consigo ver Miguel e Caleb como amigos, mas sei que eles vão tentar, eu já os conheço e são capazes de tudo para me ver feliz, sei e sinto que Kira não falou de minhas lágrimas e isso me fez confiar tanto nela que eu vou passar a noite na casa dela.
- Certo, nós podemos tentar. - Ouço eles falando.
- Ótimo, agora vamos sair daqui e fazer com que essa linda e verdadeira amizade dê certo. - Kira força a barra e todos dão risada.
Entro no carro junto com Caleb, Kira, Miguel e Victor, victor na frente com Caleb e Kira eu e Miguel no acento de trás, colocamos uma música qualquer e começamos a conversar.
- Certo o que vocês planejam realmente fazer? - Pergunto atraindo o olhar de todos. - Não me olhem assim, aff. - Falo e ele começam a rir ao ver meu rosto ficar avermelhado.
Paramos o carro na beirada da praia onde não se encontrava ninguém alem de nós cinco, olho para os meninos e ando em direção à praia, entro na água e sinto todos me observar, caminho mais para o fundo e sinto a água subir aos poucos, o gelo me fez tremer, mas pressionei os dentes para tentar impedir que meu queixo bata, olho para trás e eles estão me observando olho para a paisagem a minha frente.
Todo o universo conspira ao nosso favor, talvez em algum momento ele se virará para mim e pensará que já chega de me deixar sofrer, a dor é um sentimento forte e ao mesmo tempo fraco, já a felicidade é fácil de ignorá-la, sei que não faz sentido isso que estou pensando, mas o que quero dizer é que muitas vezes deixamos a tristeza nos abater, e lembrar de uma pessoa só na questão do que já nos fizera passar e não dos minutos de alegria que passamos juntos.
A alegria é um sentimento fácil de ignorar e a dor é o contrário, é difícil de se esquecer ou deixar de lado por um tempo ela sempre eternamente vai estar a espreita.
No momento me sinto internamente, fortemente e brutalmente triste, mas então olho para trás e vejo quatro pessoas que tudo o que procuram é me fazer feliz, me fazer enxergar que existe pessoas e coisas boas no mundo.
Todos estavam distraídos enquanto eu estava na água, eles conversavam enquanto pequenas ondas quebravam em meu corpo, mas como todos sabem tem aquela onda que nos cobre que nunca esperamos, é como uma decepção que você nunca espera e que sempre vem de quem mais se ama e ela lhe derruba violentamente.
Em um reflexo tudo se fez azul e então lá estava eu, com a calça jeans, blusa de manga comprida e um all star velho no pé com toda a minha cocha ardendo por conta dos cortes, sentido a água invadir todo o meu ser e queimar tudo o que tenho por dentro, os olhos arderem e ao invés de ver toda a minha vida em retrocesso eu vi meus amigos, e toda uma vida que eu poderia ter, os pais que eu poderia ter tido e a família que eu sempre quis, vi os livros que não li, as pessoas que não sentiram minha falta, as lágrimas que possivelmente escorreriam pelo rosto de quem amo e por fim...
Seu Octávio, o homem que mais me amou e que fez de tudo por mim, aprendeu a cuidar de uma garotinha, salvou uma vida para ela ser levada ou por ela mesma ou por uma onda que ela acidentalmente não fugiu. Um homem que mesmo sem grandes condições financeiras me dá o que preciso, que me amou e que aos poucos a vida se esquiva dele, vejo que se eu morrer uma parte dele também se vai e isso me criou uma dor.
Sei que no momento me encontro desacordada, que no momento meu corpo deve estar se afundando e que meus amigos estão a minha procura, sei também que eu poderia acordar e ir ao encontro deles, mas onde está a minha força? A minha mente briga constantemente e tudo o que penso é que talvez fosse melhor assim, eles se acostumariam viver sem mim e que a dor passaria, afinal ninguém teve culpa, mas outra parte grita que eu não quero morrer, que não preciso disso, que posso lidar com os problemas do mundo e posso lidar comigo mesma.
Então tudo o que vejo por fim é os olhos azuis e sinto agarrar minha mão que possivelmente se encontra gelada, meu corpo é puxado, e isso eu consigo sentir, logo chego na superfície e começo a tossir, não sei quanto tempo estive embaixo d'água, ou se o queimor em meu peito foi drama, ou se a sensação de estar desacordada tenha sido verdade, só sei que no momento escuto vozes baixas agradecendo a Deus por eu está pelo menos em um fio de vida, o peito de Caleb sobe e desce rapidamente, tentando recuperar o fôlego, minha mão se encontra em seu pescoço e minha cabeça em seu pescoço, seu braço segura minhas pernas enquanto o outro sustenta minhas costas, não sinto forças para tossir, mas o pouco que tenho é o suficiente para jogar poucas águas para fora do meu corpo, a sensação de respirar dói, nunca imaginei que pode ser tão horrível se afogar. Ele me aperta e isso me faz franzir minhas sobrancelhas.
- Zus, fica acordada. - Fala e me coloca deitada na areia, sinto aqueles grãos colarem em meu corpo, abro os olhos, e todos começam a discutir em me levar ao hospital, e tudo o que eu consegui foi tentar tossir mais alto e forte. - Ai meu Deus! Ela não vai querer ir ao hospital.
- Ela acabou de se afogar! Claro que ela está querendo isso, a água em seu corpo. - Kira fala estérica.
- Ela não se afogou! - Victor fala. Meu Deus vai começar, em 1. 2. 3... Todos começam a discutir, me sinto melhor, a água já não é tão incomoda. - Não proposital. - Mecho os lábios tentando falar, mas a voz não sai.
Passou um bom tempo e todos ainda estavam brigando Caleb estava defendendo o que eu iria querer e os outros só queriam saber que eu não fosse morrer, o que é improvável, visto que não fiquei tanto tempo assim dentro d'água.
- Eu voto para não me levar a nenhuma merda de hospital. - Falo e me sento atraindo os olhares. - Preciso ir ao banheiro... - Dou um sorriso. - E depois vamos em algum lugar comer, toda aquela água me deixou com fome.
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Olá amores! Tudo bem com vocês?! Vix capítulo hoje foi tenso, Zus quase vira um peixinho não é mesmo?! Comentem o que estão achando da estória! Um beijão! E até aproxima!
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Garota suicida #Wattys2016
RomanceCom sérios problemas com nervosismo e uma pequena depressão Zusk encara a vida, tentando suicídio 25 vezes sem sucesso, no primeiro dia de aula em uma nova escola, na mesma cidade em que vive, sua vida começa a mudar, conhece pessoas que a transfor...