cinquenta e um°

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primeiro

hoseok saia do trabalho, era madrugada e em seus fones tocava uma música que falava de amor, ele cantarolava com calma, arriscando alguns passinhos durante o caminho. rindo ao quase escorregar numa poça de água.

estava tão dentro de seu mundinho que não notara os passos atrás de si, emitindos com calma, o seguia desde que saiu do trabalho.

para hoseok não havia nada ao redor a não ser seus pensamentos apaixonados a ansiedade de chegar em casa e encontrar seu namorado o esperando e poderiam fazer amor novamente.

somente notou algo errado ao ter os fones arrancados de seu ouvido e uma bancada forte em sua nuca o levou ao chão, a última coisa que viu fora botas escuras e a escuridão o levou no momento seguinte.

ao acordar estava em um beco sujo, levantou os olhos e encontrou taehyung chorando.

"tae? o que aconteceu?"

"oh, hyung! você está bem, graças a deus" brandiu choroso, beijando rapidamente os seus lábios "eu acabei de chegar e te vi aqui... eu escutei um barulho, espere um segundo."

"não! não vá, tae... fique comigo. " chorou alto.

taehyung não ouviu, seguiu em outra direção. hoseok sentia o corpo tão pesado e incapaz de ser movido, ele tentou diversas vezes, soltando urros dolorosos por não conseguir mover-se propiamente. as lágrimas manchavam seu rosto, taehyung estava demorando e um grito desesperado rasgou em seus lábios ao escutar um barulho estranho do outro lado.

teria taehyung se ferido?

hoseok não conseguia aceitar aquela hipótese, antes ele se machucando ou morrendo do que taehyung. para hoseok não havia mundo sem taehyung, mas havia taehyung sem hoseok.

"tae..." chamou como um grito. depois de tantos esforço, conseguiu levantar a coluna, arqueando-a e rastejando como podia

precisava ajudar taehyung.

precisava ajudar.

precisava...

a mente de hoseok ficou branca, seu grito alto e doloroso partiu o corredor em pavor. recebeu um golpe no ombro e mais outro, outro, outro e outro, tantos que não conseguia mais contar, tamanha era a dor e o choro que lhe tomava cada parte de seu corpo.

quem lhe feriu correu para longe.

era seu fim.

ele só precisava de taehyung.

"hobi!"

"tae..."

caido no chão, tendo o corpo virado e podendo encarar as manchas de sangue pelo rosto de taehyung, hoseok chorou mais ainda, as dores sumindo pela adrenalina

"você está ferido." soluçou, o bolor de sangue enchendo sua boca e o fazendo tossir esgasgado com o mesmo.

"não pense em mim, hobi... eu vou ligar para a polícia." chorou em desespero, xingando quando não achou o celular em seu bolso, hoseok tocou a mão de taehyung em um pedido para que parasse.

ele sorriu.

hoseok sorriu com a boca cheia de sangue e os olhos cheios de lágrimas.

não havia para onde correr, sentia a vida esvaindo pelos seus dedos naquele momento, mas estava feliz por ter tido a oportunidade de sentir amor verdadeiro, de ter tido felicidade em sua vida e principalmente, por ter se libertado.

"está tudo bem... não se precupe" falou com dificuldade "quero que saibe que te amo, sempre vou amar. viva sua vida feliz, taehyung. você é um ser humano maravilhoso."

dizendo tais palavras, hoseok continuou sorrindo, escutando o choro alto de taehyung para então a vida ser levada embora com um suspiro sôfrego.

seus olhos estavam abertos e continuaram.

hoseok foi jogado ao rio han.

adeus, hoseok. 

você foi só o primeiro.

⭐⭐
ainda falta o epílogo e os agradecimentos, mas enfim, estamos dando adeus a empatia ):

EMPATIA | taeseokOnde histórias criam vida. Descubra agora