vinte e oito°

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nada

"eu não estou entendendo, hoseok."

"quando eu era criança, um tio distante costumava passar o natal em nossa casa."

"o que isso tem a ver?"

"ele não brincava comigo, me olhava feio quando me via e eu tinha muito medo dele."

hoseok aproximou-se de taehyung, descansando a cabeça em seu peito, surpreendendo-o pelo ato repentino mas hoseok não ligava naquele momento, ele só precisava de algo quente e macio para descansar.

aquelas memórias caçava-o.

"em um natal, ele estava no quarto que sempre ficava e me chamou para entregar o brinquedo que havia comprado para mim. eu fiquei surpreso mas a palavra brinquedo tinha me conquistado."

taehyung colocou a mão sobre os cabelos negros de hoseok e os afagou.
"o brinquedo que ele tinha para mim era diferente do que eu tinha em mim. eu era o brinquedo." sussurrou, a voz quebrando pelo soluço magoado.

"não precisa continuar."

"eu quero." afastou para olhar nos olhos de taehyung e dar-lhe certeza do que queria "ele fez coisas comigo e me tocou onde eu não queria ser tocado. doeu muito, tae... " chormingou escondendo o rosto na curva do pescoço do maior.

taehyung o abraçou, ele percebia o quanto aquele episódio na vida de hoseok havia sido traumático para ter desencadeado o suicida que tinha dentro dele, mas sinceramente, taehyung não sentia nem um pingo de compaixão.

EMPATIA | taeseokOnde histórias criam vida. Descubra agora