4- Encontros ou desencontros?

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Olhei minha imagem refletida no espelho antes de checar mais uma vez o relógio. Ele estava dez minutos atrasado e eu não suporto esperar. Resolvi sentar no sofá verificando as horas mais uma vez. Aqui ficava tão vazio e silencioso sem Natasha, ela me ligou avisando que dormiria com Henri, quer dizer, acho que a última coisa que ela faria era dormir. Sorri com meus próprios pensamentos antes de tocar meus lábios, fechei os olhos e tentei reviver aquelas sensações que ele havia me causado...

FLASHBACK

Senti o mundo ao redor se mover em câmera lenta, era como se não houvesse mais ninguém ali, como se não precisasse a ver ninguém, além de nós dois. O toque dele em mim era como se já me conhecesse, ele acertava em tudo que fazia, nunca me senti tão entregue e tão vulnerável a alguém com um simples beijo. Quando percebeu que precisávamos de ar, nos separou para que recuperássemos o fôlego. Permaneci de olhos fechados e quando os abri ele me olhava daquela forma intensa, tenho certeza que meu rosto devia está vermelho devido à excitação, medo e vergonha que sentia.
Busquei palavras que pareceram fugir de mim.

- Eu...

- Boa noite, Kendra.

Sua voz soou mais rouca que o normal, ele não estava sério ou sorrindo. Na verdade, tinha uma expressão indecifrável no rosto. Apenas puxei o máximo de ar para os meus pulmões antes de abrir a porta e sair daquele carro.

FLASHBACK OFF

Apenas um pensamento pairava em minha cabeça:

Como posso ter beijado um e agora sair com o outro?

Mas tecnicamente foi ele quem me beijou, talvez por impulso, talvez aquilo não significasse nada.
Não sei por que, mas uma parte de mim queria que aquele beijo tivesse algum significado para ele. Talvez não fosse o certo sair com Ben logo após ter sido beijada por Bernardo.
Definitivamente aquilo não era certo.
Peguei meu celular e liguei para Ben, desmarcaria esse encontro de uma vez.
A campainha tocou ao mesmo tempo que ele atendeu o celular.

- Alô - Ben disse assim que abri a porta, ele estava com o celular no ouvido e estava virado de costas para mim - Eu já estou indo, ok.

- Não demora, eu odeio esperar - falei também ao celular.

Mesmo de costas sabia que ele estava sorrindo, assim como eu.

- Estarei aí em um piscar de olhos.

Então ele se virou e tiramos os celulares da orelha. Se aproximou lançando uma piscada para mim.

- Eu disse que seria em um piscar de olhos.

..

Ben fez mistério o caminho inteiro, embora eu insistisse ele não falava onde iríamos. Era um caminho que eu não conhecia, então desisti de tentar descobrir...até que estacionamos e não acreditei.

- Oh! Meu Deus - me virei empolgada para ele.

- Já veio aqui? - perguntou com um olhar que torcia para que minha resposta fosse "não".

- Eu nem sabia que existia esse lugar aqui perto.

- Bom, não é sempre né, só funciona no inverno - disse enquanto retirava seu cinto e fiz o mesmo - afinal, não deve ser fácil manter uma pista de patinação no verão.

Meu NÃO querido diário 2 - Igualmente opostosOnde histórias criam vida. Descubra agora