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Chapter 5

"Nenhum homem merece uma confiança ilimitada - na melhor das hipóteses, a sua traição espera uma tentação suficiente." – via: H.L. Mencken

Mellody

"Anda lá, Mel. Vais para uma festa, não para um convento de freiras." - Wilma cruzou os braços. Christian estava deitado na minha cama à espera, enquanto que a Myrella também se encontrava a preparar-se.

"Qual é o problema de umas skinny jeans e uma camisa?" - perguntei arregalando os olhos.

"Veste isto, por favor." - ela pediu e eu assenti suspirando.

Assim que fiz a vontade às meninas, saímos do dormitório e entrámos no carro do Christian. Ouve várias conversas enquanto fazíamos a trajetória até ao lugar pretendido, porém, não fui capaz de me meter em nenhuma delas. Sentia o olhar fixo de Christian nas minhas pernas destapadas pelo retrovisor uma vez que eu vim atrás juntamente com Wilma.

"Bem, parece que chegámos!" - ele comentou e piscou-me o olho. Sinceramente, metia-me nojo. Metia-me nojo o facto de ter lutado tanto por esta relação ao início para agora ser isto.

Assim que entrámos na dita cuja festa, pude ver muita gente da universidade, mas, como não me dava com quase ninguém, não me preocupei em acenar. Simplesmente ia atrás das minhas duas melhores amigas com o meu namorado incluido.

"Querem alguma coisa para beber?" - Myrella perguntou começando a mexer o seu corpo ao som da música. Eu não gostava daquele ambiente, admito, mas estava lá por elas.

"Para mim pode ser o que vocês beberem, desde que tenha álcool." - o rapaz que nos acompanhava profere fazendo-me arregalar os olhos.

"E para ti, Mel?" - Wilma perguntou enquanto me sorria amavelmente. Eu, Wilma e Myrella tinhamos personalidades muito diferentes o que fazia a nossa relação dar certo. Myrella era mais atirada de cabeça, enquanto que Wilma era a pessoa mais calma e pacífica que eu alguma vez conhecera.

Eu... Eu, era apenas eu.

"Apenas um sumo." - ouvi suspiros vindo delas. - "Alguém vai ter de ficar sóbrio para conduzir." - elas acabaram por concordar e foram buscar as bebidas.

"Tens falado com alguém?" - Chris perguntou olhando-me de uma forma cínica.

"Não, e mesmo que andasse não era da tua conta." - disse rude. "Não sou eu quem não é fiel nesta relação." - sussurrei a última parte e senti as suas mãos agarrarem fortemente a minha perna, cravando lá as suas unhas. Mordi o lábio para tentar me abstrair da dor.

"Não abuses das confianças, Mellody. Não seria a primeira vez que eu passaria dos limites para te pôr na linha." - engoli em seco, assentindo. Entretanto as meninas chegaram o que fez com que Christian tirasse logo a mão da minha perna. Olhei para a mesma e vi que estava avermelhada com o formato das suas unhas.

❖

Myrella estava a dançar com um rapaz e esta já se encontrava, por mais incrível que pareça, bêbeda só por ter bebido dois shots de vodka. Wilma disse que ia lá fora pois a sua mãe estara-lhe a ligar. Christian estava relativamente sóbrio e, há cerca de sete minutos, avisou que ia à casa de banho. Levantei-me e fui também à casa de banho pois começava a ter a impressão que o meu cabelo estava todo despenteado. Assim que cheguei às duas divisorias, respetivamente casa de banho para raparigas e outra para rapazes, parei o meu olhar naquilo que não acreditava alguma vez, presenciar.

"C-Christian?" - eu queria chorar mas não conseguia. Foram tantas as lágrimas derramadas pela porcaria que ele fez que agora não conseguia. Apenas olhava estupefacta para ele e para a rapariga nojenta que estava com as pernas emboltas na sua cintura. - "Tu sempre foste um cabrão para mim! Mas nunca pensei que descesses tão baixo ao ponto de me traíres estando eu no mesmo sítio que tu!" - berrei e nem sequer lhe dei tempo para falar. Corri dali para fora ainda vendo Wilma chamar-me preocupada mas eu precisava de estar sozinha.

Uma vez na vida, eu sentia-me magoada ao ponto de não querer estar rodeada até pelas minhas próprias melhores amigas.

{Isto está-se a tornar complicado, ahm... Espero que estejam a gostar! Desculpem não conseguir publicar muito esta semana, mas estou de férias, espero que compreendam.

Sofia'}