Capítulo 4

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Capítulo 4.
   Ontem estava cansada, cheguei e logo fui tomar banho e me deitar, acordei cansada, não queria ir para o colégio, meu dia foi muito agitado e fora do meu normal, Octávio sorriu quando me viu ontem, mas contei-lhe que continuo na mesma, as coisas mudaram um pouco. Lembro-me das palavras que usei para explicar. As pessoas mudam de opinião, muitas só têm curiosidades em saber o porquê faço o que faço, não existe muita gente a fim de ser amiga de uma garota como eu. E nós dois sabemos disso, não é?

   Jogo o despertador no chão e ouço a porta ranger, eu olho por cima do meu corpo e o vejo me olhar, ele vê que não quero ir e encarar todos eles, ele me entende, mas fala que é meu futuro.
    - Que eu posso muito bem não ter. - falo revirando meus olhos, percebo que o machuquei então me sento. - Me desculpe.
    - Minha querida, não faz isso com seu velho, eu amo você demais e só temos um ao outro. - Ele fala e senta-se ao meu lado colocando sua mão sobre a minha. - Não desiste da vida. Olha você tentou vinte e cinco vezes e ela não te deixou desistir. Então...
    - Eu sei. Eu só não quero ir hoje, só segunda. Não estou preparada para vê-los. - Falo e ele me permite, deixa com que eu não trabalhe.
     Deito na cama novamente e fecho meus olhos, deixando tudo escuro, vou aos poucos me entregando para o sono e por fim durmo.
   "- Daniela, não faz isso, por favor, não faz isso. - Ouço o grito masculino, vejo uma mulher de cabelos castanhos pele parda e olhos um tanto claro ela tinha sua maquiagem borrada e uma faca na mão estava com a mesma perto de sua enorme barriga.
   A mesma cortou e caiu no chão sentindo dores, o homem corre para salva-la, mas a mesma o esfaqueia, mesmo com dor ela o matou, por que queria tanto morrer? Por quê?
   Então vejo uma mulher entrar e tirar o bebê ela tinha uma face carregada de raiva e levou a neném embora fosse uma garotinha linda.   

   Deixou a criança ao lado de lixos no meio da pista, saíra correndo, deixando a criancinha a chorar. "
    Acordo em um sobressalto a criancinha do sonho sou eu, comecei a chorar, ouço batidas na porta e corro para o banheiro tranco a porta e ligo o chuveiro, logo me entro no mesmo e deixo o som da água abafar meus soluços, sempre tive sonhos assim, de motivos que crio para alguém me abandonar, uma explicação, mas sempre chego a mais dolorosa conclusão, já não era bem-vinda, mas então vem a minha grande pergunta, por que não me mataram logo no ventre? Um aborto? Por quê? Por que me deixaram no ventre por nove meses?!

   Ouço uma leve batida na porta do banheiro e ouço alguém falar meu nome, eu desligo o chuveiro, e me enrolo na toalha, abro a porta e encontro-me com Kira e Caleb me olhando, fico constrangida pelo modo que Caleb me viu, pois, a toalha é curta e mostra muito a minha perna, não dá para ver as diversas cicatrizes do modo que estou, por que é o lugar mais escurinho, longe do alcance da luz.

   - O que estão fazendo aqui?

   - Precisamos conversar. – Fala Caleb.

   - Posso me trocar? – Pergunto erguendo minha sobrancelha, falando de modo irônico até para mim.

   - Gosto do modo que está. – Caleb fala. Fico com raiva e Kira lhe dá uma tapa. – Estou brincando. – Ele sai.

   Caminho para o guarda roupa, eu vejo Kira observar o nada, os espaços vazios e o som que o meu quarto faz, a madeira ranger a cada movimento que faço com o pé, ela suspirou quando me olhou e por fim viu os cortes e suas cicatrizes, ela viu os mais recentes que ainda cicatrizavam, poderia até perguntar, mas sabia que eu ia achar que ela era também uma das interesseiras, depois de pronta ela vai chamar o Caleb e eu fico sentada na cama.

   - Então o que fazem em minha casa, e por cima de tudo no meu quarto? – Pergunto.

   - Precisamos conversar e queremos chegar à um acordo entre nós. – Kira fala ainda em pé, me levanto da cama e o mando sentar eles sentam e vêm o quanto é desconfortável para eles, se entreolham.

Garota suicida     #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora