EMPATIA | taeseok

um°

— extremo —

hoseok deixou as pílulas caírem na água. seus olhos voltaram-se para seu reflexo no espelho.

ele sentia.

sentia tudo aquilo forte e de forma única. sua vida era uma verdadeira miséria, odiava ter acordar todos os dias e encarar tudo com um sorriso feliz no rosto.

parecia mais fácil colocar uma máscara, fingir um sorriso deslumbrante, agir como se nada o abalasse, mas no fundo guardava seu verdadeiro eu sangrando intensamente.

com o tempo estrangular suas mágoas para parecer bem era cansativo, ter de fingir ser algo que não era o esgotava.

era mais fácil, porém mais doloroso.

e em momentos como aquele, onde recapitulava em sua cabeça toda a sua vida medíocre, caia em um surto depressivo. todos aqueles pensamentos invadindo a sua mente, destroçando seu psicológico com uma violência assustadora.

você está um merda. olhe só para você.

ele podia escutar aquela voz estranha em seu subconsciente, sussurrando e ecoando diabolicamente.

hoseok encarou mais uma vez a pia cheia de água, as pílulas em sua mão esquerda, o conteúdo com mais da mesma, na direita.

se tivesse alguém ou algo que lhe prendesse naquela realidade. mas não, não havia nada além de si mesmo e seus demônios, esses quais já estava imensamente cansado.

se tivesse alguém lhe esperando com o sorriso largo, então comenter suicídio não seria uma opção tão bonita.

ele pararia de pensar em si mesmo e teria o outro alguém como prioridade, ele viveria em prol de fazê-lo feliz, de lhe dar tudo que nunca recebeu mas sonhava em ter.

não conseguiria imaginar-se deixando alguém nesse mundo com uma cicatriz porquê havia escolhido a opção mais egoísta. aquela que diz respeito apenas a si mesmo.

hoseok era como um parasita, precisava de um corpo para alojar-se e fazer dele sua morada, não poderia viver sozinho, precisava de algo para grudar-se e alimentar-se de tudo que pudesse alimentar-se.

mas no fim. ele voltava a realidade e percebia que não poderia ter o que queria.

por que jung hoseok era a merda de um depressivo que sentia tudo ao extremo.