quatro°

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desafio

taehyung envolveu o braço no ombro de jungkook, o moreno corou levemente, mas logo tratou de voltar a atenção à jimin que falava sobre HQs.

eles estavam à caminho da loja de conveniência. era madrugada de véspera natal para natal e havia um único lugar aberto naquele horário e naquele dia.

o frio o fez tremer levemente. de relance podia notar a conversa entusiasmada dos rapazes, que chamava de amigos. ele não dava a mínima.

mas pelo menos aqueles dois serviam para alguma coisa, entreter suas noites tediosas. se estivesse em casa naquele momento teria de suportar os sorrisos falsos.

sua mãe fingiria não saber das mensagens que o marido trocava com a secretária – quão piegas – e seu pai fingiria que não estava cansado da esposa que sugava suas forças, os dois fingiriam amar-se mas taehyung sabia que só continuavam com aquela brincaderinha porquê diziam amar demais os filhos.

grande merda! se o amor era todas essas coisas que falavam, ele estava feliz em não sentir sequer um terço.

como pode uma única coisa te trazer alegria e agonia?

taehyung, também, não sabia o que eram essas duas emoções. ele gostava de ler sobre cada sentimento possível em um ser humano e escrever em um caderno. eram tantos para um único corpo, ele não entendia como funcionava na prática.

mas, algum deles eram estranhamente interessantes. ele queria causar em alguém sentimentos como pavor, medo, desalento e tantos outros.

talvez jungkook fosse uma boa opção, taehyung sabia o quanto o pivete estava caidinho por ele, era mais que óbvio, qualquer coisa que pedisse jungkook faria.

nada interessante. era fácil e previsível, taehyung era atraído por desafios, para ele nada do que vinha fácil valia realmente a pena, por isso precisava tanto achar uma presa certa e colocar em prática tudo que tinha vontade de fazer.

"tae, você não vem?" jungkook pergunta.

só então taehyung notou que estava parado do outro lado da rua, olhando sem consciência para um rapaz baixinho, que trajava apenas um suéter escuro e calças moletom - ele deve estar congelando até a morte, pensou -, ao lado de um carro preto, importado e conversava com alguém

por alguma razão taehyung não desgrudava os olhos daquele desconhecido.

EMPATIA | taeseokOnde histórias criam vida. Descubra agora