9- Toda poderosa

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Não, eu não chorei, apesar da vontade. Faria isso depois. Não gritei, pois também faria isso depois. Apenas fui para casa logo após Camila dizer a seguinte frase:

"Ken, acho que não posso te dizer mais nada sobre isso, é o Bernardo que deve contar tudo pra você".

Neguei todas as chamadas que recebia no celular, Bernardo me ligou mais de vinte vezes, ele devia está furioso por eu ter faltado a reunião e ido embora sem avisar nada. Tinha certeza que a noite ele bateria em minha porta pronto para me matar por minhas irresponsabilidades do dia ou pronto para me fazer morrer de prazer com ele.
Milhões de questionamentos passeavam pela minha mente.
Ele não amava a esposa?
Será que sempre a traia assim?
Onde ela estava todo esse tempo?
E afinal, quem era ela?
Foi aí que abri o navegador em meu celular e digitei "Bernardo Collins e esposa". Em questão de segundos surgiram milhares de fotos dos dois e logo que olhei ela senti vontade de me enterrar. Ela não era apenas bonita, era glamurosa e exalava sofisticação. Era alta e magra, com curvas que nem em anos de academia eu conseguiria, tinha a pele bronzeada que encaixava perfeitamente no castanho claro de seu cabelo. Seus traços eram finos, porém fortes e marcantes, parecia ser uma mulher imponente e poderosa tanto quanto Bernardo era. Em uma imagem de uma revista famosa estavam os dois em uma festa de gala vestidos elegantemente, ao olhar para eles não tive dúvidas que se completavam, pareciam ter sido feitos um para o outro. Ele um magnata poderoso, ela um modelo de mulher e pra minha infelicidade a palavra "modelo" se aplicava literalmente, pois bastou alguns cliques para descobrir que Geovanna Martínez Collins, era uma modelo internacional.

Então esperei pacientemente a hora que a campainha tocou, esperei para ouvir ele apertar enfurecido seguidas vezes o botão fazendo aquele som irritante reverberar em todo o apartamento. Foi vestindo a camisola que ele adorava que abri a porta e ele apesar da fúria eminente em seu rosto permitiu que seus olhos descessem por meu corpo antes de entrar de casa a dentro.

- Por onde você andou o dia todo? Onde estava com a cabeça quando resolveu faltar aquela reunião? E o pior, sair da empresa sem dá um motivo sequer! - Bernardo esbravejava furioso - Precisávamos de você naquela reunião, falta apenas um mês para a grande festa que estamos preparando, não é porque temos algo que você pode se dá ao luxo de sumir sem avisar. Não vai dizer nada? Vai ficar só aí me olhando?

Fui me aproximando a cada palavra dita por ele, seus olhos me queimavam mas não de desejo, ou talvez também, mas de raiva. Bernardo era o tipo de homem que odiava ser desrespeitado ou não ter o controle de tudo, esse é o problema de pessoas que se acham os donos do mundo. Quando parei o mais perto possível dele nossos corpos se tocaram e senti ele vacilar aos meus lábios tocaram superficialmente os dele para sussurrar entre sua boca.

- Seu grande filho da puta! - falei baixinho e seus olhos se arregalaram brevemente.

Antes que a expressão de interrogação em seu rosto fosse desfeita, acertei com toda força e raiva que sentia um tapa no lado esquerdo de seu rosto. Ele foi pego tão de surpresa que deu dois passos atrapalhados para trás após o impacto de minha mão em seu rosto. A palma da minha mão ardia devido o contato, mas tive certeza que o rosto dele queimava quando voltou a me olhar e deixou perceptível a marca vermelha dos meus cinco dedos em sua pele. A fúria só não tomou conta dele porque a surpresa em seu rosto era evidente.

- O QUE DIABOS DEU EM VOCÊ, KENDRA? - gritou acariciando o lugar onde segundos atrás minha mão havia acertado - por que fez isso?

- VOCÊ É UM MERDA, BERNARDO COLLINS! UM CRETINO.

- Você está completamente maluca!

Meu NÃO querido diário 2 - Igualmente opostosOnde histórias criam vida. Descubra agora