Em casa, eu não tinha muito o que fazer, nem com quem ficar ou conversar. Decidi dar uma volta pela praça. Coloquei um short e uma camisa que chegava na metade do short, depois amarrei um casaco na cintura e fui. Apesar de já estar escuro, eu realmente queria dar uma volta para tomar um ar. A praça não estava tão cheia, e isso era bom. Enquanto caminhava, olhava para as pessoas ao meu redor, mas eu não estava prestando atenção em suas ações. Milhões de pensamentos fervilhando em minha cabeça. Eu estava sendo injusta, eu não tinha motivos para deixar de falar com Thiago. Ele não era o culpado pelos meus medos. Passei um bom tempo na praça antes de voltar para casa. Assim que eu cheguei em casa o meu pai estava com uma cara fechada e antes que eu pudesse dizer algo ou ao menos pensar. Ele foi logo falando:
- Sua amiga, Layla, ligou e perguntou se poderia passar a noite aqui com você e eu disse sim. Mas tem um assunto que eu tenho que tratar com você e não pense que vai escapar. - eu não estava entendendo nada. O que eu fiz? O que ele tem pra resolver comigo? Fiquei nervosa, curiosa e com um pouco de medo, claro! Naquele exato momento se passou todas as coisas que eu poderia ter feito de errado, mas isso não ia me ajudar em nada. Será que ele descobriu?- E amanhã, quando voltar da escola, a gente conversa!
- Está bem, pai!Subi as escadas correndo. Eu não sabia o motivo de ele estar tão bravo comigo. Ao entrar no quarto me deparei com um pequeno papel quase caindo de minha bolsa. Era o número de Neto, eu tinha esquecido que ele me deu, caso eu precisasse conversar. Assim que eu pego o celular a campainha toca. Sim, Layla havia chegado. Corri para recepciona-la, assim que ela me viu , correu ao meu encontro e me abraçou apertado. Subimos as escadas, corremos para o meu quarto, ela jogou a bolsa no canto da parede e pulou na minha cama, eu estava surpresa por ela querer dormir na minha casa já que ela tinha um trauma antigo. Da ultima vez que ela dormiu aqui, o ar condicionado estava quebrado, então tinham várias muriçocas no quarto e como ela era muito branca, ficou com o rosto cheio de pintinhas vermelhas e jurou que nunca mais dormiria aqui. Mas lembrei que o ar condicionado estava funcionando agora. Já estava meio tarde, então nos deitamos, não para dormir, mas para pensar.
- E então, não vai me falar nada sobre Thiago? - ela disse bem baixinho, olhando para mim, suas mãos estavam em cima de sua barriga e ela empurrou com o pé, para chamar a minha atenção.
- O que você quer que eu fale? - olhei para o lado, estávamos na mesma cama então a empurrei com o pé também, não para chamar atenção, mas para fazer com que ela perdesse o equilíbrio e caísse, não funcionou pois a minha cama era de casal, o máximo que aconteceu foi ela ir pra trás.
- Eu não sei! Você bem que poderia me contar sobre vocês, já que eu sou a sua melhor amiga, né?
- Sabe, eu parei de falar com ele!
- O que? - ela falou,frustrada.
- Por favor vamos falar de outra coisa!
- Não, não vamos falar de outra coisa, me diz o motivo de vocês não estarem se falando!
-A culpa é minha! - olhei para o teto,e senti meus olhos embaçarem por causa das lágrimas.
- Miga, o que aconteceu?
- Eu e meus medos.
Ela me abraçou por um longo tempo, estar de olhos fechados me fazia querer dormir. Eu cedi.
No dia seguinte, acordamos cedo, e fomos para a escola ,eram escolas diferente mas era caminho! Assim que cheguei na escola, me deparei com Thiago e corri em sua direção, eu dei um abraço apartado com a vontade de nunca mais solta-lo. Ele não estava entendendo! Nesse hora tudo o que passava na minha mente era que ou eu era retardada ou bipolar. Eu não tinha motivos para parar de falar com ele, mas não era chegando desse jeito que as coisas iam parecer normais. Muito pelo contrário, eu nem tinha percebido.
- Prometa que nunca mais vamos parar de nos falar- eu ri, isso era uma coisa que eu devia falar pra mim, né?.
-Ok, Eu prometo!
- Me desculpa!
-Pelo que? - ele falou rindo.
- A culpa não é sua e se eu tenho medos.
- Eu sei, Mas também sei que você precisa de tempo,foi tudo tão rápido!
-Que bom que você entende!- Sorri. É, ele tinha razão, eu só não sabia disso antes.
-Quem te fez mudar de ideia e vir falar comigo?
- Pode parecer estranho, mas foi a Layla!- Dei uma gargalhada.
- Isso que é amizade, viu?. - rimos.
- Senti saudades sabia?
-Eu também!
Ele me deu outro abraço, e me beijou rapidamente, para que ninguém visse, Já que na escola era proibido. Fomos pra sala. Eu me sentia tranquila, por estar tudo bem agora!
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Quem somos antes das decepções?
Novela JuvenilEstamos felizes,e esperançosos quando conhecemos alguém que realmente gostamos, pensamos em como poderia dar certo, seja uma amizade ou até mesmo uma paixão, mas e se formos decepcionados por essa pessoa que tanto amamos? O quanto dói uma decepção...